"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

RENAN QUIS APROVAR PROJETO FRANKENSTEIN NA MARRA, MAS O SENADO REJEITOU A URGÊNCIA

Charge do Gil Brito, reprodução do Arquivo Google


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (30) que a decisão da Câmara sobre o pacote de medidas anticorrupção, aprovado nesta madrugada, “não pode sofrer pressão externa”. 

Renan rebateu as declarações dos coordenadores da força-tarefa da Lava Jato, que ameaçaram deixar as investigações caso o presidente Michel Temer sancione o texto da forma que está. 
Os procuradores acusam os deputados de terem “desfigurado” a proposta enviada pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Congresso.

Para o peemedebista, qualquer tentativa de interferência nas decisões dos parlamentares “conflita e interpõe” a democracia. “Não se pode fazer cadeia nacional para pressionar por nada que absolutamente contesta e esvazia o Estado democrático. O Brasil não está nesse estágio da democracia”, afirmou.

SEM PRESSA – Após decisão da Câmara, o pacote ainda será analisado pelo Senado. Mais cedo, Renan demonstrou que não tem pressa em dar sequência à tramitação. 
Segundo o peemedebista, ele “respeitará” os prazos regimentais e enviará o texto para comissões permanentes, o que deve adiar a análise do plenário para o próximo ano.

O presidente do Senado disse que o pacote anticorrupção apresentado pelo Ministério Público Federal, com apoio de mais de dois milhões de assinaturas da sociedade, estava “fadado” a sofrer modificações. 
Ele avaliou que alguns pontos só seriam aprovados em um “regime fascista”, como o teste da integridade e a legalização de provas ilícitas.

Das dez medidas originais que constavam no relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e que foram aprovadas por unanimidade em uma comissão especial da Casa, apenas quatro passaram parcialmente pelo plenário. Os deputados também incluíram itens que podem enfraquecer investigações.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG  

Renan Calheiros não se emenda. Tentou colocar em pauta no Senado, em urgência, o pacote Frankenstein da Câmara, em manobra orquestrada por Romero Jucá, líder do PMDB, mas quebrou a cara, porque o plenário rejeitou. 
Para alegar que não tinha nada a ver com isso, passou a alardear que não há pressa para aprovar o pacote. 

É um farsante, perigoso, mas está em decadência. 

O Senado vai analisar o pacote Frankenstein com calma, na Comissão de Constituição e Justiça, item por item, depois que a poeira baixar. 
Na semana que vem, o juiz Sérgio Moro vai ao Senado e já anunciou que fará apenas uma sugestão, para garantir a independência dos juízes. 
Mas certamente os parlamentares lhe pedirão outras sugestões, e ele colocará a casa em ordem, com sua invulgar autoridade moral. (C.N.)


01 de dezembro de 2016
Deu no Estadão

NOTA AO PÉ DO TEXTO

A charge de Gil Brito ilustra com precisão o lugar apropriado para Renan e políticos da sua laia.
Um câncer que contamina o Congresso e o País, e leva cidadãos de bem a refletirem: como é possível que um 'político' como Renan Calheiros seja presidente do Senado da República??
Resposta simples e direta: porque ele é a cara, o espelho do Congresso que hoje ocupa o poder no Brasil.
Políticos que legislam em causa própria. Políticos que não conseguem conviver com a decência, com a ética pública. Políticos que estão preocupados com o braço da justiça, que vem desmontando o crime institucionalizado que se implantou no país. Políticos que apenas ocupam o poder para gerir seus próprios interesses.
Sobretudo, políticos engessados, insensíveis e ignorantes, que não percebem a transparência que a internert aportou e que através das redes sociais, aglutinam a sociedade organizada que repudia esse 'modus operandi' de políticos velhacos, corruptos e anacrônicos. Políticos que não percebem a mudança em curso, os novos tempos, e a repulsa que suas ações causam ao povo. 
Políticos que desprezam a 'voz da rua', como se ali estivessem sem o voto popular. Um democracia de papel, na qual a imaginária "casa do povo" se transformou em covil  de salafrários, de bandidos, de oportunistas.
O país cansou, o povo cansou. O tempo das 'malandragens dos sabichões' acabou. É hora da verdade, da justiça.
É hora de recompor a ética pública, de jogar na cadeia ou no ostracismo essa corja que afundou o país na sua maior crise institucional, social, econômica e política.
Privatizaram o Estado e querem privatizar a Justiça. 

m.américo

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