"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A IMPRENSA DE CHUTEIRAS

Da imprensa brasileira pode-se dizer que os pés lhe subiram à cabeça. Não os próprios pés, não os pés da imprensa, mas os pés enchuteirados que dão de bico, de chaleira, de lambreta, de bicicleta, de chapa e de voleio em nome do País.
Pés de jornalistas não dão conta disso tudo. Quando muito, vão sujar sapatos baratos em ruelas de terra e depois voltam para a redação orgulhosos da reportagem que palmilharam. Pés de jornalistas não chegam ao chinelo. Não, os pés que subiram à cabeça da imprensa não são os dela, mas os lúdicos pés do ludopédio.

A podolatria reinante faria corar o poeta Glauco Mattoso, aquele que ousou declarar amor ao chulé: "Não basta o pé, precisa ser fedido".

 
27 de junho de 2014
Eugênio Bucci, Estado de S.Paulo

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