"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

OPERAÇÃO DA PF EM CINCO ESTADOS DESVENDA QUADRILHA QUE LAVOU R$ 5,7 BILHÕES

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Federais fizeram três operações num só dia
Uma quadrilha especializada na prática de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, que atua no Brasil e em outros países, é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) na Operação Hammer-on, que ocorre nesta terça-feira (dia 15/8). Há indícios de que empresas controladas pelo grupo criminoso movimentaram mais de R$ 5,7 bilhões de origem ilícita de 2012 a 2016.  As 153 ordens judiciais expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro, são cumpridas por cerca de 300 agentes da PF e 45 servidores da Receita Federal, que atuam em conjunto.
São 2 mandados de prisão preventiva, 17 de prisão temporária, 53 de condução coercitiva e 82 de busca e apreensão em várias cidades do Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina.
MUITOS CRIMES – Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão temerária, operação irregular de instituição financeira e uso de documento falso.
De acordo com a PF, a investigação foi iniciada em 2015, com foco em um grupo criminoso composto de cinco núcleos interdependentes. Eles utilizavam contas bancárias de várias empresas, geralmente fantasmas, para receber grandes valores de pessoas físicas e jurídicas interessadas em adquirir mercadorias, drogas e cigarros provenientes do exterior, especialmente do Paraguai. “O dinheiro sujo era creditado nas contas das empresas controladas pela organização criminosa e, em seguida, enviado para o exterior”, afirmou a PF em nota.
Para que os valores chegassem nas contas do exterior, os criminosos usavam o sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais, mais conhecido como operações dólar-cabo.
ORDENS DE PAGAMENTO – Outra forma para a lavagem de dinheiro ocorria por intermédio de ordens de pagamento internacionais emitidas por algumas instituições financeiras brasileiras, duas destas já liquidadas pelo Banco Central (BC). “Essas ordens de pagamento eram realizadas com base em contratos de câmbio manifestamente fraudulentos, celebrados com empresas fantasmas que nem sequer possuíam habilitação para operar no comércio exterior”, explicou a PF.
A Operação Hammer-on – nome dado à técnica usada em instrumentos de corda para ligar duas notas musicais com uma mesma mão – é um desdobramento das operações Sustenido e Bemol, feitas pela Polícia Federal e pela Receita Federal de Foz do Iguaçu (PR) respectivamente, em 2014 e 2015. Segundo a PF, as organizações criminosas investigadas nas duas últimas ações intermediavam as negociações entre criminosos brasileiros e paraguaios, sendo responsáveis por garantir o pagamento de fornecedores paraguaios de drogas, cigarros e mercadorias, além de ocultar dinheiro de origem criminosa.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Uma terça-feira gorda, como se dizia antigamente, com a Polícia Federal fazendo três importantes operações, que envolveram organizações criminosas em sete Estados, um governador (Robinson Faria, do RN) e um ex-deputado e secretário municipal (Rodrigo Bethlem, do Rio). Parabéns a esse jovens juízes, procuradores, delegados, auditores e agentes que mostram que este país pode ter jeito. (C.N.)


16 de agosto de 2017
Jacqueline Saraiva
Correio Braziliense

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