Mas 10% pretendem votar branco ou anular o sufrágio, enquanto a parcela de 8% reúne os ainda indecisos entre os dois candidatos.
Reduzindo-se o universo da pesquisa aos votos válidos (portanto excluindo-se os brancos, nulos e indecisos) a distância amplia-se para 12 pontos: Pezão 56; Crivella 44%.
Com o apoio que recebeu de Garotinho e Lindberg Farias, Marcelo Crivella havia subido na busca de votos, estabelecendo-se um equilíbrio no confronto. Porém, agora o levantamento do Datafolha publicado dia 16 pela FSP rompe o equilíbrio e passa a indicar o favoritismo do atual governador.
O que terá produzido a alteração? A mim parece que o apoio do senador eleito Romário a Pezão tem grande influência na mudança. Nas urnas do dia 5, o craque campeão do mundo na Copa de 94 obteve uma votarão superior a 60% do total de votantes e está comprovando seu poder de transferir boa parte dos sufrágios que alcançou para aquele a quem apoiar.
Sob este aspecto, tem-se nesse instante a certeza que sua importância política foi minimizada, primeiro pelo seu próprio partido, o PSB, depois tanto por Dilma Rousseff quanto por Aécio Neves. Pois o levantamento do Datafolha comprova sua importância no quadro eleitoral. Pezão a aproveitou bem. Dilma e Aécio ainda possuem tempo para tentar captá-la no plano nacional. Basta uma iniciativa nesse sentido e a disposição do próprio. Em matéria de comunicação veloz, este aspecto fica por conta da televisão.
RETA DE CHEGADA
Apoio importante o do senador Romário. Sobretudo na reta de chegada quando se luta para estreitar a faixa dos eleitores indecisos, cujas mudanças geram, em vários casos, efeitos surpreendentes. Veja-se o exemplo do Rio Grande do Sul. O Datafolha revela, na mesma edição da FSP, que o candidato do PMDB, José Sartori abriu nada menos que 17 pontos sobre o governador Tarso Genro, do PT – 52 pontos a 35 faltando praticamente dez dias para as urnas do segundo turno.
Vale notar a importância dos eleitores indecisos. Faixa sobre a qual Mauro Paulino, diretor geral do Datafolha, e Alessandro Janoni, diretor de Pesquisas do Instituto, escreveram um artigo de análise na FSP também edição de quinta-feira. Concluiram que a interpretação das estatísticas conduz a que se considere o potencial de conversão dos indecisos para a atual presidente seja de 13%. O potencial de conversão desse eleitorado para o senador mineiro, acrescentam, é de 6%.
Note-se que o percentual de indecisos, por sua vez, é de 6 pontos. A diferença em favor de Dilma seria assim em torno de 1% dos votos que poderá adicional nos dias finais do confronto. Pouco. Porém o suficiente para talvez chegar a um empate em números absolutos.
Mas, análises prospectivas à parte, a mim parece que a sucessão presidencial de 2014 será decidida nas urnas de 26 à base do desempenho positivo que os dois candidatos conseguirem desenvolver no debate da Rede Globo marcado para o dia 23. Foi decisivo para a colocação das candidaturas no primeiro turno. Deverá ser decisivo para a eleição ou reeleição no segundo.
19 de outubro de 2014
Pedro do Coutto
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