A condenação do ex-presidente Lula a 12 anos e um mês de prisão aguçou o sentido de defesa dos políticos que têm a ficha suja. Temendo serem condenados e presos, engrossaram o coro dos que são contrários ao que chamam de ativismo judicial. O Judiciário está fazendo, e muito bem, a parte dele. Os políticos que estão preocupados com as recentes decisões judiciais certamente cometeram crimes e estão morrendo de medo de serem pegos. Como diz um ditado popular, quem não deve, não teme.
Os políticos que estão acostumados às velhas práticas não se deram conta de que o Judiciário mudou. Juizes, delegados, procuradores desembargadores corruptos são hoje minoria.
PRÁTICAS DO PASSADO – As novas gerações que ocupam cargos estratégicos dentro do Judiciário não compartilham das práticas do passado, em que bastava “molhar as mãos” das autoridades para que todas as irregularidades fossem esquecidas.
Em vez de ficarem atacando o Judiciário, tentando desqualificar decisões importantes para o país, os políticos deveriam sair do atraso e se adaptarem à nova realidade, na qual não há mais tolerância com os malfeitos. O Judiciário, com todas as suas falhas, entrou no mundo novo. Os políticos, infelizmente, continuam acreditando no país do jeitinho.
DISCURSO CANHESTRO – O pior é ver que parte da população (pequena, é verdade) ainda acredita nesse discurso canhestro dos políticos, que só estão preocupados em proteger a própria pele. Os recentes discursos em relação a Lula são ótimos exemplos disso, pois tentam demonizar decisões de tribunais que foram técnicas e sustentadas em provas consistentes.
Estranhe quando um político bater demais na Justiça. Na verdade, ele não está pensando no bem do país, mas em manter brechas para continuar roubando, corrompendo e traindo o eleitorado sob o manto da impunidade. De bobos, os políticos não têm nada. Já o povo, infelizmente, continua a acreditar em lorotas embaladas em marketing duvidoso.
29 de janeiro de 2018
Vicente Nunes
Correio Braziliense
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