A esta altura dos acontecimentos, penso que seria necessário traçar uma fenomenologia da mentira. Não se discute mais que ela (a mentira) é uma constante em todos os planos da existência e que, no nosso caso, domina inelutável os setores da vida social, política e econômica da nação.
Também não se discute mais – e isso já se fez consenso – que nossas instituições estão dominadas pela impostura, com muitos pontos de vantagem para os poderes executivo, legislativo e judiciário – sem falar nas organizações partidárias, com destaque para as siglas da esquerda (que sempre navegam impávidas nas águas poluídas da mendacidade).
Por que uma fenomenologia? Bem, já no Século das Luzes (ele próprio um século de grandes impostores), a “Encyclopèdie” a define em verbete como o mais adequado instrumento para se distinguir a verdade da aparência e, em paralelo, destruir as ilusões que turvam o espírito humano.
(A propósito: para Kant, filósofo do imperativo categórico, a preguiça e a covardia, de acordo com sua “fenomenologia geral”, são as causas que podem levar o homem ao comprazer da mentira. Outro filósofo, Husserl, mais sutil, encara a fenomenologia como método para se chegar às leis puras da “consciência intencional”, sem omitir, todavia, que todo método científico se baseia numa verdade que só é verdadeira até que um fato demonstre o inverso).
Comecemos, então, pela meia verdade, artifício de uso constante para o mentiroso deturpar a verdade. Ela nada tem a ver com o duplipensar nem e a novilíngua de Orwel (na qual a corrupção da linguagem promove a corrupção da vida). Seu objetivo é tão somente dar uma aparência de veracidade a mentira mais sórdida que se possa articular. Certas profissões, em particular, se refinam na manipulação da meia verdade, com supremacia para o jornalismo, a política, a diplomacia, a publicidade, a advocacia e a atividade acadêmica – sem que elas, óbvio, em conjunto ou isoladamente, deixem de se curvar à Grande Mentira Ideológica.
Antes, é preciso esclarecer que o exercício da Mentira Ideológica não é só privilégio dos governantes, líderes carismáticos, ditadores, pensadores revolucionários, cientistas sociais, etc. Ela é um constructo utópico vocalizada em prosa e verso por indivíduos fraudadores e corporações fraudulentas que se esmeram em transformar a verdade na mentira e a mentira na paralaxe (niveladora) dos homens.
Quem é do ramo sabe: aqui e lá fora, a mídia amestrada vive de cozinhar em banho-maria o engodo consensual. Quem nunca embarcou, por exemplo, nas mentiras que se alastram em nome do “aquecimento global”, “Estado do bem-estar social”, “desenvolvimento sustentável”, “ajuste fiscal”, “Teologia da libertação”, “comissão da verdade” e patranhas de igual teor, cujo objetivo final, bem camuflado, é manter à tripa forra milhares de parasitas que se vendem como paladinos da boa causa?
É preciso lembrar que o sistema coercitivo imposto pela mídia, a nos bombardear com somas colossais de falsas informações, estabeleceu formas de manipulação tão avançadas que poucos ou ninguém sabe mais distinguir a verdade da mentira. Em decorrência, surgiu na guerra da desinformação em vigência uma espécie de buraco negro na mente do homem comum que, em meio ao caos, implora atordoado: “Ah, meu Deus, quando terei um momento de paz?”
Diz a tradição que o Diabo é o pai da mentira. Faz sentido. Mas a mentira ideológica que assaltou o mundo moderno encontra teto, sem dúvida, nas elucubrações teóricas de Karl Marx, charlatão de inegável talento para vender ilusões e promover embustes (dentre eles, a “mais-valia”, falácia da falsa ciência econômica que dá azo à “luta de classes”, a mobilizar, ainda hoje, o sujo ativismo esquerdista),
Exemplos? Sem o amparo do trololó da teologia da libertação, fermentada em marxismo tardio, como ficaria a figuraça de D.
Paulo Evaristo Asno, o falso cristão que descobriu o Reino de Deus na tirania sanguinária de Fidel Castro?
Ou o tredo revisionismo de Ferreira Gullar, o guru do CPC da UNE, movimento primário da baixa agitação comunista patrocinado pelo fazendeiro Jango? E ainda a rede criada por tipos como FHC para se mobilizar contra a prisão de Lula, mentiroso contumaz e ladrão comum que tomou como seus, sabe-se agora, jóias e talheres de ouro doados à Presidência da República ainda no tempo de Costa e Silva?
Ia concluir falando sobre a TV, aparato eletrônico que mente sem remorsos e seus astros na escamoteação da verdade do porte de Bonner, Jô Soares, William Waack e seus convidados a serviço da mentira única, mas faltou espaço.
