"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

ADIR ASSAD, OPERADOR DA CORRUPÇÃO, DIZ QUE MOVIMENTOU R$ 1,8 BILHÃO EM NOTAS FRIAS

Adir Assad
Adir Assad está revelando também a corrupção dos tucanos
O operador financeiro Adir Assad conseguiu movimentar cerca de R$ 1,8 bilhão em contas de suas empresas de fachada hospedadas em 14 agências de seis bancos ao manter uma boa relação com os gerentes. Além de presentear gerentes das agências com ingressos para grandes shows, Assad revelou, em depoimento à Justiça, que conquistava a confiança dos bancos ao comprar títulos de capitalização e outros produtos bancários oferecidos pelos gerentes das contas.
Assad é apontado como o maior “noteiro” a atuar nos desvios apurados na Lava Jato. Suas empresas de fachada transformavam notas frias emitidas para grandes empreiteiras em dinheiro em espécie que, segundo ele, era encaminhado a operadores de propina e agentes públicos. Atualmente, mesmo após assinar um acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF), continua preso na carceragem de Polícia Federal em Curitiba.
SEM PROPINAS – Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, titular da Lava Jato no Rio de Janeiro, Assad disse que nunca pagou propina diretamente aos gerentes, mas que os agradava com “mimos”. “Comprávamos seguros, fechávamos consórcios, oferecíamos para os gerentes ingressos de shows e eventos”, disse Assad, que tinha acesso a entradas de concertos porque também atuava no setor de eventos.
Entre 2006 e 2014, cinco empresas de fachada ligadas a Assad se valeram de contas em 14 agências de seis bancos da capital paulista. Duas agências do Bradesco – uma na Avenida Brasil e outra na Eng. Luiz Carlos Berrini – concentram 66% dos valores movimentados pelas empresas de Assad, de R$ 1,2 bilhão. As empresas são a Legend, Rock Star, Soterra, SM terraplanagem e Power To Ten.
Com R$ 1 bilhão, entre créditos e débitos, em contas de agências do Bradesco, Itaú, Santander, Citibank e Banco do Brasil, a Legend Engenheiros lidera o ranking das empresas do operador com maior movimentação.
SEM EMPREGADOS – A Receita Federal investigou a Legend. Segundo os auditores, a empresa nunca teve funcionários, e os endereços de seus registros eram residências que não comportavam sua atividade de aluguel de máquinas. “Não nos parece crível que esta empresa consiga realizar uma real prestação de serviços sem nunca ter tido em seus ativos as máquinas, equipamentos, veículos e caminhões para tal fim”, diz a Receita.
Também na agência do Bradesco na Berrini, a SM Terraplanagem movimentou R$ 347,9 milhões. A empresa sofreu devassa da Receita e os auditores constataram a incapacidade da firma para prestar os serviços declarados. Um dos endereços em que está registrada, em Santana no Parnaíba (SP), diz a Receita, é a residência de uma senhora que diz alugar domicílio tributário a vários interessadas. A SM também movimentou valores em agências do Santander (R$ 13 milhões) e do Citibank (R$ 10,4 milhões).
Advogado de Assad, Pedro Bueno de Andrade disse que seu cliente vai prestar todos os esclarecimentos à Justiça.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Assad é pouco conhecido, mas pode ser considerado um dos principais operadores da corrupção, que chegou a movimentar quase R$ 2 bilhões. Atuou no esquema de Carlinhos Cachoeira, no escândalo da construtora Delta e no Petrolão. Em matéria de lavagem de dinheiro, é considerado um craque. Sua delação é da maior importância, porque as notas fiscais que emitia são “provas materiais”(C.N.)


20 de agosto de 2018
Deu em O Tempo
(Agência Estado)

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