Candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes voltou a negar que a polêmica entrevista a uma TV no Maranhão, em que disse ser necessário o colocar juízes e o Ministério Público “na caixinha”, tenha causado estremecimentos em sua campanha. “Não que eu saiba”, desconversou.
Segundo a Coluna do Estadão, a polêmica levantada com a entrevista concedida no último dia 16 à TV Difusora, do Maranhão, causou desconforto na campanha e levou Ciro a ameaçar desistir da própria candidatura. Ele teria sido contido com a ajuda de seu irmão, o ex-governador do Ceará Cid Gomes.
Nesta quinta-feira, porém, Ciro voltou a falar das polêmicas declarações que deu a uma emissora do Maranhão no último dia 16. Na ocasião, ele disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político”.
INTRIGA – Em São Paulo, na saída da convenção estadual do PDT, ele disse se considerar um prodígio “por ter feito a imprensa requentar uma entrevista que concedeu há 12 dias a um modesto repórter do Maranhão”.
“O resto é intriga. Esses jornalões acham que vão me intrigar porque uma parte do baronato que eles frequentam é hostil ao Lula. E eu sou antagônico ao Lula também. Sou candidato contra o candidato do PT e tenho sido alvo do PT”, afirmou sem se aprofundar no tema.
Sobre o empresário Josué Gomes, que oficializou nesta quinta-feira sua recusa em ser vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin, Ciro Gomes disse que ele foi vítima de uma armadilha por parte dos partidos que integram o Centrão nas eleições 2018.
ARMADILHA – “Na medida em que ele foi orientado por Lula a se filiar ao PR, ele entrou numa armadilha”, disse o pedetista, que participou, em São Paulo, da convenção estadual do partido. Ciro, que também sondou o empresário para vice, voltou a elogiar Josué, mas disse entender, no entanto, que a notícia da recusa tem pouco a ver com a sua campanha.
Josué, que é filho do ex-vice-presidente de Lula, José Alencar, foi anunciado como o nome do Centrão na semana passada para compor a chapa com o tucano. No entanto, ele declinou do convite, um movimento que foi oficializado com uma carta de quatro parágrafos nesta quinta-feira. Nela, o herdeiro da Coteminas disse ter declinado por “motivos pessoais”.
Ciro, que até meados da semana passada também esteve próximo de fechar com o Centrão, disse que “jamais” esteve em seus planos estratégicos fazer uma aliança “com essa gente”. “Eles que me procuraram, que toparam conversar comigo”, disse.
27 de julho de 2018
Marcelo Osakabe e Gilberto AmendolaEstadão
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