"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 29 de julho de 2014

A TRAGÉDIA DO ORIENTE MÉDIO


 
O erro fatal daquela histórica Assembleia-Geral da ONU ocorrida em 1947, criando o Estado de Israel, foi certamente ignorar os palestinos que viviam naquelas terras áridas. Um povo agraciado e outro sem pátria e obrigado a viver em guetos espremido entre as fronteiras do recém-criado povo judeu, o Líbano, a Jordânia, o Egito e a Síria.
 
A ONU de 1947 é a mesma ONU de hoje, apenas um retrato na parede. Erros atropelados por mais erros e sem nenhum poder para resolver os conflitos e as guerras localizadas na África, na Europa e na Ásia. O Conselho de Segurança está a serviço das grandes potências, vetando qualquer resolução que seja contra os interesses dos Estados Unidos, o país que dá as cartas naquele organismo internacional.
 
Esse novo Império Romano, com ajuda das velhas e decadentes nações europeias, faz o que quer ao fomentar grupos chamados de insurgentes, armando-os contra as nações cujos governantes ousam contrariar os interesses do gigante internacional.
 
Então, a mídia internacional, comprada pelos detentores do poder maior e avassalador, incute nas consciências globais aquilo que interessa e esconde o que não convém à realidade dos fatos. Sobre esse prisma, a verdade jamais vem à tona, pois na paz e principalmente na guerra, a primeira vítima é a verdade.
 
NADA É POR ACASO
 
As atuais frentes de guerra no Oriente Médio não acontecem por acaso, aliás, nem uma folha que cai é fruto do acaso, pois tudo está ligado a tudo na interdependência universal. Alguns ditadores do Oriente Médio, até mesmo aliados dos governos americanos, principalmente os da era Bush, foram pacientemente e planejadamente minados no seu interior, a partir dos “cavalos de Tróia” infiltrados em seus círculos de poder.
 
O exemplo mais assustador é Saddam Hussein, o ditador sanguinário do Iraque, parceiro do governo americano e que inocentemente caiu na armadilha da diplomacia americana, que o incentivou a entrar em guerra com o Irã, o alvo principal da grande potência pelo fato dos aiatolás liderados pelo líder Aiatolá Khomeini terem derrubado o Xá Reza Pallevi, amigo dos americanos.
 
Saddam não logrou êxito após oito anos na frente de batalha, que ao final, enfraquecido e endividado, o Exército dilacerado e mais um erro, o definitivo, ao aceitar a sugestão de um diplomata americano para invadir o Kuwait e se apossar dos poços de petróleo do pequeno país criado pela Inglaterra, para com a venda do petróleo poder pagar as dívidas da guerra. Aceitou o conselho, invadiu o território kuawitiano e viu tropas americanas entrarem no Kuwait expulsando o Exército do Iraque humilhando o já combalido governo de Bagdá.
 
ARMAS QUÍMICAS?
 
O resultado, uma tragédia grega para Saddam, que foi acusado pelos seus ex-amigos de abrigar arsenais de armas químicas, e de até ter armas nucleares, cujas alegações não passavam de propaganda enganosa. A máquina de guerra ocidental entrou no Iraque e destruiu toda a infraestrutura militar e civil. Milhares de soldados e civis foram assassinados e o ditador foi obrigado a fugir e encontrado escondido em um buraco, sujo, barbado, faminto igual a um mendigo de rua. Capturado, preso e finalmente enforcado.
 
Quase o mesmo destino aconteceu com Muamar Kadaffi, o ditador da Líbia, minado a partir da cidade de Benghasi e depois a centelha dos insurgentes se espalhou até a capital Trípoli e seu bunker invadido e destruído pelas bombas despejadas dos aviões assassinos chamados de drones.
 
A unidade árabe foi para o espaço. Hoje, nenhum pais do Oriente Médio tem condições de enfrentar qualquer inimigo, pois estão destroçados literalmente. O alvo mais aterrador do momento está sendo a Síria. Até antigos aliados como a Turquia se prestam a ceder suas fronteiras aos insurgentes para o ataque e posterior tomada das cidades mirando ao final chegar a Damasco, a capital da Síria.
 
Como nada acontece por acaso, conforme descrevi inicialmente, então, como podemos acreditar que os fatos que vem ocorrendo surgiram espontaneamente? Se eles são semelhantes na cronologia dos acontecimentos e na tragédia final, que atinge os ditadores sejam eles, cruéis ou “democráticos” e que milhares de crianças, idosos e mulheres são abatidos mortalmente sem a piedade e a solidariedade da maioria dos habitantes da comunidade das nações representadas pela ONU.
Só resta lamentar que o mundo continue o mesmo ou até pior do que na época dos bárbaros e da Idade Média.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário