"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

TEMER CORTA VERBAS DAS FORÇAS ARMADAS E NÃO FECHA CONTAS DO ORÇAMENTO 2018

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Charge do Amarildo (amarildo.com.br)
O presidente Michel Temer, provavelmente por pressão do ministro Henrique Meirelles, chefe da equipe econômica, aprovou um corte de 44% nas verbas do Exército, Marinha e Aeronáutica (reportagem de Tânia Monteiro e Lourencio Nossa, O Estado de São Paulo de segunda-feira) talvez em levar em conta o reflexo político. Agiu no sentido de equilibrar o orçamento, mas não conseguiu fechar as contas para 2018. A redução foi de 17,5 bilhões para 9,7 bilhões de reais. O comando das Forças Armadas sustentou que as consequências administrativas serão muito ruins.
No caso do Exército o projeto de segurança das fronteiras estará fortemente prejudicado, da mesma forma as operações voltadas a conter os desvios de explosivos que vão parar na mão do crime organizado.
ALHEIAMENTO – O presidente Michel Temer não levou em conta a sensibilidade que os cortes causam para o Exército, Marinha e Aeronáutica. Procurado pela reportagem, o Ministério do Planejamento informou que vai se esforçar para resolver os problemas mais graves do contingenciamento, evitando revelar essa disposição em relação ao corte das Forças Armadas. Acrescentou que aumentar os limites das verbas orçamentárias depende do alargamento do espaço fiscal.
Com sua resposta, deixou a impressão que o corte militar foi mais inspirado no ministro Dyogo Oliveira, titular do Planejamento, do que em Henrique Meirelles, chefe da equipe econômica. Mais uma vez evidencia-se um ponto de atrito entre os dois ministérios na disputa por mais espaço na Esplanada de Brasília.
NUVENS DIVERGENTES – A Esplanada de Brasília vem apresentando nuvens de divergências bastante amplas. Marta Beck, Geralda Doca e Cristiane Jungblut, O Globo desta terça-feira, destacam que o presidente Michel Temer concordou com o déficit de 159 bilhões de reais para as contas do orçamento de 2018, mas afirmou que não vai propor aumento de impostos, ao contrário da possibilidade admitida pelo ministro Henrique Meirelles.
Enquanto isso, o Centrão da Câmara dos Deputados está pressionando para que a projeção do déficit seja alargada para 179 bilhões.
A missão de harmonizar os cortes nas verbas militares, que ameaçam sofrer um colapso, o déficit previsto para 2018 e o entendimento de Henrique Meirelles, este admitindo elevação de tributos, tudo isso compõe um tema de solução difícil para Michel Temer. Difícil, porque depende em grande parte da sintonia entre Henrique Meirelles e Dyogo Oliveira, e isso não existe mais.
SEM SINTONIA – A sintonia mais difícil, entretanto, volta-se para um denominador comum, a esta altura quase impossível, entre o presidente da República e a população brasileira.
O aumento de impostos, além de ser repudiado , vai reduzir ainda mais o mercado de consumo. E sem consumo o país não avança, tão pouco se recupera.

16 de agosto de 2017
Pedro do Coutto

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