"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 11 de maio de 2014

OS GRANDES JORNAIS AMERICANOS AGONIZAM. QUE DIZER DO BRASIL?

Artigos - Cultura
Justamente pela sua pequenez e irrelevância é que os jornais brasileiros mais facilmente estão predispostos a serem manobrados e utilizados na defesa do status quo forista e na promoção de um projeto totalitário e vermelho.

“Os Jornais Americanos estão morrendo e isso é uma boa notícia”. Com este título impactante na FrontPage Magazine o jornalista Daniel Greenfield apresenta o quadro surpreendente e crônico que aflige os jornais nos Estados Unidos.

Como iremos ver mais adiante, a situação é ainda pior do que a descrita pelo articulista. Se na realidade americana os gigantes da mídia esquerdista cambaleiam anêmicos rumo à morte certa, no Brasil o que temos é um campeonato de anões ao pior estilo “o maior anão do mundo”.
Faço a tradução e na sequência apresento meus comentários sobre o caso americano e sobre o Brasil.

Os jornais americanos estão morrendo e isso é uma boa notíciaDaniel Greenfield
“Os números são ruins. Muito ruins.

Ser proprietário de um jornal nos dias de hoje é ser proprietário de um elefante branco. Com a ressalva que elefantes brancos não possuem um sindicato. Os
números da American Enterprise Institute contam a história
.
 
Receita de Publicidade em Jornais: Ajustados para inflação, 1950-2013.
 
nwsp
Linha azul: Apenas Jornais Impressos; Linha vermelha: Incluindo Publicidade Digital e Outras.

“O gráfico atualizado acima mostra dados anuais referentes ao período de 1950 a 2013 em valores corrigidos pela inflação (2013). A linha azul representa o total da receita anual ligada a anúncios em jornal impresso (para as três categorias: nacional, varejo e classificados), e é exibido no gráfico em bilhões em dólares de 2013.

As receitas da publicidade em jornal impresso num valor de apenas US$ 17.3 bilhões de dólares em 2013 [indica uma] queda para o menor nível da publicidade impressa desde que a Newspaper Association of America começou a coletar os dados do setor em 1950. Ajustados ao dólar de 2013, as receitas de publicidade do ano passado foram $2.7 bilhões (e 13.5%) abaixo dos US$ 20 bilhões gastos em 1950, há 62 anos.
A [receita da] publicidade impressa ano passado ficou praticamente US$ 2 bilhões abaixo do patamar de US$ 19.2 bilhões em 2012, primeiro ano em que a receita ligada a publicidade impressa caiu abaixo dos níveis de 1950.
 
O declínio na propaganda em jornais impressos para o menor patamar em 63 anos é [um dado] impressionante por si só, no entanto, o declínio abrupto em anos recentes é embasbacante. A receita de publicidade em jornais impressos caiu mais de 50% apenas nos últimos cinco anos, de US$ 37.6 bilhões em 2008 para apenas US$ 17.3 bilhões no ano passado; e praticamente 70% ao longo da última década, do pico de US$ 56.9 bilhões em 2003.”
 
Este é o abismo. E os jornais americanos correm em direção a ele.
 
“Um relatório de 2011 do IBISWorld sobre “Setores Moribundos” identificou a publicação de jornais como uma das dez indústrias à beira da extinção nos Estados Unidos.”
Porém ainda não acabou. Canais de notícia na TV a Cabo serão os próximos.
 
A MSNBC é uma “Air America” e seus funcionários sabem disso. Estes não estão pensando mais na emissora como um espaço para [uma relação de] longo prazo, mas como uma plataforma para um outro espaço [emissora]. A CNN está fazendo uma transição para o info-tretenimento. E a FOX News segurará as pontas mais um tempo. [N.T.: 'Air America' foi um portentoso projeto de programa de rádio esquerdista que pretendia ser irradiado por mais de 500 emissoras afiliadas nos Estados Unidos. Acabou sendo um fracasso de público, crítica e patrocínio.]
 
Isto não significa que a Grande e Estridente Voz da Mídia Esquerdista está morta. Porém, isto significa que eles estão perdendo muita da sua autoridade. Os números relativos à credibilidade são pobres e estão cada vez mais dependendo de histrionismo e volume. Até então isso tem funcionado. Certamente isso auxiliou o Obama, mas, na internet, confiar demasiadamente em volume é arriscado.
 
As mesmas barreiras que entrincheiraram a autoridade da mídia esquerdista em meios impressos ou na televisão e no rádio são muito mais frágeis na internet. Aqui eles poderão ser derrotados. A acomodação dos mídia à internet sequestrou amplamente a autoridade moral e intelectual [dos mídia até então]. Seus portais tem mais dinheiro e atraem anunciantes maiores, porém estas podem ser apenas vantagens temporárias.
 
