A omissão da Presidente Dilma Roussef, ao esconder-se durante mais de um mês da imprensa, envergonhada talvez pelas medidas que está sendo obrigada a tomar que constituem exatamente o oposto do que pregava durante a campanha presidencial e ao esquivar-se de comparecer ao mais importante fórum mundial de economia, onde teria a oportunidade de restabelecer a confiança da combalida economia do país diante da comunidade internacional, preferindo prestigiar a posse para terceiro mandato de Evo Morales, seu companheiro no decadente Mercosul, lembra, apelando-se para a analogia com o futebol, tantas vezes empregada pelo seu guru e fabricante de postes, o ex-presidente Lula, a atitude do zagueiro da seleção brasileira durante a melancólica Copa do Mundo de 2014 no Brasil, Thiago Silva, que, como capitão da equipe do Felipão, recusou-se a cobrar pênalti para decidir a partida contra o Chile, preferindo chorar e virar as costas para o gol onde a disputa estava sendo realizada.
É com essa configuração de espírito que Dilma promove a primeira reunião ministerial do seu segundo mandato, durante a qual, imagina-se, somente imagina-se, pois ocorrerá nas dependências da Granja do Torto, uma espécie de monastério, sem acesso da imprensa, ser determinado aos 39 paladinos que se unam em torno das medidas de austeridade delineadas pela equipe econômica e se esforcem para enfrentar os problemas ocasionados pela crise hídrica que afeta todo o país, em grande parte causada pela incapacidade de concluir, durante seu primeiro mandato, obras de infraestrutura destinadas a aumentar a oferta de energia - "apagão nunca mais" - e por aclamações populistas e eleitoreiras que estimularam a população a esbanjá-la.
Preparemo-nos para mau tempo.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário