A grande mídia não deu a menor repercussão à importante declaração do general Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, na última sexta-feira, dia 8, durante entrevista a Roberto D’Ávila na GloboNews. O único site a tratar do assunto foi o G1, da Organização Globo, que destacou a informação de que os militares podem ser incluídos na reforma da Previdência. O próprio Azevedo e Silva, ao tomar posse no início de janeiro, perante o presidente Bolsonaro e autoridades civis e militares, afirmara que a Forças Armadas não poderiam ser incluídas.
PROTEÇÃO SOCIAL – Na posse, o general argumentou que os benefícios dos militares deviam ser considerados como “proteção social” e não como “previdência”, mesma tese defendida pelo comandante da Marinha e outros integrantes da oficialidade.
Portanto, a nova declaração do ministro da Defesa significa que o enfoque militar está mudando. Aliás, o governo ainda não enviou a proposta ao Congresso, mas o secretário da Previdência, Rogério Marinho, já afirmou que o presidente Bolsonaro pretende que a reforma seja para “todos os segmentos”.
SACRIFÍCIOS – Segundo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, a “ideia do segmento militar” era deixar para um outro momento as mudanças nas aposentadorias de militares. Mas na GloboNews a declaração do ministro Azevedo e Silva, foi de que os militares já fizeram “sacrifícios”, mas podem fazer “mais alguns” ao comentar a reforma da Previdência Social. Confiram sua fala:
“O mais importante é que o governo está vendo que todos façam sacrifícios, é hora. Mas eu, como ministro da Defesa, não tenho que ver o sacrifício de 1º de janeiro até hoje. Tenho que ver os sacrifícios anteriores que os militares fizeram ou contribuíram e, basicamente, vejo a Constituinte de 1987, a Constituição de 1988 e chegou em dezembro de 2000, no último dia de 2000, dormimos de um jeito e acordamos com a medida provisória 2215, que tirou vários direitos adquiridos nossos. Ali, a contribuição foi muito forte e sem debate”, afirmou.
FALTA DEBATER – Questionado, então, se o tema ainda tem que ser muito debatido, o ministro concordou: “Muito debatido, porque o sacrifício dos militares e da família militar já aconteceu. Podemos discutir mais alguns? Podemos”.
Em tradução simultânea, a situação está no seguinte patamar. Os militares já aceitam ser incluídos na reforma da Previdência, mas exigem a revogação da medida provisória de FHC e a equiparação de seus salários à remuneração dos ministros do Supremo.
E outra discussão dificílima será sobre a situação dos militares já reformados, que também vão exigir aumento das aposentadorias e isso vai dar um problema infernal.
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P.S. 1- Em resumo, a situação dos militares da ativa e da reserva é uma bomba-relógio que vai explodir no colo de Bolsonaro, como aconteceu no atentado do Riocentro, em 1981, que foi um protesto contra a anistia aprovada no governo João Figueiredo.
P.S. 1- Em resumo, a situação dos militares da ativa e da reserva é uma bomba-relógio que vai explodir no colo de Bolsonaro, como aconteceu no atentado do Riocentro, em 1981, que foi um protesto contra a anistia aprovada no governo João Figueiredo.
P.S. 2- É justamente por isso que o próprio governo deveria determinar a realização de uma auditoria. Mas acontece que o ministro Paulo Guedes, ao invés de tentar salvar a Previdência Social, dedica todos os seus esforços para destruí-la e fortalecer a Previdência Privada, que não dá assistência à invalidez nem ampara a viúva e os filhos menores.
P.S. 3- “Afinal, que país é esse?”, perguntaria Francelino Pereira. E Renato Russo responderia: “É o paraíso dos banqueiros”. (C.N.)
12 de fevereiro de 2019
Carlos Newton
Carlos Newton
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