A morte dos jornais americanos pode ser a predição da morte do esquerdismo americano.”
(Fonte: http://www.frontpagemag.com/2014/dgreenfield/the-american-newspaper-is-dead-and-its-a-good-thing/)
 
O caso apresentado pelo Daniel Greenfield é ainda mais dramático ao se acrescentar dois dados cruciais à análise. No período 1950-2013, a população dos Estados Unidos dobrou (de 151 milhões para 308 milhões) e o PIB ajustado aumentou 7 vezes (em dólares de 2009: US$ 2.27 trilhões para US$ 15.94 trilhões).
Regredir abaixo do nível de 1950 num panorama de uma economia 7 vezes maior (mais riqueza circulante) e com o dobro da população (mais consumidores) é incomparavelmente mais catastrófico do que a situação demonstrada pelo gráfico.
Caso essas duas informações (i.e. PIB-per-capita) fossem relacionadas ao gráfico, a linha estaria não no mesmo patamar, mas muito abaixo do nível de 1950.

E o que dizer do Brasil? 


 São bem conhecidas as características atuais do jornalismo do Brasil: péssima qualidade, o absoluto descompromisso com a Verdade, a total ausência de espírito investigativo (substituído por um espírito 'acobertativo' muito nefasto), a imaturidade e o compromisso com agendas que não interessam ao brasileiro, mas que mesmo assim nos são impostas (leia ‘
O Mínimo...’ pg. 261 e seguintes).
Tudo isto se traduz na total irrelevância desses meios de informação à vida nacional e num fracasso que é retumbante e, provavelmente, sem par.
Dizer que os jornais brasileiros são irrelevantes à vida nacional é dizer algo “da boca pra fora”?
Não. Pois é precisamente isto que os dados fornecidos pelos próprios jornais indicam!

O Brasil tem 201 milhões de habitantes. A Folha de São Paulo - “O Maior Jornal Brasileiro” - tem uma tiragem média de 300.000 exemplares diários. O comunistão, digo, o Estadão (que nasceu como um folhetim para a compra e venda de seres humanos) tem uma tiragem de uns 180.000 exemplares diários. Ao passo que o Jornal do Brasil chegou ao ponto de desistir da ideia de vender jornal impresso, tendo refugiado-se no mundo digital.

Um jornal regional como o Zero Hora, o mais tradicional entre os gaúchos, possui uma tiragem mensal de 185.000 exemplares. Isso significa que o diário de maior circulação no Brasil é incapaz de chegar a 0,2% da população num único dia.

Os números referentes ao Brasil tornam-se ainda mais pálidos e vergonhosos quando comparados com os de outros países.

O Japão possui 120 milhões de habitantes (são 80 milhões de habitantes a menos que o Brasil). A tiragem diária do Yomiuri Shimbun alcança a impressionante marca de
10.000.000 (dez milhões de exemplares /dia) sendo considerado o campeão mundial em circulação. Já o Asahi Shimbun imprime 8.000.000 (oito milhões de exemplares /dia). Por sua vez, o Mainichi Shimbun, o menor entre eles, imprime “apenas” 4.000.000 (quatro milhões de exemplares /dia). Não são os únicos jornais que circulam no Japão, tão somente os três maiores. Seria isso consequência do maior poder aquisitivo e do elevado nível cultural dos japoneses?
 
A Índia com seus 1 bilhão e 200 milhões de habitantes (boa parte dos quais muito pobres) possui pelo menos 25 jornais com mais de 1 milhão de leitores diários (na Índia, um exemplar é lido por diversas pessoas). Somados, esses 25 jornais alcançam a fabulosa quantia de 144.000.000 (cento e quarenta e quatro milhões de leitores, 12% da população).

Com o diferencial que não existe um idioma “indiano”, o que existe na Índia é uma multiplicidade de idiomas como o hindi, o tâmil, o telugu, o bengali, o marathi, o malayalam, o inglês, entre outros, de modo que cada grupo linguístico possui seus grandes jornais. Por exemplo, existem 38 milhões de falantes do idioma malayalam. O maior jornal neste idioma – o Malayala Manorama – possui uma tiragem superior a 2.000.000 (dois milhões de exemplares /dia). Outro detalhe que torna ainda mais impressionante o caso indiano: 1 a cada 4 indianos são analfabetos!
 
Dado o exposto, resta patente a irrelevância e a imensa incompetência e pequenez dos 'jornaleiros' do Brasil que conseguem perder até mesmo para o Granma editado pelo Comitê Central do Partido Comunista Cubano (!!!) o qual, estima-se, imprime pouco menos de 700 mil exemplares diários.
 
