O grande jornalista Carlos Chagas registrou, aqui no Blog da Tribuna, que em Brasília não se fala em outra coisa, desde que foi decretada a prisão dos mensaleiros . Os rumores são de que Joaquim Barbosa pediria aposentadoria em março, para sair candidato a presidente da República.
Essa especulação atingiu em cheio o Palácio do Planalto e o PT. É tudo que a presidente Dilma Rousseff não quer ouvir. Ela continua apostando que o as pesquisas serão favoráveis e o PT vai lhe garantir a legenda. Mas se Joaquim Barbosa entrar na disputa, como se especula na capital, o quadro muda inteiramente.
A presidente Dilma realmente tem motivos para se preocupar. O ministro Barbosa parece estar em campanha 24 horas por dia. Ontem, Dia Nacional da Consciência Negra, ele apareceu em grande destaque na principal coluna de O Globo (de Ancelmo Gois), que é reproduzida em um número enorme de jornais espalhados pelo Brasil. Com chamada na primeira página, foi publicado um texto assinado por Barbosa, incisivo e fortíssimo, sobre a situação dos negros em nosso país. Nada mais eleitoral do que isso.
DE CABEÇA PARA BAIXO
Se Barbosa realmente for candidato, o cenário eleitoral vira de cabeça para baixo, ninguém sabe o que poderá acontecer. O partido ao qual ele se filiaria nem interessa. Não lhe faltam legendas, e certamente não foi por mera coincidência que o PDT anunciou na semana passada que está desembarcando da candidatura de Dilma, a pretexto de um possível apoio ao governador Eduardo Campos. Será um despiste? Dizer uma coisa e fazer outra?
Lula está na expectativa, porque a candidatura de Barbosa significaria o fim das pretensões de Dilma à reeleição. A eleição, com certeza, iria para o segundo turno. Por isso, o PT teria de recorrer a ele como salvação da lavoura.
Ser candidato é tudo que Lula deseja, mas sabe que enfrentar Joaquim Barbosa será uma empreitada muito difícil do que simplesmente atropelar Aécio Neves (ou Serra) e Eduardo Campos (ou Marina), o que até Dilma consegue.
Bem, este é o quadro atual. Parodiando a genial escritora britânica Virginia Woolf, podemos perguntar: “Quem tem medo de Joaquim Barbosa?” E a resposta será: “Todos, inclusive Lula, que de certa forma se beneficia com a candidatura do presidente do Supremo”.
21 de novembro de 2013
Carlos Newton
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