Dilma não tinha lá grande importância para os grupos terroristas, segundo os próprios terroristas.
Um documento interno produzido em 1970 pelas cúpulas das organizações guerrilheiras ALN, VAR-Palmares e Ala Vermelha, que chegou às mãos dos militares e foi parar no arquivo Médici, mostra que a hoje presidente Dilma Rousseff não era tão valiosa para os seus companheiros de luta armada. A certa altura das quatro páginas mimeografadas intituladas “Considerações dos objetivos de uma operação de sequestro”, fala-se que o “valor de troca” do prisioneiro deveria ser definido “pela sua importância dentro do país e do sistema imperialista internacional”.
O texto define quais guerrilheiros presos teriam prioridade na troca de sua liberdade por um sequestrado. O nome de Dilma, militante da VAR-Palmares e presa em São Paulo naquele ano, consta de uma lista de 29 presos, mas não aparece entre os dezenove “companheiros (a quem) deve-se dar preferência”, de acordo “com critérios de importância política (...)”.
Esse material está guardado desde 2004 em várias gavetas de metal no 11º andar da sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), no Rio de Janeiro.
Foi doado naquele mesmo ano por Roberto, o filho mais novo de Médici, um ano após a morte de Scylla, sua mãe e mulher do ex-presidente.
Cerca de 80% dos documentos dizem respeito aos cinco anos de Médici na Presidência, uns 15% ao período anterior à sua posse e o restante aos tempos longe do poder.
A partir da semana que vem, o acervo poderá ser conhecido duplamente. Seja por pesquisadores a quem o IHGB vai abri-lo, seja nas 31 páginas dedicadas a um extrato dele no livro Brasiliana IHGB.
(VEJA)
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