"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 29 de julho de 2014

VAI SER DIFÍCIL ACHAR O CULPADO (OU CULPADOS) PELA QUEDA DO VIADUTO DA COPA EM BH



As informações já disponíveis indicam não haver um grande e único culpado, mas um número enorme de culpáveis nessa impressionante série de equívocos que resultou na tragédia do Guararapes, um viaduto projetado em Belo Horizonte por uma empresa faz-tudo, construído por empreiteiros que não se responsabilizam pela obra e fiscalizado por um órgão dirigido por quem não é do ramo.

Um ano antes de desabar, o viaduto Batalha dos Guararapes foi mudado. A obra teve dois aditivos em junho de 2013, no total de R$ 4,878 milhões, o que elevou seu preço inicial em quase 30%, de R$ 15,5 milhões para mais de R$ 20 milhões. A diretoria da Cowan alegou no pedido de verba suplementar que os projetos haviam sofrido revisão e ganhado estacas de 700 mm de diâmetro, item não previsto originalmente. Mesmo assim, desabou.

CARIMBO OFICIAL

Pelo montante dos aditivos, o viaduto foi bem alterado durante a construção. E toda a revisão de engenharia e de preço se deu com o aval do órgão fiscalizador de obras da Prefeitura de BH, a Sudecap. Os pedidos da Cowan tiveram assinaturas de anuência no órgão tanto do fiscal que supervisiona a obra, Mauro Lúcio Ribeiro da Silva, como do diretor de Infraestrutura, Cláudio Marcos Neto.
 
E a empresa que projetou o viaduto Batalha dos Guararapes, Consol, encerrou seus trabalhos para a Sudecap em abril de 2013, antes dos aditivos financeiros no contrato da construtora Cowan, ambos feitos no mês seguinte com a justificativa de que o projeto original havia sido alterado e incluído novos materiais. Portanto, a projetista não apoiava mais a fiscalização da obra à época dos aditivos. E não acompanhou a execução das alterações. Esse caso, quanto mais se revolve, maiores a lambança e a improvisação.

29 de julho de 2014
Raquel Faria
O Tempo

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