MEDIA WATCH - OUTROS
Jamais saberia que houve mais uma cena de perobagem em novela da Globo sem os comentários no Facebook. Vocês olham essas porcarias porque querem.
Aliás, purpurinagem fora de contexto é o menor dos problemas; claro que vai formando um imaginário distorcido em quem a assiste, mas até o Leandro Karnal é capaz de perceber que o negócio é postiço, forçado -- e, por isso mesmo, ainda que seja um tanto influenciado, não mudará muito seu pensamento.
Em novelas, na quase-totalidade das séries (não adianta forçar para enxergar alta cultura nelas), em filmes de comédia romântica, enfim, nessas porcarias televisivas, o problema verdadeiro é sutil -- e é realmente grave. Já vi filme em que um casal heterossexual terminava feliz para sempre, firmando o compromisso na tradicionalíssima instituição do casamento, mas cujo imaginário legado era muito mais prejudicial que uma cena tosca de "empoderamento" no Brasil Colônia. Por quê? Porque o casalzinho, depois de idas e vindas pelos motivos mais bobos, mas sempre tratados como se devessem ser levados a sério ("Ó! Não sei se estou pronto para abandonar a curtição do mundo..."), se une de forma superficial, estimulada por apetites mesquinhos, em uma cerimônia que mais parecia a celebração do clubinho de Pokémon da quarta série. Esse tipo de enredo, que amacia o gado para o abate enquanto mostra cenas de um gado feliz e pra-frentex, é o que pode haver de mais perigoso no âmbito do entretenimento.
De que adianta ser o machão das trevas, maior pegador da quebrada, mas se comportar como um retardado, como um adolescente que não vive sem joguinhos e diversõezinhas inúteis? Gay sempre existiu, com ou sem revolução cultural, mas este mundo de velhos descolados e desmiolados, de velhas marombeiras e fúteis, de turistas profissionais e adictos por bichinhos e badalações, esta geração de gente que paga centenas de reais para ouvir Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho dando conselhos no nível das dicas da revista Capricho dos anos 90 está sendo forjada a Netflix com "gordices".
PS: não estou dizendo que não se deve assistir a filmes e Netflix, que não se deve comer "gordices", que não se deve viajar ou ter animais; é tudo coisa que eu faço (exceto ouvir palpiteiro metido a filósofo). Enfim, acho que dá para entender meu propósito. Se não, explico com mais detalhes. Como diz o professor Olavo de Carvalho, no Brasil é preciso explicar, desenhar, explicar o desenho e desenhar a explicação.
* * *
Nada na história fez mais mal às mulheres do que a "revolução sexual", a "libertação das mulheres". Essa evolução (rumo ao abismo) gerou um mundo de mulheres inseguras, vulneráveis, prostituídas (de muitas formas) e abandonadas (mesmo quando acompanhadas) e de homens imaturos, comportamentalmente retardados e muitíssimo bem-servidos do que sempre quiseram em primeiro lugar (sexo).
Olhe em volta, para suas relações, para suas amigas com entre 20 e 40 anos totalmente perdidas, fragilizadas, rebaixadas, e me diga se não são de fato “as mulheres as grandes vítimas da revolução sexual”. A mulher de hoje é a grande vítima do feminismo, da libertação sexual. O caos é completo. Mulheres não se respeitam, seja porque esta é muito liberal, seja porque aquela é muito conservadora. Homens não respeitam mais as mulheres, seja porque esta “não deu” na primeira vez (e aí não têm paciência e a descartam), seja porque aquela “deu” de primeira (e aí “não serve para ser amada e respeitada” – e acaba sendo igualmente descartada). A mulher está atônita, não sabe mais como agir para conquistar um homem. Vê-se paralisada ante a percepção surpreendente de que não é transando de todas as formas possíveis na primeira noite que o homem lhe amará pela eternidade, a despeito de tudo que lhes disseram e prometeram por décadas os grandes gurus e especialistas em livros, revistas e programas de TV – “Cem formas de ganhar um homem na primeira transa”; “Não se reprima, faça tudo que você tiver vontade!”; “Seu corpo, suas regras”. (Do meu artigo O "machismo" cristão.)
