Temer merece perdão Supremo? Meirelles será fritado? Nelson Jobim pode virar Presidente?
A derrocada de Michel Temer parece inevitável. Os deuses do mercado, que lhe davam sustentação, agora estão divididos. Uns acham melhor que ele fique do jeito que der, desde que as reformas sejam aprovadas da maneira que for possível. Outros, bem mais cínicos pragmáticos, querem que ele saia logo, por renúncia ou cassação da chapa com a Dilma, para resolver a crise política e retomar o rumo da economia. Estes últimos já rifam até o então queridinho Henrique Meirelles. Situação política mais instável é impossível. E, para animar a sexta-feira, tem mais Lava Jato na rua...
Agora, circula um factóide que merecia ser classificado como uma piada de extremo mau gosto. Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal estariam estudando uma negócio muito esquisito: um perdão a Michel Temer, caso ele tenha a grandeza de renunciar ao cargo imediatamente. Temer não estaria a fim disto. Seu plano é resistir até onde e quando puder, e a canalhice tupiniquim permitir. Foi com este espírito que Temer tenta adiar o fatal julgamento da chapa reeleitoral de 2014 no Tribunal Superior Eleitoral presidido por Gilmar Mendes – inimigo do Rodrigo Janot e vice-versa.
Estrategistas de Michel Temer apostam em um mágico pedido de vista para empurrar com a barriga uma decisão final que tende a ser desfavorável. A previsível aposta é que algum ministro pedirá vistas, sob a desculpa esfarrapada de melhor analisar o caso. A tática do adiamento pode apenas prolongar o inferno de Temer, gerando ainda mais instabilidade política. O destino de Temer depende muito das próximas delações premiadas. A eventual alcaguetagem judicial do deputado afastado Rodrigo Loures tende a ser fatal para o Presidente. Loures ameaça denunciar como funciona o poder de influência de Temer em negócios no Porto de Santos.
Temer já sofre o desgaste direto de 13 pedidos de impeachment (até agora). Tais denúncias, se forem aceitas pela Câmara, podem iniciar uma agonia que pode se prolongar por um mínimo de 8 a 10 meses de tramitação, até uma decisão final em julgamento espetaculoso presidido pela presidente do STF. Por isso, a forçada de barra é para que Temer renuncie – com a promessa canalha de perdão judicial futuro – ou então que seja detonado com a cassação da chapa com Dilma – o que, em tese, seria mais rápido. Pode não ser pela infindável permissividade das chicanas jurídicas em um sistema processual que aceita infindáveis recursos.
A desgastante novidade de agora é o começo de uma operação de fritura contra o poderoso Henrique Meirelles – um dos cotados para uma eventual substituição temerária pela via da eleição indireta no Congresso Nacional. O sinal de que a batata do Meirelles está assando é que cardeais do desgastado PSDB, em conluio com deuses do mercado que abandonaram Temer, desejam que o economista Armínio Fraga possa entrar na lista de presidenciáveis pela via indireta. Na verdade, a intenção é emplacar Fraga como titular da Fazenda na quase certa e próxima gestão presidencial temporária.
Uma maioria parlamentar entende que Temer perdeu a governabilidade com a revelação da conversinha nada republicana captada pela gravação ilegal do empresário Joesley Batista. No entanto, por uma questão de sobrevivência, e para articular futuros “perdões judiciais” que já são negociados escancaradamente, lideranças parlamentares desejam que Temer renuncie ou seja afastado apenas depois de participar da escolha de seu sucessor. O plano depende que a Lava Jato não produza estragos ainda mais graves no cenário de criminalidade da politicagem.
O nome favorito é o de Nelson Jobim – hoje banqueiro (sócio do BTG Pactual de André Esteves e Pérsio Arida), mas que já foi deputado constituinte, ministro da Justiça, ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro da Defesa (com direito até a vestir farda de selva no modelito de General de quatro estrelas). Nelson Jobim é um nome consensual articulado nas conversinhas secretas entre Fernando Henrique Cardoso, o super-réu Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Michel Temer. Detalhe importante é que Jobim, eminência parda do PMDB, teria o apoio de muitos generais do alto comando das Forças Armadas... E a Oligarquia Financeira Transnacional o adora. Jobim deu entrevista negando que seja candidato. Você acredita?
