"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 27 de maio de 2017

A DOCE VIDA DE JOESLEY BATISTA NO EXÍLIO

Horas depois do último depoimento, ele embarcou com a família para os Estados Unidos, onde sua rotina em nada lembra os rigores da carceragem em Curitiba

CONFORTO NA BIG APPLE - A vista inigualável da sala do apartamento de Joesley na Quinta Avenida, em Nova York: mais de 20 milhões de dólares (Reprodução/Reprodução)


Acostumados a celebrar datas importantes com festas do grand monde e shows fechados de Ivete Sangalo, sempre badalados nas colunas e nas redes sociais, Joesley Batista e sua mulher, a apresentadora de TV Ticiana Villas Boas, optaram por rapidez e discrição em sua despedida do Brasil. Imagens das câmeras de segurança do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mostraram o empresário entrando na área de embarque para voos internacionais às 22h10 do dia 10 de maio, acompanhado de Ticiana, do filho de 2 anos, da cunhada e de uma sobrinha. 
Apenas doze horas antes, Joesley prestara na Procuradoria-Geral da República (PGR) o último depoimento do acordo de delação que abalou a República. Livre, leve e solto, embarcou com a família no jato da JBS, um Gulfstream 550 avaliado em 208 milhões de reais, com destino a Nova York, graças ao acerto com a PGR de que não haveria denúncia contra ele — e as antigas seriam perdoadas.

Livre, leve e solto. Tão livre que, dois dias depois, a Polícia Federal não pôde cumprir o mandado de condução coercitiva contra ele no âmbito de outra investigação, essa sobre o favorecimento do BNDES à JBS. Tão leve que nem carregou a própria mala de mão e o casaco: um empregado, vestido com um colete amarelo por cima do terno, encarregou-se da tarefa durante todo o embarque. 
Tão solto que, para escaparem do assédio da imprensa em frente à famosa Olympic Tower, prédio construído por Aristóteles Onassis na Quinta Avenida, em Nova York, Joesley e sua família saíram do seu exclusivíssimo apartamento na cidade para hospedar-se no Baccarat Residences, um hotel cinco-estrelas com diária entre 1?000 e 16?000 dólares. Por ali, ficaram até evaporar-se no mapa americano. 
A Olympic Tower já teve moradores célebres, como os atores Nicolas Cage e Anne Hathaway, mas as irmãs herdeiras Alessandra e Allegra Gucci ainda ocupam uma das coberturas do prédio. 
A outra, de Joesley e Ticiana, tem 380 metros quadrados, sauna própria e a melhor vista do prédio de 51 andares: 180 graus de vidraças do chão ao teto por onde se veem a imponente Catedral de St. Patrick logo em frente, o East River a leste e o Empire State ao sul com a baía ao fundo.

O dúplex foi comprado do publicitário Nizan Guanaes. O valor de mercado é de 20 milhões de dólares, mas Joesley pagou alguns milhões a mais porque comprou o imóvel com tudo dentro, o que inclui não só o mobiliário predominantemente italiano, das marcas Flexform, B&B Italia, Living Divani, mas também um lustre de cristal Baccarat na sala de jantar e uma coleção de arte com vasos Murano e quadros do holandês Hendrik Kerstens, do americano Jean-Michel Basquiat e do brasileiro Vik Muniz. Para não esquentar a cabeça, Joesley manteve até o motorista, as copeiras e a cozinheira.
 Condomínio e impostos do imóvel custam 12 000 dólares por mês. 
Quando enjoa de ficar dentro do apartamento, o casal Batista nem precisa ir longe para se divertir. 
Duas quadras acima está o MoMA, com sua fenomenal coleção de Cézanne, Chagall, Picasso e Van Gogh. Duzentos metros abaixo, as luzes da Broadway e lojas de marcas requintadas, como Rolex, Prada e Valentino.

27 de maio de 201'7
Felipe Carneiro, de Nova York
VEJA

Nenhum comentário:

Postar um comentário