"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

COMANDANTE SEM COMANDADOS...

O exército fantasma do comandante Dirceu foi dizimado sem ter entrado em combate


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Em agosto de 2005, despejado da chefia da Casa Civil pela descoberta da grande roubalheira, José Dirceu resolveu assumir ostensivamente o comando do colosso paramilitar aquartelado na imaginação sempre fértil do guerrilheiro de festim diplomado em Cuba.
“Vou percorrer o país para mobilizar militantes do PT, dos sindicatos e dos movimentos sociais”, ameaçou o ainda deputado federal num encontro da companheirada em São Paulo.
“Temos de defender o governo de esquerda do presidente Lula do golpe branco tramado pela elite e por conservadores do PSDB e do PFL”.

Um ataque de tropas lideradas por José Dirceu só consegue matar de rir, registrou o post que desmontou a dupla tapeação: o que o orador pretendia defender com a entrada em ação do exército fantasma era o próprio mandato parlamentar.
O comandante sem comandados passou as semanas seguintes mendigando votos até entre os contínuos da Câmara, amargou a cassação em dezembro e caiu fora do Congresso chamando o porteiro de “Vossa Excelência”. Encerrada a ofensiva inaugural que não houve, as tropas invisíveis a olho nu foram recolhidas ao acampamento imaginário.

Ali ficaram até agosto de 2012, quando o chefe do esquema criminoso decidiu intimidar o Supremo Tribunal Federal às vésperas do início do julgamento do mensalão. “Todos sabem que este julgamento é uma batalha política”, reincidiu o general da banda podre no congresso nacional de uma certa União da Juventude Socialista. “Essa batalha deve ser travada nas ruas também, porque senão a gente só vai ouvir uma voz, a voz pedindo a condenação, mesmo sem provas. É a voz do monopólio da mídia. Eu preciso do apoio de vocês”.

Os ministros que tratassem de inocentar os culpados, advertiu. Caso ousassem enxergar a montanha de provas e evidências que incriminavam o declarante e seus comparsas, o comandante não hesitaria em sublevar a imensidão de “companheiros das forças progressistas e dos movimentos populares”.

Qualquer torcida organizada de time de futebol tem mais militantes que o PT, replicou a coluna em outro post. Assembleias organizadas por sindicalistas pelegos são menos concorridas que reunião de condomínio.
Sem duplas sertanejas, cerveja, tubaína e mortadela, as celebrações do Dia do Trabalho juntariam menos gente que quermesse de lugarejo. Todos os movimentos sociais morreriam de inanição uma semana depois de suprimida a mesada federal. O palavrório beligerante, portanto, era só mais um blefe do jogador falastrão.

E se o STF resolvesse pagar para ver?

Foi o que fez o ministro Joaquim Barbosa. E então o embuste virou cinza, feito vampiro de filme B confrontado com um crucifixo. Dirceu estava entrincheirado no sítio em Vinhedo quando foi condenado à prisão.
Estava de sunga branca numa praia da Bahia quando soube que seria obrigado a bronzear-se no pátio da cadeia. Para livrar-se da traseira do camburão, entregou-se espontaneamente à Polícia Federal. Mas nenhum canastrão de nascença resiste à tentação do patético. E Dirceu achou uma boa ideia posar para as câmeras com o punho esquerdo cerrado apontando para o céu.

Excitados pelo gesto do comandante, enfim deram as caras nas ruas os combatentes dispostos a matar ou morrer pelo guerreiro do povo brasileiro. Como atesta a imagem abaixo, cabem numa foto. Pelo que se vê, não amedrontam nem um pelotão de escoteiros aprendizes.
Seriam neutralizados em poucos minutos por qualquer pelotão que agrupasse um oficial psiquiatra e meia dúzia de enfermeiros armados de tranquilizantes e camisas-de-força.

(Foto: Ivan Pacheco)
(Foto: Ivan Pacheco)

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