A sucessão precipitada chama atenção para um fenômeno. O lançamento espontâneo de candidaturas sem tradição de ligação com a politicagem, mas que possa contar com apoio de empresários, financistas e o meio jurídico. Ontem, advogados de peso lançaram o nome do jurista Modesto Carvalhosa para disputar a sonhada eleição indireta gerada pela vacância presidencial de Michel Temer. O significado simbólico do lançamento é a prova de que a maioria esmagadora dos brasileiros rejeita nomes diretamente ligados ao PMDB e os primos PSDB/PT. Isto é o fato excelente de um processo democrático em construção.
Outro fato interessante e muito relevante dessa crise institucional é que os chamados “coxinhas” e sua “movimentomania profissonal” estão vivendo uma crise existencial. Eles agora não sabem onde enfiam a cara-de-pau, a canalhice ou a incapacidade de análise real da conjuntura política/econômica, para proteger seus “bandidos de estimação” ou para fazer discursinhos vazios e histéricos que, no fundo, defendem a manutenção de um status quo, apenas com ligeiras modificações dos personagens que protagonizam a sacanagem ampla, geral e irrestrita.
A sorte do Brasil é que as Lava Jatos curitibana e carioca ainda vão denunciar muitos esquemas de corrupção ainda ocultos e que, vindos à luz, permitirão que os cidadãos brasileiros possam trabalhar, objetiva e focadamente, no aprimoramento institucional.
O momento crítico, na guerra institucional de todos contra todos, precisa ser bem aproveitado para que formulemos aquele ainda inédito Projeto de Nação para o Brasil, em bases federalistas, produtivas e na plena segurança legal (bases políticas, econômicas e jurídicas para a verdadeira Democracia).
Resumindo: Coxinhas, tomem vergonha na cara! Parem de fazer um Brasil nas coxas...
Releia o segunda edição de ontem: Temer chama urubu de meu Loures, enquanto coxinhas agem iguais aos petralhas em defesa do crime
Definição corretíssima
Piada do retorno
Próximo a dançar
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
27 de maio de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
A derrocada de Michel Temer parece inevitável. Os deuses do mercado, que lhe davam sustentação, agora estão divididos. Uns acham melhor que ele fique do jeito que der, desde que as reformas sejam aprovadas da maneira que for possível. Outros, bem mais cínicos pragmáticos, querem que ele saia logo, por renúncia ou cassação da chapa com a Dilma, para resolver a crise política e retomar o rumo da economia. Estes últimos já rifam até o então queridinho Henrique Meirelles. Situação política mais instável é impossível. E, para animar a sexta-feira, tem mais Lava Jato na rua...
Agora, circula um factóide que merecia ser classificado como uma piada de extremo mau gosto. Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal estariam estudando uma negócio muito esquisito: um perdão a Michel Temer, caso ele tenha a grandeza de renunciar ao cargo imediatamente. Temer não estaria a fim disto. Seu plano é resistir até onde e quando puder, e a canalhice tupiniquim permitir. Foi com este espírito que Temer tenta adiar o fatal julgamento da chapa reeleitoral de 2014 no Tribunal Superior Eleitoral presidido por Gilmar Mendes – inimigo do Rodrigo Janot e vice-versa.
Estrategistas de Michel Temer apostam em um mágico pedido de vista para empurrar com a barriga uma decisão final que tende a ser desfavorável. A previsível aposta é que algum ministro pedirá vistas, sob a desculpa esfarrapada de melhor analisar o caso. A tática do adiamento pode apenas prolongar o inferno de Temer, gerando ainda mais instabilidade política. O destino de Temer depende muito das próximas delações premiadas. A eventual alcaguetagem judicial do deputado afastado Rodrigo Loures tende a ser fatal para o Presidente. Loures ameaça denunciar como funciona o poder de influência de Temer em negócios no Porto de Santos.
