Duas notícias publicadas pela chamada grande imprensa merecem uma análise mais apurada, para, no mínimo, se colocar as coisas nos seus devidos lugares. O banco Santander, de bandeira espanhola, encaminhou aos clientes das agências Select uma informação que é de domínio público: se Dilma subir nas pesquisas haverá uma movimentação para baixo dos indicadores econômicos e, sendo assim, os investidores com aplicações no Santander Select devem procurar os gerentes de seus investimentos para um realinhamento.
Simples assim. Essa informação deve ser lida, considerando que: primeiro, o banco não fez uma declaração urbi et orbi, apenas alertou seus clientes, a quem deve fidelidade, o que o futuro reserva para os seus investimentos; segundo, o banco não especulou cenários possíveis, pois o que consta do comunicado do Santander são fatos reais e conhecidos por todos aqueles que têm o hábito da leitura de jornais e revistas ou pelos que acompanham noticiários das tevês
O banco Santander, como instituição privada e apartidária, tem todo o direito em preservar o dinheiro aplicado por seus clientes e avaliar o humor do mercado, oferecendo caminhos para minimizar eventuais perdas dos investimentos da clientela, em decorrência de pesquisas eleitorais.
A bem da verdade, Lula já se utilizou de indicadores econômicos favoráveis para fazer proselitismo eleitoral, sem o mínimo pudor. Aliás, pudor é o tipo de comportamento que não agrega à personalidade do ex-presidente em exercício.
O que se viu, depois do comunicado do Santander, foi uma forte pressão sobre o banco com acusações rasteiras de que estaria promovendo campanha em favor de outros candidatos de oposição.
O Santander soltou nota dizendo que não está em campanha por determinados candidatos em detrimento da candidatura oficial e que se desculpava com os clientes pelo mal entendido. Para dar certo sossego a si próprio, fez chegar a direção do PT que havia demitido todos os funcionários envolvidos no episódio.
O Santander soltou nota dizendo que não está em campanha por determinados candidatos em detrimento da candidatura oficial e que se desculpava com os clientes pelo mal entendido. Para dar certo sossego a si próprio, fez chegar a direção do PT que havia demitido todos os funcionários envolvidos no episódio.
A rigor, a direção petista intimou o banco a cortar algumas cabeças.
O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, cheio de si, vibrou com a quantidade de cabeças que rolaram no Santander. Pura hipocrisia, senão veja-se: enquanto o banco Santander estava sendo defenestrado por “petistas éticos” por estar favorecendo candidatos da oposição, o Banco Central, instituição pública, informava urbi et orbi que estava colocando à disposição do setor bancário 30 bilhões de reais com impacto imediato no mercado de crédito. Ao longo do tempo as cifras podem chegar a 45 bilhões.
O presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, cheio de si, vibrou com a quantidade de cabeças que rolaram no Santander. Pura hipocrisia, senão veja-se: enquanto o banco Santander estava sendo defenestrado por “petistas éticos” por estar favorecendo candidatos da oposição, o Banco Central, instituição pública, informava urbi et orbi que estava colocando à disposição do setor bancário 30 bilhões de reais com impacto imediato no mercado de crédito. Ao longo do tempo as cifras podem chegar a 45 bilhões.
Com tal “bondade”, o Banco Central permite que aumente o crédito para que o populacho continue consumindo. Ora, não é necessário um diploma de economista para concluir que essa medida tomada pelo Banco Central tem uma conotação eleitoreira para favorecer a candidata Dilma Rousseff que, mal das pernas, desce ladeira abaixo nas intenções de votos, principalmente pela política econômica desastrada do seu governo.
Quer dizer: o Santander, ao querer preservar os investimentos dos seus clientes, segundo os petistas, estava em campanha para as candidaturas da oposição. E o Banco Central, com a liberação de 30 bilhões de reais dos contribuintes está fazendo o quê? A hipocrisia do lulopetismo e a falta de pudor dos seus agentes são de embrulhar o estômago. É a política no nível do esgoto.
29 de julho de 2014
Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito
29 de julho de 2014
Nilson Borges Filho é mestre, doutor e pós-doutor em direito
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