Nessa quarta, o STF decidiu que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu poderá sair da Papuda para trabalhar na biblioteca do escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília. Preso desde novembro no Complexo Penitenciário da Papuda, Dirceu vai receber salário de R$ 2,1 mil. Já Delúbio deve voltar a trabalhar na Central Única dos Trabalhadores (CUT) nos próximos dias, como assessor sindical da Direção Nacional da entidade, com salário de R$ 4,5 mil.
NA CUT, SUCURSAL DO PT…
A decisão dos ministros serviu de parâmetro para a liberação de Delúbio por Barroso. O relator do mensalão revogou a decisão da Justiça do Distrito Federal, que suspendia o direito de trabalho dos presos do mensalão na capital do País. Barroso revogou, ainda, parcialmente a restrição à saída de presos nos Estados de Minas Gerais e Mato Grosso.
Barroso sustentou que o entendimento predominante nos tribunais locais e no Superior Tribunal de Justiça é de que a restrição de cumprimento de um sexto da pena não se aplica aos presos em sistema semiaberto.
Isso porque na maior parte dos Estados não é possível o exercício de trabalho interno, uma vez que não possuem colônias agrícolas, industriais ou assemelhadas para trabalho dos condenados.
“A negação do trabalho externo para reintroduzir a exigência do cumprimento de um sexto da pena é drástica alteração de jurisprudência e vai de encontro ao estado do sistema carcerário”, afirmou.
OUTROS CONDENADOS
Barroso também autorizou o trabalho externo dos ex-deputados Pedro Corrêa e Valdemar Costa Neto e do ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas.
Em outras duas decisões, Barroso rejeitou os pedidos feitos pelo o ex-deputado Romeu Queiroz e pelo advogado Rogério Tolentino.
Seguindo parecer do Ministério Público, Barroso julgou ser inadequado que Queiroz receba autorização para trabalhar na empresa de sua propriedade. Lá também trabalharia Tolentino. Os dois podem, no entanto, fazer novo pedido de trabalho externo, desde que tenham oferta em outro local para trabalhar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A autorização para Delúbio Soares voltar a “trabalhar” na CUT é uma espécie de piada do ano.
Até as paredes do Supremo sabem que a CUT é uma sucursal do PT e libera até “carro oficial” para o ilustre mensaleiro, ex-tesoureiro do PT, que foi expulso e depois reintegrado ao partido.
O espírito da lei que permite o trabalho externo é de que o condenado realmente trabalhe duro, para reconhecer que o crime não compensa e se reintegrar à sociedade. No caso de Delúbio, o trabalho externo é o contrário, uma moleza, cercado de mordomias e de puxa-sacos, com totais condições de seguir os serviços de “consultoria” (leia: tráfico de influência) que presta intermediando negócios de empresas com a Prefeitura de Goiânia, que é administrada pelo PT.
Com decisões como esta, o ministro Barroso está destruindo a própria biografia, que estava apenas começando a construir. (C.N.)
27 de junho de 2014
Nivaldo Souza e Felipe Recondo
O Estado de S. Paulo
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