"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

DE VOLTA PARA O PASSADO 1

O herói de 1981 reaparece 32 anos mais velho para enterrar a filha e dois netos


tarja-an-melhores-do-ano-2013

PUBLICADO EM 22 DE MARÇO


Foto: Carlos Mesquita/reprodução

No verão de 1981, durante os temporais que mataram 67 pessoas em Petrópolis, o fotógrafo Carlos Mesquita eternizou a imagem do pedreiro Jamil Luminato carregando sob a chuva o corpo de uma criança. A dramaticidade da cena rendeu um prêmio Esso a Mesquita, morto no ano passado. Jamil voltou a submergir no anonimato.
Nesta quinta-feira, Jamil reapareceu nas pri
meiras páginas 32 anos mais velho, mas sempre ao lado de vítimas das chuvas. Desta vez, as imagens mostram o pedreiro da Região Serrana do Rio enterrando a filha Drucilane Luminato, 37, e os netos Rodrigo de Oliveira Valle Júnior, 4, e João Vitor Alves do Valle, 2.

“A gente sabe que lá é área de risco”, disse à Folha. “Mas vamos para onde? Não temos condição de comprar um apartamento”. Jamil continua onde morava em 1981, a poucos metros da casa em que a filha morava. Ambos se enquadram na categoria de culpados que a presidente Dilma Rousseff inaugurou na semana passada.

“Não pode deixar construir”, irritou-se a chefe de governo. “É uma situação muito preocupante, porque as pessoas não saem. Quando for dito que é uma questão de emergência, as pessoas têm que sair. Têm de ter essa consciência”. O tortuoso raciocínio de Dilma é desmontado por duas frases de Jamil. “Se tivesse condições de sair, saía. Mas foi o que conseguimos construir com nosso dinheiro”.


Daniel Marenco/Folhapress

Veja também: As 6 mil casas prometidas por Dilma agora são 4.702 e nenhuma saiu do papel

26 de dezembro de 2013
in Augusto Nunes, Veja

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