Até mesmo pessoas próximas ao pré-candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, demonstram preocupação com o radicalismo demonstrado pelos simpatizantes do deputado federal. Consultor da candidatura de Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) criticou, em entrevista publicada pela Agência Estado nesta quinta-feira (26/7), o que considera um “certo radicalismo nas ideias” dos eleitores, que, segundo ele, chegam a ser “meio boçal”.
“Existe um certo radicalismo nas ideias, um radicalismo até meio boçal. Tem boçal dos dois lados. Os extremos se atraem”, afirmou, antes de criticar também o que ele considera o lado oposto a Bolsonaro: o PT.
PT AO CONTRÁRIO – “Quando a Janaína (Paschoal) falou que o pessoal não pode ser o PT ao contrário, ela tem razão. A gente não pode dividir o País. Isso foi o que o PT fez. O PT é a vanguarda do atraso. A gente tem de trazer todos os brasileiros e aceitar as ideias de uns e de outros e não ficar se matando.”
Para o general de reserva, é preciso que Bolsonaro se descole um pouco dessa imagem radical, para ganhar a confiança de mais eleitores. “Ele está num momento de encruzilhada, tanto em relação à escolha do vice, que não está fácil, como à necessidade de buscar novos eleitores. Ele alcançou o limite daquele pessoal que, por decantação, se sente atraído. Tem de buscar aquelas pessoas que ainda não escolheram em quem votar.”
PROFISSIONALISMO – Para atingir esse objetivo, a campanha precisa ser menos “amadora”, afirmou Mourão.
“O que eu julgo é que a campanha do Bolsonaro está meio amadora. É aquela história: ele se fez, então tem dificuldades de ouvir as pessoas. Mas acho que ele vai colocar um coordenador de campanha, que poderia ser o general (Augusto) Heleno. Alguém tem de coordenar esse troço aí, tem de colocar já uma equipe para escrever logo o programa de governo, o que ele vai fazer.”
27 de julho de 2018
Deu no Correio Braziliense
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