14 de julho de 2016
MATEUS COLOMBO MENDES
Aliás, purpurinagem fora de contexto é o menor dos problemas; claro que vai formando um imaginário distorcido em quem a assiste, mas até o Leandro Karnal é capaz de perceber que o negócio é postiço, forçado -- e, por isso mesmo, ainda que seja um tanto influenciado, não mudará muito seu pensamento.
Em novelas, na quase-totalidade das séries (não adianta forçar para enxergar alta cultura nelas), em filmes de comédia romântica, enfim, nessas porcarias televisivas, o problema verdadeiro é sutil -- e é realmente grave. Já vi filme em que um casal heterossexual terminava feliz para sempre, firmando o compromisso na tradicionalíssima instituição do casamento, mas cujo imaginário legado era muito mais prejudicial que uma cena tosca de "empoderamento" no Brasil Colônia. Por quê? Porque o casalzinho, depois de idas e vindas pelos motivos mais bobos, mas sempre tratados como se devessem ser levados a sério ("Ó! Não sei se estou pronto para abandonar a curtição do mundo..."), se une de forma superficial, estimulada por apetites mesquinhos, em uma cerimônia que mais parecia a celebração do clubinho de Pokémon da quarta série. Esse tipo de enredo, que amacia o gado para o abate enquanto mostra cenas de um gado feliz e pra-frentex, é o que pode haver de mais perigoso no âmbito do entretenimento.
De que adianta ser o machão das trevas, maior pegador da quebrada, mas se comportar como um retardado, como um adolescente que não vive sem joguinhos e diversõezinhas inúteis? Gay sempre existiu, com ou sem revolução cultural, mas este mundo de velhos descolados e desmiolados, de velhas marombeiras e fúteis, de turistas profissionais e adictos por bichinhos e badalações, esta geração de gente que paga centenas de reais para ouvir Leandro Karnal e Clóvis de Barros Filho dando conselhos no nível das dicas da revista Capricho dos anos 90 está sendo forjada a Netflix com "gordices".
PS: não estou dizendo que não se deve assistir a filmes e Netflix, que não se deve comer "gordices", que não se deve viajar ou ter animais; é tudo coisa que eu faço (exceto ouvir palpiteiro metido a filósofo). Enfim, acho que dá para entender meu propósito. Se não, explico com mais detalhes. Como diz o professor Olavo de Carvalho, no Brasil é preciso explicar, desenhar, explicar o desenho e desenhar a explicação.
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Nada na história fez mais mal às mulheres do que a "revolução sexual", a "libertação das mulheres". Essa evolução (rumo ao abismo) gerou um mundo de mulheres inseguras, vulneráveis, prostituídas (de muitas formas) e abandonadas (mesmo quando acompanhadas) e de homens imaturos, comportamentalmente retardados e muitíssimo bem-servidos do que sempre quiseram em primeiro lugar (sexo).
Olhe em volta, para suas relações, para suas amigas com entre 20 e 40 anos totalmente perdidas, fragilizadas, rebaixadas, e me diga se não são de fato “as mulheres as grandes vítimas da revolução sexual”. A mulher de hoje é a grande vítima do feminismo, da libertação sexual. O caos é completo. Mulheres não se respeitam, seja porque esta é muito liberal, seja porque aquela é muito conservadora. Homens não respeitam mais as mulheres, seja porque esta “não deu” na primeira vez (e aí não têm paciência e a descartam), seja porque aquela “deu” de primeira (e aí “não serve para ser amada e respeitada” – e acaba sendo igualmente descartada). A mulher está atônita, não sabe mais como agir para conquistar um homem. Vê-se paralisada ante a percepção surpreendente de que não é transando de todas as formas possíveis na primeira noite que o homem lhe amará pela eternidade, a despeito de tudo que lhes disseram e prometeram por décadas os grandes gurus e especialistas em livros, revistas e programas de TV – “Cem formas de ganhar um homem na primeira transa”; “Não se reprima, faça tudo que você tiver vontade!”; “Seu corpo, suas regras”. (Do meu artigo O "machismo" cristão.)
14 de julho de 2016
MATEUS COLOMBO MENDES
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