A pedra estava cantada: no momento oportuno, se repetiriam no Brasil as artimanhas e os nós que num imbróglio dificultassem as investigações da operação Lava-Jato.
Foi assim com a operação Mãos Limpas, na Itália, quando a Mani Puliti extrapolou as conveniências republicanas e passou a ameaçar o Estado.
Assim como problemas bons são problemas dos outros, também são dos outros as culpas e os erros. O teto? Ah, o teto só vale para os outros. As investigações? Ah, as investigações devem ser seletivas. A delação do fim do mundo? Ora, não pode atingir indistintamente a todos os que se acham mais iguais, sob o risco de enlamear a república e pôr em xeque as instituições.
Afinal, dirão, demonizar a política põe em risco a já frágil democracia e abre caminhos tortuosos que poderão ser trilhados pelos aventureiros e seus acólitos. Veja-se a eleição de Trump nos Estados Unidos, veja-se o referendo do Brexit na Grã-Bretanha, veja-se o risco de deixar tudo nas mãos despreparadas do povo, sempre massa de manobra de um fatozinho...
Dirão: o povo precisa da condução segura dos que manobram a sedutora arte da política, daqueles que sabem engolir sapos, daqueles que tiram propinas da cartola, daqueles que sujam as mãos e as consciências em vergonhosas votações, daqueles que se acostumaram a usar a política em proveito próprio, isto é, os mesmos de sempre.
Na madrugada do risco, vota-se por restringirem-se iniciativas, desfigurar propostas e, assim, as esperadas 10 medidas anticorrupção são prestidigitadas em meia medida de café pequeno pelos cartolas de colarinho apertado. A lei vale para todos, brada-se. E já não valia? Ou nunca valeu?
Têm razão num ponto: é preciso controlar os excessos. Juízes do direito não têm o direito de impedir que réus façam sua plena defesa, mesmo com perguntas inconvenientes a testemunhas temerosas.
Assim como problemas bons são problemas dos outros, também são dos outros as culpas e os erros. O teto? Ah, o teto só vale para os outros. As investigações? Ah, as investigações devem ser seletivas. A delação do fim do mundo? Ora, não pode atingir indistintamente a todos os que se acham mais iguais, sob o risco de enlamear a república e pôr em xeque as instituições.
Afinal, dirão, demonizar a política põe em risco a já frágil democracia e abre caminhos tortuosos que poderão ser trilhados pelos aventureiros e seus acólitos. Veja-se a eleição de Trump nos Estados Unidos, veja-se o referendo do Brexit na Grã-Bretanha, veja-se o risco de deixar tudo nas mãos despreparadas do povo, sempre massa de manobra de um fatozinho...
Dirão: o povo precisa da condução segura dos que manobram a sedutora arte da política, daqueles que sabem engolir sapos, daqueles que tiram propinas da cartola, daqueles que sujam as mãos e as consciências em vergonhosas votações, daqueles que se acostumaram a usar a política em proveito próprio, isto é, os mesmos de sempre.
Na madrugada do risco, vota-se por restringirem-se iniciativas, desfigurar propostas e, assim, as esperadas 10 medidas anticorrupção são prestidigitadas em meia medida de café pequeno pelos cartolas de colarinho apertado. A lei vale para todos, brada-se. E já não valia? Ou nunca valeu?
Têm razão num ponto: é preciso controlar os excessos. Juízes do direito não têm o direito de impedir que réus façam sua plena defesa, mesmo com perguntas inconvenientes a testemunhas temerosas.
Juizes do direito e procuradores não podem dar prioridades e pesos diferentes a tarefas de forças-tarefa. Policiais, procuradores e juízes não estão acima da lei e do direito; são apenas instrumento da justiça.
Enquanto isso, quem não tem a burra cheia e não tem o genial Eugênio Gudin na Fazenda – como teve na transição sem sucesso, outro vice, o Café Filho – deve contentar-se em dar a impressão ingênua de que tudo está nos trilhos.
Enquanto isso, quem não tem a burra cheia e não tem o genial Eugênio Gudin na Fazenda – como teve na transição sem sucesso, outro vice, o Café Filho – deve contentar-se em dar a impressão ingênua de que tudo está nos trilhos.
Um trem pode estar nos trilhos e, pesar dos pesares, estar indo na trilha para o precipício, onde caem os PIBs e desaparecem os empregos.
O governo do desgoverno convocará nova reunião de emergência em Brasília, desta vez para avisar que ainda há governo. Ou que a salvação do Brasil está agora nas boas mãos do Freire – não do Gilberto com ypsilone, que já morreu – mas do Roberto que já deu tanta mão à palmatória na política, a ponto de ver “Lula seja louvado” na nota de 1 real.
E, no final, quando a vaca for pro brejo, todos, mãos sujas e mãos limpas, lavarão as mãos.
01 de dezembro de 2016
Eduartdo Simbalista
O governo do desgoverno convocará nova reunião de emergência em Brasília, desta vez para avisar que ainda há governo. Ou que a salvação do Brasil está agora nas boas mãos do Freire – não do Gilberto com ypsilone, que já morreu – mas do Roberto que já deu tanta mão à palmatória na política, a ponto de ver “Lula seja louvado” na nota de 1 real.
E, no final, quando a vaca for pro brejo, todos, mãos sujas e mãos limpas, lavarão as mãos.
01 de dezembro de 2016
Eduartdo Simbalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário