Depois de vir à tona no fim de semana a fala de um general da ativa no Exército sobre uma intervenção militar caso a Justiça não resolva o problema, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que reagir à corrupção no Brasil “é obrigação de qualquer civil ou militar”. Bolsonaro, que é militar da reserva e pré-candidato a presidente em 2018, publicou a mensagem em uma rede social.
Ele já havia compartilhado no fim de semana o vídeo da palestra em que o general Antonio Hamilton Mourão afirmou que seus “companheiros do Alto Comando do Exército” entendem que uma “intervenção militar” poderá ser adotada se o Judiciário “não solucionar o problema político”.
UMA OBRIGAÇÃO – “Não se faz democracia comprando votos e aceitando a corrupção por governabilidade. Reagir a isso é obrigação de qualquer civil ou MILITAR”, escreveu Bolsonaro no Twitter.
A assessoria do parlamentar não confirmou se o comentário se refere à declaração de Mourão, mas o teor é semelhante às afirmações sobre o caso que Bolsonaro fez ao jornal “Gazeta do Povo”.
“Ele [Mourão] falou como um brasileiro qualquer que está indignado com esse estado de putrefação da política brasileira. Isso para mim é liberdade de expressão. É um cidadão. Não tem nada a ver [condenar sua fala]”, disse o presidenciável ao jornal paranaense nesta segunda-feira (dia 18).
COMPRA DE VOTOS – Segundo a “Gazeta do Povo”, o deputado fez críticas ao governo Michel Temer e afirmou que um exemplo de corrupção seria a compra de votos praticada pelo presidente para se manter no cargo.
“Se comprar teu voto, isso é democracia? O Temer está comprando voto no parlamento e estamos vivendo numa democracia. As Forças Armadas estão com problemas seriíssimos e também esse problema da corrupção. Quer que as Forças Armadas apoiem esses bandidos que compram votos?! Tem que apoiar quem não compra votos”, disse Bolsonaro ao jornal.
“IMPOSIÇÃO” – O general Antonio Hamilton Mourão, que é secretário de Economia e Finanças do Exército, disse, numa palestra promovida pela maçonaria em Brasília na sexta-feira (15), que poderá chegar um momento em que os militares terão que “impor isso” (ação militar) e que essa “imposição não será fácil”. Segundo ele, seus “companheiros” do Alto Comando do Exército avaliam que ainda não é o momento para a ação, mas ela poderá ocorrer após “aproximações sucessivas”.
Nesta segunda, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu explicações ao comandante do Exército sobre as afirmações do general.
A reportagem não conseguiu falar com o militar. No domingo (dia 17), ele disse ao jornal “O Estado de S. Paulo” que não pretendia insuflar ninguém ou defender a intervenção, e que apenas respondeu a uma pergunta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Já era esperado que Bolsonaro aproveitasse as declarações do general Mourão para reforçar a campanha que já está fazendo pelo país. Aliás, seria muito otário se não o fizesse. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Já era esperado que Bolsonaro aproveitasse as declarações do general Mourão para reforçar a campanha que já está fazendo pelo país. Aliás, seria muito otário se não o fizesse. (C.N.)
19 de setembro de 2017
Deu na Folha
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