PORQUE O DESGOVERNO PETISTA NÃO É DESTITUÍDO
"Ponha-se na presidência qualquer medíocre,
louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores
estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um
gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco
tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado,
um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de
um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num
monstro perigoso”.
Mourão Filho, Olympoio. Memórias: a verdade de um revolucionário. Porto Alegre, L&PM 1978.
Mourão Filho, Olympoio. Memórias: a verdade de um revolucionário. Porto Alegre, L&PM 1978.
Esta pergunta, já feita por centenas de pessoas
esclarecidas, e conscientes do torpe papel da escória da política que está
conduzindo o país a lugar nenhum, nos leva a uma profunda reflexão, mais uma
vez, sobre os ovos da serpente da corrupção e da prostituição do poder público,
que procriam sem parar os vermes humanos que estão destruindo o futuro dos
nossos filhos e de suas famílias.
No cerne dessa questão está o objeto da histórica
decadência moral e ética do Poder Legislativo, representante, não do povo, mas
das oligarquias calhordas que se mantêm no poder ou na sua periferia, fazendo
do país um dos centros mundiais da corrupção e do corporativismo mais sórdido
que se renova sem parar dentro das instituições que são bancadas pelos
contribuintes.
Essas oligarquias sem valor, desprezíveis e
ordinárias, têm colocado no poder seus representantes que fazem do Congresso
uma Casa de Prostituição da Política, uma casa de tolerância da imoralidade e
da falta de ética, um antro da patifaria que nos envergonha há décadas perante
o mundo civilizado.
Políticos corruptos e prevaricadores assumem suas
cadeiras no Congresso, nas Assembléias e Câmara de Vereadores nos estados,
através do “voto comprado” dos ignorantes e dos excluídos. Essa gente escrota,
que consegue ser eleita, conta sempre com o apoio da banda podre das elites
dirigentes, e que financiam suas campanhas políticas para viver do usufruto da
exploração do Estado e da corrupção das relações públicas e privadas.
Contudo, o grande e maior responsável pela
decadência moral e ética do país, por permitir a impunidade dos corruptos e
prevaricadores, tem sido o Poder Judiciário, tido nas conversas dos corredores
da revolta social como o mais corrupto e o mais podre dos podres poderes da
República.
Esse trágico papel exercido pelos representantes da
Justiça tem escancarado, durante o desgoverno petista, a sua face mais sórdida,
e que tem agredido mortalmente valores morais, éticos, a decência, bons
costumes, e os mais básicos princípios que devem nortear o comportamento dos
servidores públicos.
O relativismo dos foros privilegiados – entre
tantas outras hipócritas maracutaias “legais” −, estão sendo vergonhosamente
praticados pelos tribunais superiores para atender aos pedidos dos advogados da
calhorda que é presa pela PF, para depois ser solta e a maioria ficar impune,
com seus processos apodrecendo nas gavetas de uma Justiça corporativista por
excelência.
O corporativismo na estrutura da Justiça e seus
sistemáticos escândalos de corrupção denunciados nas páginas da mídia, e que
envolvem “honoráveis” togados, fazem do país o centro da corrupção e da prostituição
política do mundo, mesmo que, segundo a opinião de “especialistas” tenhamos os
nossos códigos legais tidos como exemplos dos mais “bem elaborados” do
ocidente.
Obviamente, esta auréola de “esplendor jurídico
teórico” que martiriza os que não possuem recursos para contratar “bons”
advogados − profundos conhecedores do submundo que antecede as salas de
audiência e tribunais −, somente interessa às oligarquias detentoras do poder
político, econômico e social.
A corrupção e o corporativismo criminoso dentro do
poder público, que são “perseguidos” pela PF, mas sistematicamente protegidos
pela Justiça, já se tornaram, na consciência dos mais esclarecidos, crimes
hediondos, pelos danos que têm causado ao nosso país que está encurralado no
seu subdesenvolvimento econômico, político e social.
Caso exemplar, que levantou a cortina da podridão
de nossa Justiça e da grotesca hipocrisia do nosso Parlamento foi aquele da
denúncia do Procurador Geral da República que acusou, mesmo com atenuantes
corporativistas que salvaram o próprio presidente da República, uma gang e seu
chefe, que estavam fazendo do poder público o escritório da máfia da corrupção,
com uma sala de despachos ao lado do gabinete presidencial. Todos os 40 da
gang denunciada e seu Ali-Babá continuam esquecidos, livres, leves, e soltos no
submundo do jogo sujo do poder.
Diante dessa decadência moral e ética, que já
afundou nosso Sistema de Justiça no mar de lama da corrupção, do corporativismo
sórdido e da prostituição da política, podemos dar uma resposta alternativa à
questão central que se coloca diante daqueles que ainda não se venderam: o
desgoverno petista ainda não caiu porque isso não interessa a todos aqueles que
o rodeiam, cúmplices das oligarquias fétidas que detêm o poder, e, também,
principalmente, pela covardia que tomou conta da sociedade organizada, que têm
cada vez mais medo da reação das hordas de excluídos que estão sendo comprados
pelo populismo mais escrachado, que troca uma boa administração pública e a
qualidade da educação, por bônus assistencialistas para manter seus mais de 50
milhões de beneficiários protegendo o “medíocre, louco ou semi-analfabeto”
conforme o “elogio” feito no texto do senhor Mourão Filho, que sem saber,
anteviu, na sua época, com precisão, nosso triste futuro, hoje transformado em
presente.
Estamos inseridos em um cenário político apodrecido
nas suas entranhas, e marcado:
- por movimentos sociais que querem destruir as
raízes do progresso econômico e social;
- por um sindicalismo pelego na sua pior versão;
- por um incontrolável empreguismo estatal que
vergonhosamente já está utilizando o artifício de empresas prestadoras de
serviços privadas para empregar, como “temporários”, os militantes agentes do
PT;
- por uma Igreja omissa que lava suas mãos diante
da destruição do país pelos vermelhos corruptos e prevaricadores;
- por Forças Armadas que se esqueceram sua
principal missão constitucional;
- por uma educação pública falida e por um
movimento estudantil comprado por verbas públicas e assistencialismos que promovem
a ignorância universitária;
- por uma elite acadêmica que está vendendo a
pátria em troca do escambo das sinecuras das salas fechadas e fétidas, onde
passam seu tempo no círculo vicioso da produção acadêmica inútil paga pelos
contribuintes;
- por um meio artístico que vive de vender ilusões
a um povo transformado em uma massa ignorante e sem cultura, que quer ser
sustentada pelo assistencialismo do Estado, em troca dos votos para deixar no
poder seus “protetores”;
- por uma parcela da mídia que trocou o bom
jornalismo pelo conluio covarde e silencioso, ou pela meia verdade da edição
dos fatos, em troca de verbas públicas de propaganda;
- por uma OAB que esbanja um discurso hipócrita
fazendo de conta que protesta contra o desgoverno enquanto advogados deitam e
rolam ganhando dinheiro na defesa da prostituição do desrespeito às leis do
país;
- por uma elite dirigente calhorda que trocou o
amor pelo neoliberalismo corrupto de FHC pela escória dos restos da versão
comunista decadente do PT que está capturando o Estado e leiloando as fatias do
poder para quem quiser se corromper;
Estamos vivendo em um regime de plena corruptocracia
que tomou conta do Estado com seus agentes e que, com raras exceções, impõem a
responsabilidade de pagar pelo desrespeito às leis apenas aos excluídos,
protegendo através do corporativismo mais sórdido o “Príncipe” apedeuta e suas
gangs.
30 de dezembro de 2014
Geraldo Almendra
(maio/2007)
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