O economista José Roberto Mendonça de Barros disse que houve, no segundo semestre deste ano, uma rápida deterioração das expectativas dos empresários. “As empresas se convenceram de que o país vai continuar crescendo pouco e, por isso, estão reduzindo investimentos e determinando cortes de gastos. Isso preocupa porque adia a recuperação.”
Ele disse que, nos contatos com empresas de várias áreas, notava que a previsão que faziam era de um período curto de baixo crescimento; agora a perspectiva mudou.
— Isso altera o comportamento da empresa, que em vez de ficar em compasso de espera, toma decisões como a de não dar descontos, reduzir custos drasticamente, postergar investimentos. Isso sozinho já produz o efeito negativo de manter o baixo crescimento — diz José Roberto, da MB Associados.
A consultoria dele está prevendo um crescimento de 1,9% no ano que vem. O que é um pouco menos do que este ano. A inflação deve ficar em 6%.
A agricultura, segundo Mendonça de Barros, não deve repetir o forte crescimento de dois dígitos de 2013.O número deste ano foi resultado em parte do bom desempenho do setor, mas também do fato de que a produção foi comparada com uma base baixa do ano anterior. Na indústria, não deve ser diferente:
— O setor automotivo vai trabalhar com uma sobra de 1,5 milhão de veículos, quando todas as fábricas estiverem funcionando. Já está atualmente com estoque.
O balanço de pagamentos deve ser beneficiado pela desvalorização cambial mais acentuada, que vai impulsionar as exportações e reduzir importações. Por outro lado, será um empurrão a mais na inflação.
— A política monetária vai depender do câmbio — acredita Mendonça de Barros.
O economista sustenta que pior do que os números fracos é o ambiente negativo entre empresas provocado por vários problemas que foram se acumulando. Um deles, a situação crítica do setor elétrico:
— Com o perdão da expressão, mas o setor elétrico está em estado de choque. Descapitalizado, sem horizonte para investir e sem saber quando a situação se normaliza após a intervenção do ano passado. A Petrobras também está descapitalizada. Esses são dois pesos importantes para a economia. Nós estamos acumulando problemas em várias áreas — disse.
Desse tipo de questão se fala em virada de ano, para que seja corrigida. Há o que fazer para aumentar o ânimo desses empresários que estão pondo investimentos na gaveta. Mendonça de Barros disse que as concessões licitadas, mesmo sendo feitas “no apagar das luzes”, destravou um pouco o investimento.
O ano de 2014 é eleitoral e normalmente o governo aumenta o gasto para tentar produzir um clima de mais otimismo. Se isso acontecer, terá o efeito inverso: de piorar as expectativas dos empresários já preocupados com a questão fiscal. Atualmente, esse tema assusta até os economistas que costumavam defender a política econômica.
O temor do governo é de que haja um rebaixamento da nota do Brasil em 2014. Economistas que ouvi acham que, por ser um ano eleitoral, as agências vão preferir adiar. Elas já alertaram. Não vão querer provocar maiores tremores no ano que vem.
Mas se o quadro fiscal continuar se deteriorando, na visão de Mendonça de Barros, o ano de 2015 também será difícil. O país estaria então completando o quinto ano de baixo crescimento e sob o risco de rebaixamento da nota. Por isso, o melhor seria começar a ajustar as contas já no ano que vem, mesmo sendo um ano eleitoral. O maior dos riscos, no entanto, é continuar esse desânimo entre os empresários, detectado por Mendonça de Barros.
Ele disse que, nos contatos com empresas de várias áreas, notava que a previsão que faziam era de um período curto de baixo crescimento; agora a perspectiva mudou.
— Isso altera o comportamento da empresa, que em vez de ficar em compasso de espera, toma decisões como a de não dar descontos, reduzir custos drasticamente, postergar investimentos. Isso sozinho já produz o efeito negativo de manter o baixo crescimento — diz José Roberto, da MB Associados.
A consultoria dele está prevendo um crescimento de 1,9% no ano que vem. O que é um pouco menos do que este ano. A inflação deve ficar em 6%.
A agricultura, segundo Mendonça de Barros, não deve repetir o forte crescimento de dois dígitos de 2013.O número deste ano foi resultado em parte do bom desempenho do setor, mas também do fato de que a produção foi comparada com uma base baixa do ano anterior. Na indústria, não deve ser diferente:
— O setor automotivo vai trabalhar com uma sobra de 1,5 milhão de veículos, quando todas as fábricas estiverem funcionando. Já está atualmente com estoque.
O balanço de pagamentos deve ser beneficiado pela desvalorização cambial mais acentuada, que vai impulsionar as exportações e reduzir importações. Por outro lado, será um empurrão a mais na inflação.
— A política monetária vai depender do câmbio — acredita Mendonça de Barros.
O economista sustenta que pior do que os números fracos é o ambiente negativo entre empresas provocado por vários problemas que foram se acumulando. Um deles, a situação crítica do setor elétrico:
— Com o perdão da expressão, mas o setor elétrico está em estado de choque. Descapitalizado, sem horizonte para investir e sem saber quando a situação se normaliza após a intervenção do ano passado. A Petrobras também está descapitalizada. Esses são dois pesos importantes para a economia. Nós estamos acumulando problemas em várias áreas — disse.
Desse tipo de questão se fala em virada de ano, para que seja corrigida. Há o que fazer para aumentar o ânimo desses empresários que estão pondo investimentos na gaveta. Mendonça de Barros disse que as concessões licitadas, mesmo sendo feitas “no apagar das luzes”, destravou um pouco o investimento.
O ano de 2014 é eleitoral e normalmente o governo aumenta o gasto para tentar produzir um clima de mais otimismo. Se isso acontecer, terá o efeito inverso: de piorar as expectativas dos empresários já preocupados com a questão fiscal. Atualmente, esse tema assusta até os economistas que costumavam defender a política econômica.
O temor do governo é de que haja um rebaixamento da nota do Brasil em 2014. Economistas que ouvi acham que, por ser um ano eleitoral, as agências vão preferir adiar. Elas já alertaram. Não vão querer provocar maiores tremores no ano que vem.
Mas se o quadro fiscal continuar se deteriorando, na visão de Mendonça de Barros, o ano de 2015 também será difícil. O país estaria então completando o quinto ano de baixo crescimento e sob o risco de rebaixamento da nota. Por isso, o melhor seria começar a ajustar as contas já no ano que vem, mesmo sendo um ano eleitoral. O maior dos riscos, no entanto, é continuar esse desânimo entre os empresários, detectado por Mendonça de Barros.
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