Aconteceu outra vez no Senado, quarta-feira. Debatia-se a nova lei tipificando o terrorismo quando a turma do “deixa disso” entrou em campo e adiou a discussão e a votação para nunca mais. Assim como fizeram os senadores, dias atrás, deixando de cumprir compromisso assinado por todos os líderes para a criação de novas regras que diminuiriam a dívida dos Estados e Municípios com a União.
Agora, a protelação é mais absurda. A pretexto de não contrariar manifestantes que ganham as ruas para protestar contra maus serviços públicos, gastos com a Copa do Mundo e outras questões, o Senado saltou de banda. Adiantou pouco senadores como Aloísio Nunes Ferreira e Pedro Taques lembrarem que terroristas e manifestantes pacíficos fazem parte de tribos distintas, ainda que possam misturar-se nas avenidas das principais cidades. Para dissociá-los é que existe a polícia. Aqueles que depredam, invadem e agora até matam, precisam ser identificados, investigados e enjaulados, porque são terroristas. Já os que protestam, mesmo interrompendo o tráfego e perturbando a ordem, exercem um direito constitucional inequívoco.
A solução não pode ser nivelá-los num único denominador e, por cautela ou malandragem, deixar de prender e punir os animais. Basta ver como se apresentam: uns portando artefatos, bombas e facas. Outros, no máximo levando lenços molhados para evitar os efeitos do gás lacrimogêneo e do spray de pimenta. Confundi-los pode ser comum no auge das manifestações, mas em quinze minutos dá para saber quem é quem. Mandar estes para casa e aqueles para a cadeia.
O que se verificou entre os senadores foi demagogia, já que os manifestantes ditos pacíficos votam. Podem influir nas tentativas de reeleição. Os outros devem perder a liberdade e, com ela, seus direitos políticos. O grotesco nessa decisão do Senado foi verificar ter sido superada a dicotomia entre situação e oposição. Gente de lá e de cá opinou pró e contra o projeto. Prevaleceu a maioria ávida de agradar a todos, manifestantes e terroristas.
RAZÕES EXPLÍCITAS
Aumenta o ritmo das diatribes e acusações da presidente Dilma aos seus adversários. Com duas pedras na mão, ela investe contra grupos e partidos, mesmo sem fulanizar os alvos. Há quem suponha, no fundo dessa postura violenta e virulenta, a necessidade de reafirmar sua candidatura ao segundo mandato. E se é levada a tais exageros, será por algum motivo. Estaria imaginando dificuldades futuras para reeleger-se?
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