"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 24 de junho de 2014

QUEDA CONSOLIDADA DE DILMA

 

Caro Serrão, no seu último boletim, havia a seguinte observação:

“Numa pesquisa que ninguém com bom senso conseguiu entender o resultado, registrada no TSE com o cabalístico número 171, só ficou claro que Dilma Rousseff vem perdendo popularidade e a confiança da população. Atualmente, 50% desaprovariam sua forma de administrar. Só 31% (o costumeiro percentual de adeptos do partido-seita petista) consideram o governo da Presidenta ótimo ou bom. A rejeição a Dilma é cristalina e cristalizada. Dilma já era...”

“O que não se compreende é como a mesma pesquisa, feita com apenas 2002 pessoas, em apenas 142 dos cinco mil seiscentos e tantos municípios brasileiros, consegue o milagre de apontar que a impopular Dilma tem 39% das intenções de voto para outubro. Aécio Neves só teria 21% e Eduardo Campos, 10%. No segundo turno, Dilma ganharia de Aécio (43% a 30%) e venceria Eduardo (43% a 27%). Na pesquisa espontânea, Dilma fica com 25%; Aécio com 11% e Eduardo Campos, com 4%”.

Realmente, o índice de aprovação do governo da Dilma (31%) não combina com o das intenções de voto (39%). Mas isso tem sua lógica, porque as duas perguntas suscitam respostas diferentes.

Quando indagam da qualidade do governo, os entrevistados pensam numa escala linear de valores referentes a um só tópico. Nessa escala, somente 31% aprovam Dilma.

Mas quando indagam das intenções de voto, os entrevistados se deparam com várias opções comparativas. Nesse caso, Dilma leva vantagem porque ainda é mais conhecida do eleitorado.

Os demais candidatos são menos conhecidos, ou até desconhecidos. Na dúvida, alguns entrevistados preferem ficar com o que conhecem, ou seja, com Dilma. Daí o fato de 39% dizerem que votarão nela, apesar apenas 31% aprovarem seu governo.

Dizem os analistas que, nessa fase da campanha, a vantagem de intenção de voto só seria estável se a opinião sobre seu governo também fosse ao redor de 39%.
A disparidade dos dois indicadores sinaliza que, a medida que a campanha prosseguir e os demais candidatos forem melhor conhecidos, a intenção de voto em Dilma tenderá a cair para 31% ou menos, acompanhando o julgamento cada vez mais negativo de seu governo.

Ou seja: para efeitos práticos, Dilma, neste momento, tem apenas 31% das intenções de voto.

24 de junho de 2014
AC Portinari Greggio é Especialista em Assuntos Estratégicos.

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