Depois de organizar um jantar, no início do mês, para um grupo de jornalistas mulheres, a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu no Palácio do Alvorada, na noite de quinta-feira, profissionais de imprensa da área esportiva.
Os encontros não decorrem de um surto comunicativo de uma presidente refratária a entrevistas, mas da tentativa de recuperar ao menos parte do prestígio que o governo perdeu nos últimos 12 meses.
A despeito do intuito publicitário que possa ter, o recente "bate-bola" destaca-se pelo interesse que Dilma mostrou pela reforma das estruturas e da gestão do esporte. Nisso a mandatária diferencia-se de seu padrinho político --o ex-presidente Lula, sempre pródigo nas metáforas futebolísticas, abraçou o atraso nesse campo.
Maior detentor de títulos em Mundiais e formador de jogadores talentosos, o Brasil está longe da excelência na organização esportiva. Nos clubes e nas federações triunfa o amadorismo, a politicagem e o desrespeito ao torcedor.
Embora algum progresso tenha se verificado nos últimos anos, a situação deixa muito a desejar. Inúmeros times do país vivem em estado quase falimentar, com dívidas descontroladas.
Estudo recente da empresa de auditoria BDO mostrou que os ganhos dos quatro grandes do futebol paulista, o mais rico do Brasil, aumentaram 90% nos últimos cinco anos. No mesmo período, contudo, o endividamento cresceu 126%.
Em valores absolutos, Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo arrecadaram R$ 1 bilhão, em 2013, contra R$ 551 milhões, em 2009, mas as dívidas saltaram de R$ 465 milhões para R$ 1 bilhão.
A presidente Dilma demonstrou simpatia pela formação de uma liga de clubes independente da CBF, a exemplo do modelo europeu. Declarou-se também favorável a punições esportivas caso os clubes não cumpram seus compromissos tributários --um enésimo programa de recuperação de dívidas com a União tramita no Congresso.
A mandatária revelou-se, ainda, interessada em conhecer os representantes do Bom Senso F.C., associação que defende causas dos atletas e propõe a racionalização do calendário futebolístico.
São sinais auspiciosos, num momento em que se abre uma oportunidade de modernização do esporte. Com todos os problemas que envolvem os preparativos para a Copa, o futebol brasileiro herdará estádios atualizados e experimentará, no torneio, um nível de organização inédito no país.
Os encontros não decorrem de um surto comunicativo de uma presidente refratária a entrevistas, mas da tentativa de recuperar ao menos parte do prestígio que o governo perdeu nos últimos 12 meses.
A despeito do intuito publicitário que possa ter, o recente "bate-bola" destaca-se pelo interesse que Dilma mostrou pela reforma das estruturas e da gestão do esporte. Nisso a mandatária diferencia-se de seu padrinho político --o ex-presidente Lula, sempre pródigo nas metáforas futebolísticas, abraçou o atraso nesse campo.
Maior detentor de títulos em Mundiais e formador de jogadores talentosos, o Brasil está longe da excelência na organização esportiva. Nos clubes e nas federações triunfa o amadorismo, a politicagem e o desrespeito ao torcedor.
Embora algum progresso tenha se verificado nos últimos anos, a situação deixa muito a desejar. Inúmeros times do país vivem em estado quase falimentar, com dívidas descontroladas.
Estudo recente da empresa de auditoria BDO mostrou que os ganhos dos quatro grandes do futebol paulista, o mais rico do Brasil, aumentaram 90% nos últimos cinco anos. No mesmo período, contudo, o endividamento cresceu 126%.
Em valores absolutos, Corinthians, Santos, Palmeiras e São Paulo arrecadaram R$ 1 bilhão, em 2013, contra R$ 551 milhões, em 2009, mas as dívidas saltaram de R$ 465 milhões para R$ 1 bilhão.
A presidente Dilma demonstrou simpatia pela formação de uma liga de clubes independente da CBF, a exemplo do modelo europeu. Declarou-se também favorável a punições esportivas caso os clubes não cumpram seus compromissos tributários --um enésimo programa de recuperação de dívidas com a União tramita no Congresso.
A mandatária revelou-se, ainda, interessada em conhecer os representantes do Bom Senso F.C., associação que defende causas dos atletas e propõe a racionalização do calendário futebolístico.
São sinais auspiciosos, num momento em que se abre uma oportunidade de modernização do esporte. Com todos os problemas que envolvem os preparativos para a Copa, o futebol brasileiro herdará estádios atualizados e experimentará, no torneio, um nível de organização inédito no país.
19 de maio de 2014
Editorial Folha de SP
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