Temer já sofre o desgaste direto de 13 pedidos de impeachment (até agora). Tais denúncias, se forem aceitas pela Câmara, podem iniciar uma agonia que pode se prolongar por um mínimo de 8 a 10 meses de tramitação, até uma decisão final em julgamento espetaculoso presidido pela presidente do STF. Por isso, a forçada de barra é para que Temer renuncie – com a promessa canalha de perdão judicial futuro – ou então que seja detonado com a cassação da chapa com Dilma – o que, em tese, seria mais rápido. Pode não ser pela infindável permissividade das chicanas jurídicas em um sistema processual que aceita infindáveis recursos.
A desgastante novidade de agora é o começo de uma operação de fritura contra o poderoso Henrique Meirelles – um dos cotados para uma eventual substituição temerária pela via da eleição indireta no Congresso Nacional. O sinal de que a batata do Meirelles está assando é que cardeais do desgastado PSDB, em conluio com deuses do mercado que abandonaram Temer, desejam que o economista Armínio Fraga possa entrar na lista de presidenciáveis pela via indireta. Na verdade, a intenção é emplacar Fraga como titular da Fazenda na quase certa e próxima gestão presidencial temporária.
Uma maioria parlamentar entende que Temer perdeu a governabilidade com a revelação da conversinha nada republicana captada pela gravação ilegal do empresário Joesley Batista. No entanto, por uma questão de sobrevivência, e para articular futuros “perdões judiciais” que já são negociados escancaradamente, lideranças parlamentares desejam que Temer renuncie ou seja afastado apenas depois de participar da escolha de seu sucessor. O plano depende que a Lava Jato não produza estragos ainda mais graves no cenário de criminalidade da politicagem.
O nome favorito é o de Nelson Jobim – hoje banqueiro (sócio do BTG Pactual de André Esteves e Pérsio Arida), mas que já foi deputado constituinte, ministro da Justiça, ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro da Defesa (com direito até a vestir farda de selva no modelito de General de quatro estrelas). Nelson Jobim é um nome consensual articulado nas conversinhas secretas entre Fernando Henrique Cardoso, o super-réu Luiz Inácio Lula da Silva e o próprio Michel Temer. Detalhe importante é que Jobim, eminência parda do PMDB, teria o apoio de muitos generais do alto comando das Forças Armadas... E a Oligarquia Financeira Transnacional o adora. Jobim deu entrevista negando que seja candidato. Você acredita?
A sucessão precipitada chama atenção para um fenômeno. O lançamento espontâneo de candidaturas sem tradição de ligação com a politicagem, mas que possa contar com apoio de empresários, financistas e o meio jurídico. Ontem, advogados de peso lançaram o nome do jurista Modesto Carvalhosa para disputar a sonhada eleição indireta gerada pela vacância presidencial de Michel Temer. O significado simbólico do lançamento é a prova de que a maioria esmagadora dos brasileiros rejeita nomes diretamente ligados ao PMDB e os primos PSDB/PT. Isto é o fato excelente de um processo democrático em construção.
Outro fato interessante e muito relevante dessa crise institucional é que os chamados “coxinhas” e sua “movimentomania profissonal” estão vivendo uma crise existencial. Eles agora não sabem onde enfiam a cara-de-pau, a canalhice ou a incapacidade de análise real da conjuntura política/econômica, para proteger seus “bandidos de estimação” ou para fazer discursinhos vazios e histéricos que, no fundo, defendem a manutenção de um status quo, apenas com ligeiras modificações dos personagens que protagonizam a sacanagem ampla, geral e irrestrita.
A sorte do Brasil é que as Lava Jatos curitibana e carioca ainda vão denunciar muitos esquemas de corrupção ainda ocultos e que, vindos à luz, permitirão que os cidadãos brasileiros possam trabalhar, objetiva e focadamente, no aprimoramento institucional.
O momento crítico, na guerra institucional de todos contra todos, precisa ser bem aproveitado para que formulemos aquele ainda inédito Projeto de Nação para o Brasil, em bases federalistas, produtivas e na plena segurança legal (bases políticas, econômicas e jurídicas para a verdadeira Democracia).
Resumindo: Coxinhas, tomem vergonha na cara! Parem de fazer um Brasil nas coxas...
Releia o segunda edição de ontem: Temer chama urubu de meu Loures, enquanto coxinhas agem iguais aos petralhas em defesa do crime
Definição corretíssima
Piada do retorno
Próximo a dançar
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
27 de maio de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário