"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

EUA NÃO 'DETONARAM' O ESTADO ISLÂMICO E SUAS TROPAS NÃO DEIXARÃO A SÍRIA

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Charge do Nani (nanihumor.com)
‘Estado Islâmico’ – que não é nem “estado” nem “islâmico” – é criação dos EUA. E al-Qaeda, a frente al-Nusra, descendente da al-Qaeda e outros grupos terroristas, também são criação dos EUA: todos esses grupos foram usados pelo Pentágono e pela CIA como ‘agentes locais’ mercenários, e simulacro de soldados, que os EUA usam para fazer suas guerras em áreas distantes.
As frases de Trump, segundo as quais os EUA estariam “detonando” o ‘Estado Islâmico’… Ou teriam “derrotado” o ‘Estado Islâmico’ na Síria” são rematadas mentiras. Antes, Trump já dissera que ele saberia “muito mais sobre #‘Estado Islâmico’ do que os generais”…
IDAS E VOLTAS – Dias depois de ter anunciado que os EUA se retirariam da Síria, Trump dizia que “o ‘Estado Islâmico’ estaria praticamente derrotado.” Em janeiro, porém, disse que os norte-americanos “continuam a combater contra o ‘Estado Islâmico’.” Depois de prometer “rápida retirada da Síria” em dezembro, Trump se desdisse e anunciou que “depois da retirada, ainda permanecerão lá algumas forças norte-americanas, por meses, talvez anos.”
Eis alguns fatos incômodos que Trump, sua equipe geopolítica e a mídia norte-americana recusam-se a reconhecer e fingem que não sabem:
1. EUA e seus parceiros imperiais apoiam os criminosos do ‘Estado Islâmico’ e de outros grupos terroristas aos quais fingem que se opõem.
2. Forças da Síria e do Hezbollah, muito ajudados pela Força Aérea russa, estão, essas sim, “detonando” o ‘Estado Islâmico’; as forças terroristas foram muito reduzidas, mas ainda há grupos ativos.
3. Erdogan, da Turquia, finge que faz oposição aos bandidos que, contudo, apoia ativamente, e garantiu ao ‘Estado Islâmico’ e a outros grupos terroristas um paraíso seguro em território turco, permitindo que entrem e saiam entre os dois lados da fronteira.
4. Na 4ª-feira, fontes citadas no website em idioma árabe da rede Sputnik News disseram que nas 48 horas anteriores, cerca de 1.500 terroristas entraram na província síria de Idlib, provenientes da Turquia – em flagrante violação do acordo de Sochi.
5. Erdogan não passa de déspota maluco, em quem absolutamente ninguém pode confiar, é um obstáculo à solução política do conflito na Síria, inimigo do presidente Bashar al-Assad, a quem deseja ver fora do governo, e que ambiciona anexar território sírio junto à fronteira turca – área rica em petróleo.
6. Erdogan mentiu a Vladimir Putin, ao quebrar o acordo que criou a zona desmilitarizada russo-turca na província de Idlib, no norte da Síria. Continua ali um ninho de terroristas apoiados por EUA, OTAN, Arábia Saudita, Israel e Turquia.
7. Cerca de cinco meses depois que Erdogan prometeu desarmar seus terroristas, eles estão ainda mais pesadamente armados e entrincheirados do que antes – usando as próprias posições para atacar forças do governo e civis.
TRUMP MENTE – Na 4ª-feira, Trump trovejou: “Deve-se anunciar formalmente na próxima semana que derrotamos 100% do califado… Quero esperar o comunicado oficial. Não quero falar antes da hora”. E acrescentou: “O ‘Estado Islâmico’ controlava mais de 51 mil km2 no Iraque e Síria” [antes de Trump assumir o governo]. Na sequência, Trump diz que estaria hoje trabalhando com parceiros dos EUA “para destruir os remanescentes…”
Exatamente como Obama, o governo de Trump está fazendo o oposto, incluindo Iraque, Afeganistão, Líbia e também em outros locais, e implantando o ‘Estado Islâmico’ e outros jihadistas nesses países – com armas, dinheiro, treinamento e inteligência que os EUA lhes garantem.
TROPAS NÃO SAEM – O Congresso, o Pentágono e a CIA querem que as forças dos EUA permaneçam na Síria. Na 2ª-feira, o Senado votou com maioria expressiva contra a retirada das forças dos EUA, da Síria e do Afeganistão –, sob o pretexto de que o ‘Estado Islâmico’ e al-Qaeda seriam séria ameaça aos EUA.
O Congresso diz que “uma retirada precipitada” das forças do Pentágono pode “permitir que os terroristas (que contam com o apoio dos EUA!) se reagrupem, desestabiliza regiões críticas e criem vácuos que possam ser ocupados pelo Irã ou Rússia.”
Não é provável que aconteça qualquer tipo de retirada de forças norte-americanas de país algum onde essas forças estejam hoje. Chegaram para ficar, não para sair, inclusive na Síria.
GUERRA QUÍMICA – Ahmad Kazem, diretor da Rede Síria de Direitos Humanos com base em Damasco, denuncia que os terroristas da rede al-Nusra, ajudados pelos Capacetes Brancos, transferiram barris de gás cloro “em duas ambulâncias”, para Khan Sheikhoun, em Idlib, onde aconteceu um ataque químico de falsa bandeira em 2017 – ataque pelo qual as forças do governo sírio foram responsabilizadas.
Acrescentou que os barris de gás foram guardados num caminhão frigorífico, para preservá-los para serem usados contra civis, no instante em que cheguem as ordens.
No final de janeiro, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia Maria Zakharova alertou que os Capacetes Brancos, apoiados pelo Ocidente, estavam em preparações para filmar ataques químicos encenados em Idlib.
FALSOS ATAQUES – Várias e repetidas vezes, forças do governo foram declaradas responsáveis por incidentes com as quais nada tinham a ver. Aviões de guerra de EUA, Reino Unido e França atacaram pontos do território sírio, depois dos incidentes de falsos ataques químicos.
Em janeiro, John Bolton disse o seguinte: “Não há absolutamente qualquer mudança na posição dos EUA contra o uso de armas químicas pelo regime sírio, nem qualquer mudança em nossa posição de que qualquer uso de armas químicas receberá resposta muito forte, como já fizemos duas vezes.”
É questão de tempo antes de o próximo ataque químico ser encenado e filmado e divulgado, para servir como pretexto para que jatos de guerra comandados pelo Pentágono atacarem interesses militares sírios, e talvez Damasco esteja na lista norte-americana de alvos.

12 de fevereiro de 2019
Stephen Lendman
Global Research

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