"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 16 de março de 2017

MAIA DIZ QUE ANISTIA DE CAIXA 2 SERÁ VOTADA SE HOUVER 'NOME E SOBRENOME'


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Trata-se de um projeto que está à procura de um autor
Após participar de uma reunião sobre reforma política no Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (15/2), que pode colocar para votar um projeto de anistia à prática de caixa 2, desde que a proposta seja discutida de maneira transparente com a sociedade. “Qualquer tema pode ser pautado, não tenho objeção a nenhum tema, contanto que ele seja feito com nome, sobrenome e endereço fixo. Eu acho que essa é a questão que falta neste debate”, disse.
Na sessão de terça-feira (14/3), Maia foi cobrado por deputados a se posicionar contra a matéria. Desde o ano passado, diante das novas revelações das delações da Odebrecht na Operação Lava-Jato, parlamentares vêm tentando aprovar uma proposta que beneficie os políticos que utilizaram dinheiro não contabilizado em campanha. Nenhum deputado, porém, assume a autoria da iniciativa.
DECISÃO DO STF – As articulações sobre o tema voltaram a ganhar força depois que a 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réu o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A acusação é que os R$ 500 mil doados oficialmente pela construtora Queiroz Galvão à campanha de Raupp ao Senado em 2010 seriam “propina disfarçada”.
Maia também afirmou que, na próxima quarta-feira, deputados e senadores irão se reunir com conselheiros do TSE, como cientista político Jairo Nicolau, para discutir mudanças no sistema político eleitoral.
Segundo Maia, como não há mais clima, após a Lava Jato, para a volta do financiamento empresarial, será preciso migrar para o financiamento público e mudar o sistema eleitoral. “O financiamento de pessoa jurídica volta no Brasil? Não. Nós temos cultura de financiamento de pessoa física? Não. Nós vamos ter que caminhar para o financiamento público. Democracia precisa de dinheiro”, disse.
VOTO FECHADO – O modelo defendido por Maia e que vem ganhando força é o de lista fechada, pelo qual os eleitores não escolhem mais o candidato, mas sim optam por uma lista de nomes pré-estabelecida pelos partidos políticos. “Esse é um sistema de controle muito mais fácil, muito mais simples, e eleições muito mais baratas, que é realmente o que a sociedade espera neste momento”, defendeu.
Segundo ele, após a reunião da próxima semana, os projetos serão tocados no âmbito da comissão de reforma política que já está instalada na Câmara. Para que as mudanças no sistema eleitoral passem a valer nas eleições de 2018, elas precisam ser aprovadas até o dia 2 de outubro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Na peça genial de Pirandello, eram seis personagens à procura de um autor. Na versão moderna idealizada pela bancada da corrupção, há um projeto à procura de um autor (ou vários, porque nada impede que seja um projeto coletivo, igual a treino de futebol). Na realidade, não faltam autores no Congresso, o que falta é coragem de assumir a ilegalidade.(C.N.)

16 de março de 2017
Deu no Correio Braziliense
Agência Estado

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