SEM SOCORRO – O carnaval que entope as ruas precisa ser regulamentado, com policiamento rígido para garantir o direito de passagem. Quem mora na Avenida Atlântica, para citar só um local como exemplo por este país a fora, se precisar buscar socorro ou chamá-lo em casa, não consegue. As multidões impedem a chegada e saída das viaturas. De qualquer veículo. Nem o próprio consegue sair da garagem. Anos atrás a atriz Fernanda Montenegro nos dias de carnaval saía de casa com o marido, o ator Fernando Torres, e o casal se hospedava num hotel longe do entupimento dos blocos e das avenidas fechadas. O marido estava enfermo e era cadeirante.
CONFISSÃO – A declaração do ex-goleiro Bruno é o suficiente para seu retorno ao cárcere: “Eu queria deixar bem claro, se eu ficasse lá, tivesse prisão perpétua, por exemplo no Brasil, não ia trazer a vítima de volta”. Esta sua última afirmação (“não ia trazer a vítima de volta”) confirma a decisão soberana do Tribunal do Juri que condenou Bruno (e outros comparsas) pelo sequestro, morte e ocultação do cadáver de Eliza Samúdio. Réu, acusado e condenado de homicídio, que ao ser premiado com sua libertação após cumprir 6 dos 22 anos de reclusão, afirma que a vítima não volta mais, confessou o crime. Nem é preciso prover o recurso no Tribunal de Justiça de MG para mandá-lo a novo júri. Confessou, espontaneamente.
CRIVELLA – Como prefeito do Rio, Marcelo Crivella, anda meio perdido. O caso do bebê Gabriel, seu governo resolveu, mas sob pressão. O recém-nascido de dois meses teve, enfim, os dois olhos operados (glaucoma congênito). Passa bem e está sendo muito bem atendido no Hospital da Piedade. Crivella voltou atrás e restabeleceu no Hospital da Piedade o serviço de pediatria, que ele tinha acabado da noite para o dia . O secretário de saúde, Carlos Eduardo Mattos nos ligou para tranquilizar.
A defesa do bebê Gabriel começou aqui na Tribuna da Internet e foi abraçada pela alta cúpula do Ministério Público do Estado, ao ler a matéria aqui publicada.
Já esse zumzumzum por causa da chave da cidade que Crivella não entregou ao rei Momo, isso é bobagem. Não conta. Respeitemos as convicções e a formação ética, religiosa, filosófica… de Crivella. Delas ele não abdica e pronto. Assunto encerrado. Grave seria se o prefeito proibisse ou criasse obstáculo para o Carnaval. Mas isso não aconteceu.
YASMIN – As tratativas que estamos mantendo com o presidente filipino Rodrigo Duterte, para mandar de volta (“deportation”) para São Paulo a brasileira Yasmin (20 anos de idade), que desembarcou em Manila com 6 quilos de cocaína e vai ser condenada à morte, estão indo muito bem. Tomara que o governo brasileiro continue de fora dessa negociação, que a Tribuna da Internet, com exclusividade, tem noticiado e publicado os documentos oficiais que o governo filipino nos tem enviado. Duterte deu valor e importância à mensagem de um desconhecido e anônimo brasileiro que intercedeu por Yasmin. Não é de hoje que Duterte já mostrou que não gosta dos governantes de alguns países, mormente os imperialistas, a quem dirigiu gestos obscenos. Mas Duterte conta com o apoio de 98% do povo filipino. Dizem que ele é “maluco”. É sempre bom tratar com um “maluco” que é aquele que perdeu tudo, tudo, menos o sentimento e a razão, como dizia Chesterton, o famoso escritor inglês.
RECALL – Os fabricantes de automóveis acham que estão fazendo grande favor ao chamar, pelo rádio, jornais e tevês, os compradores de carros novos com defeito para a troca da(s) peça(s) defeituosa(s). Não estão. E “recall” pela mídia é muito pouco. Deveriam, também, mandar emissários à casa dos compradores (que não é difícil identificar e localizar) e fazer a comunicação pessoalmente. E substituir a(s) peça(s) defeituosas por outra(s) sem defeito não basta.
O legal e correto é trocar o carro por outro igual, zero quilômetro e sem vício de origem e sem a mínima despesa para o comprador. Troca de peça é conserto. E quem compra carro novo, zero quilômetro, tem o direito de receber o veículo 100% testado antes e sem o perigo de usá-lo.E sem precisar de conserto. Para isso compra carro “zero”. Saibam os fabricantes que temos lei e o povo brasileiro não é trouxa.
SINAL DE TV – O governo decidiu trocar o sinal da TV, do analógico para o digital. O povo não pode pagar por isso. Se a troca importar em gasto para o povo, o governo federal (União & Anatel), é quem deve pagar o preço, seja de um adaptador ou de um aparelho de televisão novo. O povo-consumidor é quem tem o direito de optar. Vamos esperar para saber o que vai acontecer. Se a troca trouxer gasto, é certo que haverá muitas ações na Justiça Federal. E todas serão acolhidas e o governo sairá condenado pelos danos materiais e morais. Ninguém consegue viver sem um aparelho de televisão em casa.
TAL PAI, TAL FILHO – nunca esse ditado popular foi tão concreto. Família que rouba unida, unida é presa. É o caso Jorge Luz e Bruno Luz, respectivamente pai e filho. Apontados como lobistas do PMDB e com prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, Jorge e Bruno voltaram ontem ao Brasil e foram imediatamente presos no aeroporto de Brasília e levados para a Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal. Na próxima quinta-feira serão transferidos para Curitiba. Estavam em Miami e a polícia de imigração dos Estados Unidos os capturou.
CABRAL – Dos presos, condenados ou ainda à espera de julgamento, o que está em situação pior é Sérgio Cabral. Até agora são 611 acusações por lavagem de dinheiro. Se mais da metade não forem procedentes, mesmo assim é muita acusação pesada contra o ex-governador. E se Cabral fizesse publicamente um “mea culpa”?
Nesse lamaçal, movediço e fétido, já houve um delator, Alexandre Margotto, que declarou que o médico veterinário Flávio Turquino não aceitou fazer parte do esquema criminoso de corrupção. “Ele ficou absurdado”, disse Margotto. E o dr. Turquino em seguida pediu exoneração do Ministério da Agricultura. E Turquino foi tido como o primeiro honesto da Lava Jato. Se temos o primeiro honesto, por que Cabral não se torna o primeiro arrependido? Cabral, que não tem mais nada a perder, pois já perdeu tudo, teria a ganhar com o seu gesto.
Um ato de contrição é sempre bem visto e assimilado pelo povo brasileiro. Não exime o arrependido da pena. Mas que pesa no momento da sua dosimetria, pesa. Ainda mais se todo o produto da corrupção for devolvido aos cofres públicos.
27 de fevereiro de 2017
Jorge Béja
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