Neste país, quem está certo é quem está errado. A inversão de valores politicamente correta impera nesta terra e transforma pedra em pau. Por aqui, primeiro vem a vida de quem está errado. Se sobrar tempo, o Direito acolherá a vida de quem está certo.
Os senhores não viram o “terrorista jabuticaba” no hotel de Brasília? Depois de todo o teatro, diversos “especialistas” concederam entrevistas aos jornais dizendo que a “ação de policiais no sequestro em hotel foi exemplar” e que “a polícia agiu dentro do padrão que é preservar a vida do refém, do bandido e da polícia”.
E se, ao invés de um idiota, fosse um terrorista de verdade? E se esse maluco estivesse com explosivos de verdade e, durante todo esse tempo de negociação e de preocupação com a saúde do idiota, ele acionasse o detonador e mandasse tudo para o alto, inclusive a vida do refém? Como preservar a vida de um terrorista que quer se matar para ir para o céu?
ÔNIBUS 174 E TAINÁ
Antes dos desfechos fatais, falaram a mesma coisa no caso do Ônibus 174, onde foi morta a professora, quando o próprio governador ligou e impediu que os atiradores alvejassem o bandido na janela, e também no caso da jovem Tainá, sequestrada e morta pelo ex-namorado depois de quatro dias de negociação com a polícia.
Até mesmo a mãe da menina, na véspera do desfecho, disse que ele era apenas um “jovem apaixonado” e que não acreditava que fosse capaz de agredir a sua filha!
Nesta nação todos se identificam, primeiramente, com o bandido. Em qualquer confronto, todos “se doem” por quem infringe a lei. Depois, se sobrarem sentimentos, é que pensam na vida das vítimas desses animais ou em que está tentando fazer a lei ser cumprida!
Foi assim no caso do sujeito que matou o jornalista com um rojão e preso pela polícia, não foi? Não foi assim também no caso do assaltante amarrado no poste? Alguém sabe pelo menos a cor das pessoas assaltadas por ele? Sabem se foram machucadas ou mortas? Se estão conseguindo sair às ruas?
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