Assim que ler as primeiras linhas deste texto, um amigo querido vai comentar: “Lá vai o Reinaldo contestar até o PSOL…” Ele acha que compro brigas demais, algumas, diz ele, irrelevantes. Até tendo a achar que ele tem razão. Mas sabe como é… O sapo tem uma natureza, e eu, um rottweiler, também…
Sim, vou falar do PSOL. Sim, vou tratar do lançamento da pré-candidatura do senador Randolfe Rodrigues (AP) à Presidência da República. Sim, numa primeira mirada, não tem importância nenhuma. Leiam o que informa Gabriela Guerreiro na Folha Online. Volto em seguida.
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O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) lançou nesta quinta-feira (21) sua pré-candidatura à Presidência da República. Com o discurso de que será um candidato “legitimamente de esquerda”, o senador disse que seu objetivo é fazer um contraponto às demais candidaturas já colocadas para 2014.
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O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) lançou nesta quinta-feira (21) sua pré-candidatura à Presidência da República. Com o discurso de que será um candidato “legitimamente de esquerda”, o senador disse que seu objetivo é fazer um contraponto às demais candidaturas já colocadas para 2014.
O PSOL ainda vai definir o nome de seu candidato à Presidência em congresso que será realizado no final de novembro. A ex-deputada Luciana Genro (PSOL-RS) vai disputar internamente com Randolfe a candidatura da sigla ao Palácio do Planalto –mas o senador tem o apoio da cúpula da sigla, incluindo o presidente Ivan Valente (PSOL-SP).
Randolfe disse que sua candidatura não será de “protesto” e sua disposição é entrar na disputa para ser eleito ao Palácio do Planalto — se o PSOL formalizar o seu nome. “Eu quero no dia primeiro de janeiro de 2015 subir a rampa do Planalto como presidente eleito. Vamos disputar para isso.”
Valente afirmou que Randolfe deve ser escolhido por ser jovem e disposto a viajar pelo país para divulgar as bandeiras do PSOL. O presidente da sigla disse que não há espaço para o PSOL fazer candidaturas de protesto depois que o partido elegeu o governador do Amapá e quase chegou à Prefeitura do Rio de Janeiro. “O PSOL está em processo de crescimento”, afirmou.
A principal bandeira da campanha do senador será a ampliação dos gastos públicos e investimentos em saúde e educação se conseguir ser eleito, na contramão do que prega o governo federal. Randolfe disse que a presidente Dilma Rousseff, que deve disputar a reeleição, e os pré-candidatos Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE) são “reféns” do tripé econômico internacional (câmbio flutuante, superavit primário e meta inflacionária).
“O dogma das metas de inflação, altas taxas de juros e câmbio flutuante são bandeiras comuns de todos os candidatos. Todos são contra ampliar os investimentos públicos. Como não ter agentes de saúde mesmo com o povo precisando de mais atendimento na saúde, mas ter recursos para favorecer o mercado financeiro? Nós sabemos a quem vamos atender”, afirmou.
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O PSOL vai tentar firmar coligação com o PSTU e o PCB, dois partidos de esquerda, mas ambos já sinalizaram que terão candidatos próprios à Presidência. A cúpula do PSOL diz que fará uma campanha presidencial de baixo custo, com o apoio de sua militância, sem a doação de grandes empresas –como as do agronegócio, bancos ou instituições financeiras, empreiteiras e as que detém monopólios internacionais. “Não vai ter jatinho, vamos voar de aviões de carreira, andar de barco, até na caçamba de caminhão”, disse a ex-senadora Marinor Brito (PSOL-PA).
Voltei
Eu me nego a debater o que o senador diz ser “dogma” — até porque, se dogma fosse, deveria mesmo ser preservado. Como dogma não é e como há pessoas estúpidas o bastante para achar que se podem ignorar marcos da estabilidade, discutir o assunto é dar asas a estúpidos.
O meu ponto é outro. Vocês viram como ficou a reitoria da USP depois da mais recente invasão. Perdia para um chiqueiro. Violência, desrespeito ao bem público, delírio… O PSOL de Randolfe, o fofo, foi um dos comandantes da invasão. Ainda hoje, o partido impede alguns cursos da FFLCH da universidade de ter aula, em nome de uma greve que não existe. Alunos e professores passam por intimidação. Há um clima de ameaça.
No Rio, o PSOL comandou a aloprada greve dos professores, em parceria declarada, assumida por escrito, com os black blocs. Só os pobres se danaram. Só os pobres se ferraram. Não obstante, Randolfe é um do queridinhos da imprensa em Brasília, com seu jeitinho manso, e Marcelo Freixo é o ópio dos subintelectuais do Rio e dos socialistas do Complexo da Ideologia Alemã (Leblon, Ipanema e Copacabana). Recente vídeo de globais convocando um protesto, com endosso ao quebra-quebra, era expressão desse jeito Freixo de ser.
Não fosse a violência que essa gente promove cotidianamente nas universidades e no movimento sindical, eu deixaria Randolfe de lado. Mas não deixo, não. Ah, sim: Randolfe não é consenso no partido, não, tá? Há quem o ache moderado demais.
21 de novembro de 2013
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