Feita a conta com base nas pesquisas mais recentes, a presidente Dilma Rousseff tem presença garantida no segundo turno, o que assenta o otimismo de parcela da oposição em sentido contrário, mais em uma aposta na tendência de queda da candidata do que na realidade da hora.
Mesmo em queda no Norte e no Nordeste, Dilma mantém-se nessas regiões num patamar de 53%, um desempenho ótimo para qualquer candidato. Mas é 34%, pouco mais de um terço do eleitorado nacional ,enquanto no resto do país (Sudeste, Sul e Centro-Oeste) onde ele é de 65% , seu porcentual é de 30%.
Esses números, que orientam as campanhas, determinam a concentração dos analistas partidários no cenário de segundo turno, no qual a possibilidade de Dilma repetir o desempenho de 2010 nos quatro principais colégios eleitorais - São Paulo, Minas, Rio e Bahia -, é considerada remota.
Naquela ocasião, ela obteve nesses Estados 26,3 milhões de votos - 4,4 milhões a mais que seu adversário, José Serra. Mesmo que reproduza o feito em São Paulo, o que é improvável, em Minas avalia-se que ela perderá por uma diferença de 3 milhões de votos. O isolamento do PT no Rio, pode levá-la a sair do Estado com 1 milhão a menos e, na Bahia, um cálculo otimista lhe dá a vitória por 1 milhão, bem menos do que na eleição anterior.
Essa estimativa, embora informal, e guardada sua imprecisão, daria à presidente 55% dos votos da Bahia, 46%, do Rio e de São Paulo e 40% de Minas. Para garantir a vitória, teria que repetir o desempenho de 2010 nos demais Estados e melhorar os índices nesses maiores colégios eleitorais.
Mais conhecido e mais crítico ao governo, até aqui, o senador Aécio Neves explora melhor as adversidades do governo e ganhou a dianteira em relação a Eduardo Campos (PSB-PE), que se movimenta com o visível cuidado de preservar o eleitor insatisfeito do PT.
Campos possivelmente se baseia na premissa de que o desejo por mudanças reflete uma rejeição maior à Dilma que ao PT, o que uma pesquisa qualitativa específica, ainda não conhecida, esclareceria melhor.
Ainda conspira contra Dilma a prioridade dada por PMDB e PT às disputas regionais, decisivas para o aumento das bancadas federais, mas que reduz o engajamento das militâncias pela aliança nacional.
Nesse contexto, O PT exibe comportamento errático, de que são exemplos a surpreendente campanha que inverte a síntese vitoriosa em 2003, da esperança contra o medo, e o descontrole do ex-presidente Lula, que investiu contra a mobilidade urbana, desdenhando o metrô e sugerindo que doravante andemos a pé.
19 de maio de 2014
João Bosco Rabello, O Estadão
Mesmo em queda no Norte e no Nordeste, Dilma mantém-se nessas regiões num patamar de 53%, um desempenho ótimo para qualquer candidato. Mas é 34%, pouco mais de um terço do eleitorado nacional ,enquanto no resto do país (Sudeste, Sul e Centro-Oeste) onde ele é de 65% , seu porcentual é de 30%.
Esses números, que orientam as campanhas, determinam a concentração dos analistas partidários no cenário de segundo turno, no qual a possibilidade de Dilma repetir o desempenho de 2010 nos quatro principais colégios eleitorais - São Paulo, Minas, Rio e Bahia -, é considerada remota.
Naquela ocasião, ela obteve nesses Estados 26,3 milhões de votos - 4,4 milhões a mais que seu adversário, José Serra. Mesmo que reproduza o feito em São Paulo, o que é improvável, em Minas avalia-se que ela perderá por uma diferença de 3 milhões de votos. O isolamento do PT no Rio, pode levá-la a sair do Estado com 1 milhão a menos e, na Bahia, um cálculo otimista lhe dá a vitória por 1 milhão, bem menos do que na eleição anterior.
Essa estimativa, embora informal, e guardada sua imprecisão, daria à presidente 55% dos votos da Bahia, 46%, do Rio e de São Paulo e 40% de Minas. Para garantir a vitória, teria que repetir o desempenho de 2010 nos demais Estados e melhorar os índices nesses maiores colégios eleitorais.
Mais conhecido e mais crítico ao governo, até aqui, o senador Aécio Neves explora melhor as adversidades do governo e ganhou a dianteira em relação a Eduardo Campos (PSB-PE), que se movimenta com o visível cuidado de preservar o eleitor insatisfeito do PT.
Campos possivelmente se baseia na premissa de que o desejo por mudanças reflete uma rejeição maior à Dilma que ao PT, o que uma pesquisa qualitativa específica, ainda não conhecida, esclareceria melhor.
Ainda conspira contra Dilma a prioridade dada por PMDB e PT às disputas regionais, decisivas para o aumento das bancadas federais, mas que reduz o engajamento das militâncias pela aliança nacional.
Nesse contexto, O PT exibe comportamento errático, de que são exemplos a surpreendente campanha que inverte a síntese vitoriosa em 2003, da esperança contra o medo, e o descontrole do ex-presidente Lula, que investiu contra a mobilidade urbana, desdenhando o metrô e sugerindo que doravante andemos a pé.
19 de maio de 2014
João Bosco Rabello, O Estadão
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