Denúncias e provas da Lava Jato derrubam “factóides políticos” contra a Petrobras alegados por Dilma
Não adianta a candidata-Presidenta Dilma Rousseff proclamar a demagogia defensiva de que a Petrobras está sendo alvo de “factoides políticos”. É justamente por culpa do desgoverno dela, que exerce uma influência desastrosa sobre a petrolífera, que a maior empresa estatal de economia mista do país vive sua maior e mais grave crise de imagem e gestão. A mistura de tantos escândalos e erros operacionais com a eleição apenas torna o problema politicamente mais explosivo.
Se o Brasil operasse em condições minimamente éticas, o estouro de uma operação policial, como a Lava Jato, fatalmente geraria um processo de impeachment da Presidente da República. Ainda mais por que ela comandou o Conselho de Administração da Petrobras e também porque a atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster, é uma indicação pessoal da própria Dilma Rousseff. Alegar que nada sabe sobre tudo de errado que acontece na companhia é um atestado público de incompetência e cinismo. Dilma só não cai porque o Brasil é a terra da conivência com os erros, os vícios, os desmandos e a corrupção.
Já está claro que Paulo Roberto Costa é o elo mais frágil de uma já rompida corrente que liga e confunde os interesses políticos dos ocupantes do governo com os negócios estratégicos ou operacionais da Petrobras. No entanto, é muita ingenuidade supor que o ex-diretor de Abastecimento da empresa, que tinha o controle sobre 1832 contas correntes da petrolífera, seja o “chefão” e único responsável pelas falcatruas. Uma investigação séria e isenta sobre os contratos da Petrobras com outras empresas nas “Sociedades de Propósito Específico” deverá revelar os figurões de um dos maiores esquemas de corrupção nunca antes visto na história deste País.
Até o petista Marco Maia, relator da CPMI mista da Petrobrás, criada para ser uma mega-pizza, se vê obrigado a pedir a convocação da contadora Meire Bomfim Poza – que trabalhava para o esquema do doleiro Alberto Youssef (aquele que teria dito que, se abrir a boca, impede que haja eleição este ano). Na investigação da Lava Jato, Yousseff é apontado como “sócio” de Paulo Roberto Costa. Em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal, Miriam teria revelado (segundo a revista Veja) que a empreiteira Camargo Correa operava um esquema exclusivo de comissões de negócios acertados dentro da Petrobras com Paulo Costa. A empresa, claro, nega tudo...
Por isso, torna-se inócua a demagógica e temerária a recente declaração de Dilma Rousseff em defesa de seu governo e da Petrobras: “Se tem uma coisa que tem que se preservar, porque tem que ter sentido de Estado, sentido de nação e sentido de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Não é correto, não mostra qualquer maturidade. Acho fundamental que na eleição, nesse processo que estamos, haja a maior discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.
Será que Dilma tem condições de classificar, como “factoide político” tantas evidências em uma lista enorme de problemas a serem investigados com seriedade e isenção? A perguntinha básica é: Dilma terá condições, na campanha, de falar abertamente sobre: Pasadena, BR Distribuidora, PFICO (braço financeiro internacional da companhia), Fundo BB Millenium 6 (e outros menos votados), refinaria Abreu e Lima (também a mais votada entre outras que merecem investigação por superfaturamento), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (que corre o risco de ser tudo, menos petroquímico), Gemini e outras caixas pretas nas SPEs (Sociedades de propósito Específico) da Petrobrás?
É por tudo isso que, cansados de prejuízos, os acionistas minoritários vão recorrer à Corte Internacional Penal (CPI) – também conhecida como Tribunal Penal Internacional (TPI) -, sediada em Haia, na Holanda, partindo de provas obtidas pela Operação Lava Jato: lavagem de dinheiro obtido com contratos ilícitos que geraram prejuízos à empresa e a seus acionistas. Ação semelhante pode ser demandada na Corte de Nova York.
Ganhando ou perdendo a eleição, Dilma e demais companheiros menos votados não escaparão de tais ações judiciais previstas para um futuro bem próximo.