Fica pra depois.
27 de fevereiro de 2017
Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.
Também não se discute mais – e isso já se fez consenso – que nossas instituições estão dominadas pela impostura, com muitos pontos de vantagem para os poderes executivo, legislativo e judiciário – sem falar nas organizações partidárias, com destaque para as siglas da esquerda (que sempre navegam impávidas nas águas poluídas da mendacidade).
Por que uma fenomenologia? Bem, já no Século das Luzes (ele próprio um século de grandes impostores), a “Encyclopèdie” a define em verbete como o mais adequado instrumento para se distinguir a verdade da aparência e, em paralelo, destruir as ilusões que turvam o espírito humano.
(A propósito: para Kant, filósofo do imperativo categórico, a preguiça e a covardia, de acordo com sua “fenomenologia geral”, são as causas que podem levar o homem ao comprazer da mentira. Outro filósofo, Husserl, mais sutil, encara a fenomenologia como método para se chegar às leis puras da “consciência intencional”, sem omitir, todavia, que todo método científico se baseia numa verdade que só é verdadeira até que um fato demonstre o inverso).
Comecemos, então, pela meia verdade, artifício de uso constante para o mentiroso deturpar a verdade. Ela nada tem a ver com o duplipensar nem e a novilíngua de Orwel (na qual a corrupção da linguagem promove a corrupção da vida). Seu objetivo é tão somente dar uma aparência de veracidade a mentira mais sórdida que se possa articular. Certas profissões, em particular, se refinam na manipulação da meia verdade, com supremacia para o jornalismo, a política, a diplomacia, a publicidade, a advocacia e a atividade acadêmica – sem que elas, óbvio, em conjunto ou isoladamente, deixem de se curvar à Grande Mentira Ideológica.
Antes, é preciso esclarecer que o exercício da Mentira Ideológica não é só privilégio dos governantes, líderes carismáticos, ditadores, pensadores revolucionários, cientistas sociais, etc. Ela é um constructo utópico vocalizada em prosa e verso por indivíduos fraudadores e corporações fraudulentas que se esmeram em transformar a verdade na mentira e a mentira na paralaxe (niveladora) dos homens.
Quem é do ramo sabe: aqui e lá fora, a mídia amestrada vive de cozinhar em banho-maria o engodo consensual. Quem nunca embarcou, por exemplo, nas mentiras que se alastram em nome do “aquecimento global”, “Estado do bem-estar social”, “desenvolvimento sustentável”, “ajuste fiscal”, “Teologia da libertação”, “comissão da verdade” e patranhas de igual teor, cujo objetivo final, bem camuflado, é manter à tripa forra milhares de parasitas que se vendem como paladinos da boa causa?
É preciso lembrar que o sistema coercitivo imposto pela mídia, a nos bombardear com somas colossais de falsas informações, estabeleceu formas de manipulação tão avançadas que poucos ou ninguém sabe mais distinguir a verdade da mentira. Em decorrência, surgiu na guerra da desinformação em vigência uma espécie de buraco negro na mente do homem comum que, em meio ao caos, implora atordoado: “Ah, meu Deus, quando terei um momento de paz?”
Diz a tradição que o Diabo é o pai da mentira. Faz sentido. Mas a mentira ideológica que assaltou o mundo moderno encontra teto, sem dúvida, nas elucubrações teóricas de Karl Marx, charlatão de inegável talento para vender ilusões e promover embustes (dentre eles, a “mais-valia”, falácia da falsa ciência econômica que dá azo à “luta de classes”, a mobilizar, ainda hoje, o sujo ativismo esquerdista),
Exemplos? Sem o amparo do trololó da teologia da libertação, fermentada em marxismo tardio, como ficaria a figuraça de D.
Paulo Evaristo Asno, o falso cristão que descobriu o Reino de Deus na tirania sanguinária de Fidel Castro?
Ou o tredo revisionismo de Ferreira Gullar, o guru do CPC da UNE, movimento primário da baixa agitação comunista patrocinado pelo fazendeiro Jango? E ainda a rede criada por tipos como FHC para se mobilizar contra a prisão de Lula, mentiroso contumaz e ladrão comum que tomou como seus, sabe-se agora, jóias e talheres de ouro doados à Presidência da República ainda no tempo de Costa e Silva?
Ia concluir falando sobre a TV, aparato eletrônico que mente sem remorsos e seus astros na escamoteação da verdade do porte de Bonner, Jô Soares, William Waack e seus convidados a serviço da mentira única, mas faltou espaço.
Fica pra depois.
27 de fevereiro de 2017
Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.
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