PARTIDOS IGNORAM APELO À RENOVAÇÃO E LANÇAM VELHOS CONHECIDOS EM 23 ESTADOS
Não foi desta vez que o fantasma da renovação assustou os políticos. Em 23 das 27 unidades da federação, governadores ou ex-governadores disputam mais um mandato.
No Maranhão, a recordista Roseana Sarney (MDB) quer comandar o estado pela quinta vez. O quadro deste ano mostra que os caciques locais põem suas fichas em nomes famosos e no poder das máquinas dos governos. Embora a política tradicional esteja em baixa, pode ser mais fácil conquistar votos com os rostos de velhos conhecidos.
No Maranhão, a recordista Roseana Sarney (MDB) quer comandar o estado pela quinta vez. O quadro deste ano mostra que os caciques locais põem suas fichas em nomes famosos e no poder das máquinas dos governos. Embora a política tradicional esteja em baixa, pode ser mais fácil conquistar votos com os rostos de velhos conhecidos.
A saudade do ex será posta à prova em sete estados, onde haverá embates entre atuais e antigos governadores.
CONCORRENTES – No Maranhão, Roseana tenta desbancar Flávio Dino (PC do B). Antonio Anastasia (PSDB) se empenha para voltar a governar Minas contra Fernando Pimentel (PT). Quase 30 anos após deixar o poder em Alagoas, Fernando Collor (PTC) enfrenta Renan Filho (MDB).
Em três estados, ex-governadores disputam o cargo sem a sombra dos atuais mandatários: Anthony Garotinho (PRP), no Rio; Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo; e José Maranhão (MDB), na Paraíba.
Em uma eleição curta, com só 35 dias de propaganda na TV para apresentar ilustres desconhecidos ao público, o recall beneficia os veteranos.
LIDERANDO – Anchieta Júnior (PSDB), por exemplo, lidera em Roraima quatro anos depois de sair do cargo. Além dele, antigos ou atuais governadores lideram pesquisas em Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará e Tocantins. Até José Ivo Sartori (MDB), cuja popularidade não é das maiores, aparece em primeiro lugar no Rio Grande do Sul.
Pode ser que todos sejam cavalos paraguaios e fiquem pelo caminho quando a campanha engrenar. Mas boa parte dos novos e velhos mandachuvas sai empurrada por grandes siglas, fatias gordas do fundo eleitoral e a força de governos.
Embora a linha de chegada ainda esteja distante, a composição dos páreos não ajuda os azarões. Em muitos estados, a renovação só se dará entre os nomes de sempre.
20 de agosto de 2018
Hugo Boghossian
Folha
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