O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira que a Petrobras vive um momento de “perturbação econômica” em meio a investigações e denúncias de corrupção, assinalando que não vê acusação formal contra a presidente da estatal.
“É natural que nesse momento, em face a todo noticiário e questões envolvidas, haja essas eventuais perturbações econômicas na Petrobras”, disse Temer a jornalistas em evento no Rio de Janeiro.
A estatal, que já foi a maior empresa do País em valor de mercado, está no centro de um escândalo de corrupção depois que investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, indicaram a cobrança de propina em contratos da empresa, envolvendo executivos das maiores empreiteiras do país e partidos políticos.
As ações da estatal vêm caindo e sofreram desgaste maior após a companhia prorrogar, na sexta-feira passada, a divulgação das demonstrações contábeis não auditadas do terceiro trimestre de 2014 para até 31 de janeiro.
O adiamento foi feito devido a “novos fatos” relacionados à operação Lava Jato.
NÃO HÁ NADA…
Ao defender a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, Temer disse que as denúncias que cercam a empresa estão ligadas a problemas administrativas e não com a figura da presidente. O vice-presidente evitou falar sobre o futuro de Graça Foster, como é ela é chamada.
“Não vejo nenhuma acusação formal contra a presidenta Graça Foster. Uma coisa é a questão da pessoalidade nessa acusação e outra coisa é a questão administrativa que a presidenta (Dilma Rousseff) vai resolver o que é melhor para a Petrobras, mas nada envolvendo a conduta e lisura pessoal da Graça Foster”, disse.
Apesar de não ter o nome envolvido nas investigações, há pressão para a substituição da presidente Graça Foster e sua diretoria. Dilma, no entanto, tem resistido a fazer as trocas.
Sem dar detalhes, Temer disse acreditar que a fase enfrentada pela Petrobras é transitória. “Tenho absoluta convicção que a Petrobras tem uma potencialidade extraordinária que superado este momento inicial nós vamos ter a Petrobras (de novo) do tamanho que ela é”, afirmou o vice-presidente.
Sobre o envolvimento de políticos no suposto esquema de pagamento de propina, como informado em delações premiadas feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e pelo doleiro Alberto Yousseff, Temer disse apenas que a PF e o Ministério Público Federal (MPF) já estão fazendo todas as investigações necessárias. “Vamos esperar que saia a lista (de nomes)”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O que Temer pretende é prorrogar a novela Graça Foster e desgastar Dilma Rousseff ao máximo. Se até Lula já pediu a demissão da diretoria de Petrobras, Dilma não tem a menor condição de manter Graça Foster indefinidamente. E a quem interessa o desgaste de Dilma? Como todos sabem, o maior interessado chama-se justamente Michel Temer. (C.N.)
18 de dezembro de 2014
Deu na Reuters
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