Não é possível inculpar unicamente o desprezo do brasileiro pelo conhecimento e a sua falta de hábito de leitura ou a um mercado editorial que – de fato – é muito pequeno (em 2012 as editoras brasileiras registraram faturamento de R$ 5 bilhões, dos quais, R$ 1,3 bilhões foram compras do governo) (1) – ocorre que o produto é ruim! E a causa dessa ruindade, penso eu, pode ser atestada através de uma simples visita ao Sindicato dos Jornalistas 'Profissionais' do Rio e ao Sindicato Jornalistas de São Paulo com suas oficinas de esquerdismo, com suas ações de repúdio à Rachel Sheherazade, ao Jair Messias Bolsonaro e ao Marco Feliciano (e outros “fascistas” (sic)), em palestras de um deputado como o Chico Alencar, do PSoL, fazendo loas ao excomungado “Frei” Tito, ou com o seu antimilitarismo sempre dirigido contra a PM (os traficantes agradecem) e uma imensa má vontade (esquecendo-se totalmente de episódios heróicos como este) e ainda com atitudes parciais e anti-profissionais. Enfim, uma infinidade de bandeiras e ativismos que pouco importam ao brasileiro ou às quais o brasileiro se opõe, malgrado o bloqueio deliberado e a deformação monstruosa que a classe impõe aos brasileiros, impedindo-os de conhecer as vozes contrárias.

Com uma classe jornalística que teima em não dar a notícia (ou dá a notícia com 10 anos de atraso, no mínimo) e que se esforça em empurrar uma agenda ideológica fazendo
falsoativismo no lugar de jornalismo, não é de se impressionar que o maior entre os jornais brasileiros seja superado até mesmo por um folhetim do Partido Comunista.
E justamente pela sua pequenez e irrelevância é que os jornais brasileiros mais facilmente estão predispostos a serem manobrados e utilizados na defesa do status quo forista e na promoção de um projeto totalitário e vermelho. O nanismo da assim chamada “grande mídia” impressa brasileira (“o maior anão do mundo”) faz com que ela seja simultaneamente barata para subornar e frágil para atacar, caso porventura venha a rebelar-se.

Diferente, porém, dos comunistas e dos comunistas-bolivarianos que fecham jornais, censuram e assassinam jornalistas, cortam verbas publicitárias e asfixiam empreendimentos privados, etc., faz-se necessário enfrentar a malversação do jornalismo seguindo o bom conselho de Dom Pedro II: “a imprensa se combate com mais imprensa”.

Num mercado carente de bons produtos jornalísticos como o Brasil, aquele que ousar e oferecer um produto bom e verdadeiro terá a bem-aventurança de um imenso sucesso num mercado tão grande quanto o Brasil. Iniciativas como o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara, a
Rádio Vox, o sucesso de público e crítica de colunistas como o Felipe Moura Brasil, a defesa popular de jornalistas como a Rachel Sheherazade e o Paulo Eduardo Martins, a popularidade de políticos (!!!) como o Jair Messias Bolsonaro e do Marco Feliciano, e um best-seller como O Mínimo …, são provas disso!

Porém, os que persistirem no erro, persistirão apenas enquanto for conveniente ao movimento revolucionário a presença de um arremedo de imprensa. (2)

Notas:
(1) Para fins de comparação: a Barnes&Noble, uma única livraria americana, declarou em 2012 o faturamento de R$ 16 bilhões de reais.
(2) Vem a calhar citar – como uma advertência – uma passagem do primeiro livro do Ion Mihai Pacepa intitulada “Uma Aula de Comunismo” dada pela Elena Ceausescu (esposa do ditador romeno Nicolae Ceausescu) durante um dos seus ataques de fúria contra um membro do primeiro escalão da nomenclatura e que demonstra bem o tipo de “fidelidade” da liderança comunista com seus servidores: “(...) o Partido é o Camarada e eu! (…) [os membros do Comitê Político Executivo] são um bando de criaturas miseráveis que até ontem eram m#rda e hoje possuem limousines. Isso é tudo o que eles são. O Camarada e eu os limpamos e os colocamos lá. Quando nós não precisarmos deles mais, eles serão m#rda novamente. Você está me entendendo? (…) Isto é Comunismo, Monsieur, caso você ainda não tenha entendido. (…) Você é recompensado apenas enquanto você é útil ao Partido.” (Red Horizons. Ed. Regnery Gateway. 1990. pg. 217-218) Esta é a paga que os 'jornaleiros' brasileiros poderão esperar caso persistam com seu fingimento e ocultação até a consumação plena do projeto em curso.

11 de maio de 2014
Francis Lauer é tradutor.

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