"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 19 de outubro de 2014

GOVERNO ESCONDE QUE NÚMERO DE MISERÁVEIS AUMENTOU

        

 
Um diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) decidiu se afastar do cargo após a cúpula do órgão impedir a publicação, no período eleitoral, de um estudo inédito sobre a evolução no número de miseráveis no governo Dilma Rousseff. Herton Araújo, titular da diretoria de Estudos e Políticas Sociais, colocou seu cargo à disposição por não concordar com a decisão da cúpula.
 
Conforme a Folha de S.Paulo revelou no último dia 11, o instituto, ligado à Presidência da República, não publicará até o final do segundo turno sua tradicional avaliação dos microdados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2013. Ele argumenta que a publicação fere a lei eleitoral.
 
Essa avaliação mostraria se o número de pobres e miseráveis subiu ou diminuiu no ano passado. O estudo ganha especial importância pois erradicar a miséria foi uma das principais promessas da administração Dilma Rousseff.

Usando a mesma base de dados, pesquisadores independentes chegaram à conclusão que, pela primeira vez desde 2003, a miséria parou de cair em 2013, como mostrou a reportagem da Folha de S.Paulo.

De acordo com um estudo produzido pelo Iets (Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade), organização sem fins lucrativos que reúne alguns dos principais estudiosos da pobreza no país, houve no ano passado um pequeno aumento no número de brasileiros indigentes.

Ele saiu de 5,8% da população em 2012 (10,9 milhões de pessoas) para 6% da população (11,1 milhões de pessoas). Como a diferença é pequena, ainda mais em uma pesquisa feita por amostragem, os pesquisadores preferem portanto falar em estagnação.

Em relação ao número total de pobres, a tendência de queda foi mantida, também por uma diferença modesta: de 18% em 2012 (33,6 milhões de pessoas) para 17% (31,7 milhões de pessoas) da população.

Os critérios do Iets para definir miseráveis e pobres são diferentes dos adotados pelo governo, mas nos últimos anos têm mostrado trajetórias semelhantes. Para o Ministério do Desenvolvimento Social, que administra o Bolsa Família, miseráveis e pobres são os que vivem em famílias de renda per capita abaixo de R$ 77 e R$ 154 por mês, respectivamente. Já o Iets usa linhas de R$ 123 e R$ 246.

19 de outubro de 2014
Deu na Folha

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