"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 27 de maio de 2017

EDITORIAL: O PACTO NACIONAL PARA A SUCESSÃO DE TEMER


Hoje, o maior entrave para a sucessão de Michel Temer é o tal do ‘pacto nacional‘ para garantir a transição até o dia 1º de janeiro de 2019.

Durante a campanha pelas ‘Diretas Já!‘ começou a ser costurado um pacto nacional para se eleger Tancredo Neves presidente. Após a rejeição da Emenda Dante de Oliveira, Tancredo acabou sendo eleito através da via indireta. O PT não participou do pacto.

Depois, houve o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello e novamente ocorreu um pacto nacional para garantir o governo do presidente Itamar Franco. O PT não participou do pacto e foi um sabotador do Plano Real porque acreditava que iria vencer o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, no primeiro turno das eleições de 1994. O PT perdeu no primeiro turno e apostou em manter a crise e a inflação por motivos eleitorais.

O presidente Michel Temer no começo de seu mandato também foi levado a manter um pacto. O governo continuou a financiar entidades como o MST e o MTST como forma de acalmar as ruas. A esquerda não manteve o pacto e não só inferniza a vida do cidadão com atos criminosos, como ainda recebe recursos públicos sob a desculpa de que seria pior sem o pacto.

Em todos esses episódios, as esquerdas são chamadas e tidas como agentes fundamentais no processo democrático e atravancam o quanto podem as negociações. Depois, quando viram as costas, nos damos conta de que elas nem eram tão fundamentais assim. Existe ainda o fator de existirem várias esquerdas no país sem que todas acreditem em democracia. Governo após governo, agente político depois de outro, muitos são instados a firmarem pactos democráticos com quem não tem a democracia como valor.

A situação é a de um tanque de guerra (o governo e as forças políticas majoritárias) cedendo às ameaças de um trombadinha armado com uma faca plástica descartável (as esquerdas).

Quando Eduardo Cunha (PMDB) foi eleito presidente da Câmara contra o governo Dilma, ele não só venceu, como retirou o PT (o segundo maior partido em número de deputados) do comando das principais Comissões da Casa. O deputado fez política, conquistou a maioria e transformou a esquerda no que ela é: a força parlamentar minoritária com cerca de 1/5 das cadeiras.

É claro que as esquerdas socialistas são parte da vida política do país, mas se são minoria parlamentar, devem ser tratadas como minoria. A força de seus argumentos já teve o freio legítimo das urnas. O voto da minoria do Congresso vale mais que o da maioria?

O maior arauto do pacto com as esquerdas é FHC (que nem os deputados do próprio partido suportam mais). Nas notas de bastidores na imprensa ele tem sido apontado como o maior articulador e empata de um nome que não leve em conta os anseios do PT. Uma palhaçada. O pior é saber que figuras sem voto como a trinca FHC-Lula-Sarney estão sendo as fiadoras de candidaturas que dizem respeito aos parlamentares, com voto, e sua prestação de conta aos eleitores.

O pacto nacional com as esquerdas não interessa ao país. Os parlamentares devem realizar aquilo que lhes é prerrogativa legítima: o fazer político e da conquista de maioria.

O PT tem que ser excluído do pacto nacional.

Obs.: Um presidente que trabalhe para acabar com a Lava Jato é delírio da classe política e do STF. Ninguém segura uma onda.

Presidente Michel Temer discute a crise política com a base aliada (Foto: Marcos Corrêa/PR)

27 de maio de 2017
reaçablog

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