Mesmo que as declarações de Armínio Fraga, no seu “economês”, tivessem alguma procedência, a verdade é que foram inoportunas, inadequadas e intempestivas. Muito antes de criticar os reajustes maiores do salário mínimo, o ex-presidente do Banco Central deveria considerar as principais distorções da economia, como a alta carga de impostos que pagamos, com um Imposto de Renda insuportável para o assalariado, a exploração que sofremos com juros recordes cobrados pelos bancos, além de suas tarifas operacionais absurdas.
Fraga deveria dirigir suas críticas ao fato de que o governo mais gasta que arrecada, tem na publicidade oficial a maior despesa da história dos governos centrais e faz despesas estratosféricas e sigilosas com os cartões de crédito corporativos, entre outros procedimentos altamente negativos.
Poderia reprovar também a perdulária e imoral verba de representação que os parlamentares sugam do erário público. Da mesma forma, deveria condenar as obras inacabadas, os contratos superfaturados, as aposentadorias dos membros dos três poderes que acumulam vencimentos etc.
Enfim, existem tantos aspectos que não foram ventilados pelo Armírio que são mais engessadores da economia que o salário mínimo, obrigando-me a admitir que o pretensioso cidadão ainda tem a mente em prol dos megaespeculadores para quem foi um dos subalternos em passado recente!
O POVO É O CULPADO
A pergunta que jamais vai ser cancelada é por que sempre o povo tem sido o culpado, se não é responsável por más administrações, inflação, desvios de verbas, corrupção, desonestidade, exploração, capital volátil, enriquecimento ilícito de políticos, autoridades e empresários, vendas de partidos políticos, esbanjamentos de dinheiro público e tudo o mais.
Por outro lado, Armírio Fraga, ao analisar a situação do povo brasileiro, poderia ter feito a seguinte comparação: Se o salário mínimo está “alto”, em compensação, a aposentadoria está miserável!
27 de junho de 2014
Francisco Bendl
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