13 de agosto de 2014
Jorge Serrão
Não adianta a candidata-Presidenta Dilma Rousseff proclamar a demagogia defensiva de que a Petrobras está sendo alvo de “factoides políticos”. É justamente por culpa do desgoverno dela, que exerce uma influência desastrosa sobre a petrolífera, que a maior empresa estatal de economia mista do país vive sua maior e mais grave crise de imagem e gestão. A mistura de tantos escândalos e erros operacionais com a eleição apenas torna o problema politicamente mais explosivo.
Se o Brasil operasse em condições minimamente éticas, o estouro de uma operação policial, como a Lava Jato, fatalmente geraria um processo de impeachment da Presidente da República. Ainda mais por que ela comandou o Conselho de Administração da Petrobras e também porque a atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster, é uma indicação pessoal da própria Dilma Rousseff. Alegar que nada sabe sobre tudo de errado que acontece na companhia é um atestado público de incompetência e cinismo. Dilma só não cai porque o Brasil é a terra da conivência com os erros, os vícios, os desmandos e a corrupção.
Já está claro que Paulo Roberto Costa é o elo mais frágil de uma já rompida corrente que liga e confunde os interesses políticos dos ocupantes do governo com os negócios estratégicos ou operacionais da Petrobras. No entanto, é muita ingenuidade supor que o ex-diretor de Abastecimento da empresa, que tinha o controle sobre 1832 contas correntes da petrolífera, seja o “chefão” e único responsável pelas falcatruas. Uma investigação séria e isenta sobre os contratos da Petrobras com outras empresas nas “Sociedades de Propósito Específico” deverá revelar os figurões de um dos maiores esquemas de corrupção nunca antes visto na história deste País.
Até o petista Marco Maia, relator da CPMI mista da Petrobrás, criada para ser uma mega-pizza, se vê obrigado a pedir a convocação da contadora Meire Bomfim Poza – que trabalhava para o esquema do doleiro Alberto Youssef (aquele que teria dito que, se abrir a boca, impede que haja eleição este ano). Na investigação da Lava Jato, Yousseff é apontado como “sócio” de Paulo Roberto Costa. Em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal, Miriam teria revelado (segundo a revista Veja) que a empreiteira Camargo Correa operava um esquema exclusivo de comissões de negócios acertados dentro da Petrobras com Paulo Costa. A empresa, claro, nega tudo...
Por isso, torna-se inócua a demagógica e temerária a recente declaração de Dilma Rousseff em defesa de seu governo e da Petrobras: “Se tem uma coisa que tem que se preservar, porque tem que ter sentido de Estado, sentido de nação e sentido de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Não é correto, não mostra qualquer maturidade. Acho fundamental que na eleição, nesse processo que estamos, haja a maior discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.
Será que Dilma tem condições de classificar, como “factoide político” tantas evidências em uma lista enorme de problemas a serem investigados com seriedade e isenção? A perguntinha básica é: Dilma terá condições, na campanha, de falar abertamente sobre: Pasadena, BR Distribuidora, PFICO (braço financeiro internacional da companhia), Fundo BB Millenium 6 (e outros menos votados), refinaria Abreu e Lima (também a mais votada entre outras que merecem investigação por superfaturamento), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (que corre o risco de ser tudo, menos petroquímico), Gemini e outras caixas pretas nas SPEs (Sociedades de propósito Específico) da Petrobrás?
É por tudo isso que, cansados de prejuízos, os acionistas minoritários vão recorrer à Corte Internacional Penal (CPI) – também conhecida como Tribunal Penal Internacional (TPI) -, sediada em Haia, na Holanda, partindo de provas obtidas pela Operação Lava Jato: lavagem de dinheiro obtido com contratos ilícitos que geraram prejuízos à empresa e a seus acionistas. Ação semelhante pode ser demandada na Corte de Nova York.
Ganhando ou perdendo a eleição, Dilma e demais companheiros menos votados não escaparão de tais ações judiciais previstas para um futuro bem próximo.
13 de agosto de 2014
Jorge Serrão
Nenhum comentário:
Postar um comentário