Artigo escrito originalmente em espanhol pelo venezuelano Alfredo Michelena. Tradução de Walter Barreto.
Nosso problema não é apenas sobre direitos humanos e democracia ou crise humanitária, mas sobre a articulação do regime com grupos e países com interesses geopolíticos e criminosos na Venezuela.
O caminho das discussões acadêmicas, políticas e até mesmo linguística para caracterizar a organização do poder na Venezuela chavista, consumiu muito tempo, e tem sido difícil chegar a um acordo sobre a melhor maneira de nos livrarmos desse flagelo que nos esmaga sem que haja uma definição completa e correta.
(NT: é o mesmo que vc estar doente: a doença tem de ser perfeitamente identificada para que se possa utilizar o remédio mais adequado).
Recentemente nos círculos acadêmicos, nos corredores das chancelarias e nas organizações internacionais, começamos a aceitar que estamos em uma ditadura.
Diferentes caracterizações surgiram nesses longos anos, entre elas, neo-ditadura, autoritarismo, autoritarismo competitivo e totalitarismo, sem esquecer o fascismo.
Catalogar o que a Venezuela passa como uma ditadura não foi uma tarefa fácil. Formalmente, a OEA, por exemplo, não conseguiu falar em “ruptura do fio constitucional”, mas de “violação”. Até menos. Foi necessário criar um grupo extra da OEA, o Grupo Lima, para ser mais claro e contundente e falar em “ruptura”.
Hoje há alguns membros, como o Chile, que temem o termo ditadura e preferem dizer que “não há democracia”.
Uma transição mais fácil foi passar de governo para regime.
Entende-se que em um ‘Governo’ exista uma preocupação com a alternância do poder, enquanto que em um ‘Regime’ a intenção é de se perpetuar no comando, impondo uma hegemonia e redefinindo o modelo econômico, político e até mesmo cultural de um País.
Agora percebemos o caráter de delinquência do regime. Primeiro, falamos em ser um país sequestrado por criminosos que se apropriaram da riqueza e das instituições para exercer seu controle sobre o território e o povo. É uma figura metafórica que nos permite entender o tipo de relacionamento entre nós e aqueles que nos submetem.
Ali Baba e os Quarenta ladrões.
Então nos damos conta de que o assunto é mais sério. Alguns apontam para a questão do tráfico de drogas para caracterizar a Venezuela como um “narco-estado”.
Mas eles ficam aquém.
Esses ‘sequestradores’ são internacionalmente articulados a uma série de forças e interesses, em particular com organizações e governos, todos perseguindo seus interesses geopolíticos ou criminosos, e não apenas drogas.
Por esta razão preferimos falar de pranato, neologismo vindo de outro: pran.
Ele vem do submundo do crime venezuelano e identifica o chefe ou capo dos prisioneiros em uma prisão cuja rede criminosa se estende para fora da prisão.
Usamos pranato em vez de regime, porque ele vai além, significando uma articulação ou aliança com forças criminosas organizadas.
Nele, não só estão inseridos os chavistas venezuelanos, militares corruptos, Cuba e os bolivarianos burgueses, mas também grupos de guerrilha como as FARC e o ELN, potências extra regionais, como Rússia, China e Irã e movimentos radicais islâmicos, além de grupos e membros criminosos locais e internacionais do Fórum de São Paulo.
Mas nosso problema não é apenas sobre direitos humanos e democracia ou crise humanitária. O pranato venezuelano fazendo parte das “organizações criminosas transnacionais” é também uma “ameaça mais imediata ao nosso hemisfério”, como Rex Tillerson ex-secretário de Estado dos EUA disse.15 de março de 2019
Nosso problema não é apenas sobre direitos humanos e democracia ou crise humanitária, mas sobre a articulação do regime com grupos e países com interesses geopolíticos e criminosos na Venezuela.
O caminho das discussões acadêmicas, políticas e até mesmo linguística para caracterizar a organização do poder na Venezuela chavista, consumiu muito tempo, e tem sido difícil chegar a um acordo sobre a melhor maneira de nos livrarmos desse flagelo que nos esmaga sem que haja uma definição completa e correta.
(NT: é o mesmo que vc estar doente: a doença tem de ser perfeitamente identificada para que se possa utilizar o remédio mais adequado).
Recentemente nos círculos acadêmicos, nos corredores das chancelarias e nas organizações internacionais, começamos a aceitar que estamos em uma ditadura.
Diferentes caracterizações surgiram nesses longos anos, entre elas, neo-ditadura, autoritarismo, autoritarismo competitivo e totalitarismo, sem esquecer o fascismo.
Catalogar o que a Venezuela passa como uma ditadura não foi uma tarefa fácil. Formalmente, a OEA, por exemplo, não conseguiu falar em “ruptura do fio constitucional”, mas de “violação”. Até menos. Foi necessário criar um grupo extra da OEA, o Grupo Lima, para ser mais claro e contundente e falar em “ruptura”.
Hoje há alguns membros, como o Chile, que temem o termo ditadura e preferem dizer que “não há democracia”.
Uma transição mais fácil foi passar de governo para regime.
Entende-se que em um ‘Governo’ exista uma preocupação com a alternância do poder, enquanto que em um ‘Regime’ a intenção é de se perpetuar no comando, impondo uma hegemonia e redefinindo o modelo econômico, político e até mesmo cultural de um País.
Agora percebemos o caráter de delinquência do regime. Primeiro, falamos em ser um país sequestrado por criminosos que se apropriaram da riqueza e das instituições para exercer seu controle sobre o território e o povo. É uma figura metafórica que nos permite entender o tipo de relacionamento entre nós e aqueles que nos submetem.
Ali Baba e os Quarenta ladrões.
Então nos damos conta de que o assunto é mais sério. Alguns apontam para a questão do tráfico de drogas para caracterizar a Venezuela como um “narco-estado”.
Mas eles ficam aquém.
Esses ‘sequestradores’ são internacionalmente articulados a uma série de forças e interesses, em particular com organizações e governos, todos perseguindo seus interesses geopolíticos ou criminosos, e não apenas drogas.
Por esta razão preferimos falar de pranato, neologismo vindo de outro: pran.
Ele vem do submundo do crime venezuelano e identifica o chefe ou capo dos prisioneiros em uma prisão cuja rede criminosa se estende para fora da prisão.
Usamos pranato em vez de regime, porque ele vai além, significando uma articulação ou aliança com forças criminosas organizadas.
Nele, não só estão inseridos os chavistas venezuelanos, militares corruptos, Cuba e os bolivarianos burgueses, mas também grupos de guerrilha como as FARC e o ELN, potências extra regionais, como Rússia, China e Irã e movimentos radicais islâmicos, além de grupos e membros criminosos locais e internacionais do Fórum de São Paulo.
Mas nosso problema não é apenas sobre direitos humanos e democracia ou crise humanitária. O pranato venezuelano fazendo parte das “organizações criminosas transnacionais” é também uma “ameaça mais imediata ao nosso hemisfério”, como Rex Tillerson ex-secretário de Estado dos EUA disse.15 de março de 2019
Walter Barreto
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