Lava-Jato: delações em curso e outras em negociação podem liquidar a trajetória política de Lula
Entre as muitas perguntas que não querem calar existentes no momento, certamente a principal é sobre a eventual prisão de Lula, que se desespera com a possibilidade cada vez maior de ser alcançado pelo juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.
O que muitos sonham – e querem para ontem – acontecerá no tempo certo e dentro do que determina a legislação vigente. Isso porque no Estado Democrático de Direito é preciso agir com cautela e responsabilidade, pois do contrário o mal transforma-se em bem. Ou seja, Lula poderia virar herói, da noite para o dia, se algo de errado acontecer no preâmbulo de sua tão esperada prisão.
Contudo, a situação do ex-presidente não é das melhores. Agindo como nove entre dez petistas, que abandonam no mofo da prisão os “companheiros” encalacrados com a Justiça, Lula simplesmente ignorou o calvário daqueles que, na esteira de acordo de colaboração premiada, poderiam piorar a sua nada confortável situação.
Enquanto José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente e um dos sócios da empreiteira OAS, se enrolava na Lava-Jato, detalhando a participação da empresa no maior esquema de corrupção de todos os tempos, Lula não apenas negava as acusações que lhe eram feitas, mas usa da bazófia para rebater as conclusões dos investigadores. Ou seja, acreditou no mantra que prega ser o ataque a melhor de todas as defesas.
Acontece que no caso de Léo Pinheiro essa estratégia não funcionou, pois o empresário resolveu contar tudo e mais um pouco à força-tarefa da lava-Jato. Quem viu de relance a delação premiada do dono da OAS garante que o conteúdo é explosivo, para dizer o mínimo. Os depoimentos de Pinheiro podem trazer a solução de pelo menos dois enigmas: o apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior paulista. Lula nega que seja dono dos imóveis.
Outro flanco de vulnerabilidade do petista surgiu com o abandono do pecuarista José Carlos Bumlai, que admitiu ter contraído no Banco Schahin um empréstimo no valor de R$ 12 milhões para ajudar o PT a se livrar de um chantagista e reforçar o caixa de uma campanha eleitoral.
A grande questão não está no tal empréstimo, que foi quitado de forma indireta, e muito tempo depois de vencido, com um contrato bilionário entre a Petrobras e o Grupo Schahin. O ponto fulcral está no que Bumlai pode ter revelado às autoridades sobre o imóvel em que funciona o Instituto Lula. Esse imbróglio passa obrigatoriamente pelas entranhas da Odebrecht, envolvida até o pescoço com o agora decadente lobista-palestrante.
Os investigadores desconfiam que a compra do terreno e a edificação da sede do Instituo Lula tenham sido viabilizadas pelo grupo baiano, que camuflou a operação com a contratação de palestras do petista, como se esse tivesse algo de interessante a dizer.
Alvo de um câncer na bexiga e abandonado pelo principal alvo da Lava-Jato, José Carlos Bumlai pode ter decifrado a confusão que paira sobre o sítio em Atibaia, cuja reforma ficou a cargo do pecuarista e das empreiteiras OAS e Odebrecht.
Para piorar o cenário lulista, Marcelo Odebrecht, presidente afastado do grupo empresarial que leva o nome da família e que encontra-se preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015, negocia um acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. E se Marcelo de fato soltar a voz, a vida de Lula há de se transformar em filial do inferno.
Essa negociação, que vem se arrastando, pode ter recebido uma dose de velocidade inesperada. Maior acionista do grupo baiano e pai de Marcelo, Emílio Odebrecht disse, há dias, que o conglomerado de empresas da família não pode ter “elos podres”. Lula, como sabem os leitores, não é um homem letrado, mas, segundo a sabedoria, a depender da situação meia palavra basta.
Para encerrar o clima de terror que domina a seara da família Lula da Silva, que há meses não dorme direito por conta do avanço da Lava-Jato, três eventuais delações premiadas colocariam uma pá de cal na sepultura do alarife que protagonizou o período mais corrupto da história nacional: as de José Dirceu, João Vaccari Neto e André Vargas Ilário. Se isso acontecer, o PT será varrido do mapa e Lula transformar-se-á oficialmente em embuste político.
09 de julho de 2016
ucho.info
Entre as muitas perguntas que não querem calar existentes no momento, certamente a principal é sobre a eventual prisão de Lula, que se desespera com a possibilidade cada vez maior de ser alcançado pelo juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato.
O que muitos sonham – e querem para ontem – acontecerá no tempo certo e dentro do que determina a legislação vigente. Isso porque no Estado Democrático de Direito é preciso agir com cautela e responsabilidade, pois do contrário o mal transforma-se em bem. Ou seja, Lula poderia virar herói, da noite para o dia, se algo de errado acontecer no preâmbulo de sua tão esperada prisão.
Contudo, a situação do ex-presidente não é das melhores. Agindo como nove entre dez petistas, que abandonam no mofo da prisão os “companheiros” encalacrados com a Justiça, Lula simplesmente ignorou o calvário daqueles que, na esteira de acordo de colaboração premiada, poderiam piorar a sua nada confortável situação.
Enquanto José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente e um dos sócios da empreiteira OAS, se enrolava na Lava-Jato, detalhando a participação da empresa no maior esquema de corrupção de todos os tempos, Lula não apenas negava as acusações que lhe eram feitas, mas usa da bazófia para rebater as conclusões dos investigadores. Ou seja, acreditou no mantra que prega ser o ataque a melhor de todas as defesas.
Acontece que no caso de Léo Pinheiro essa estratégia não funcionou, pois o empresário resolveu contar tudo e mais um pouco à força-tarefa da lava-Jato. Quem viu de relance a delação premiada do dono da OAS garante que o conteúdo é explosivo, para dizer o mínimo. Os depoimentos de Pinheiro podem trazer a solução de pelo menos dois enigmas: o apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior paulista. Lula nega que seja dono dos imóveis.
Outro flanco de vulnerabilidade do petista surgiu com o abandono do pecuarista José Carlos Bumlai, que admitiu ter contraído no Banco Schahin um empréstimo no valor de R$ 12 milhões para ajudar o PT a se livrar de um chantagista e reforçar o caixa de uma campanha eleitoral.
A grande questão não está no tal empréstimo, que foi quitado de forma indireta, e muito tempo depois de vencido, com um contrato bilionário entre a Petrobras e o Grupo Schahin. O ponto fulcral está no que Bumlai pode ter revelado às autoridades sobre o imóvel em que funciona o Instituto Lula. Esse imbróglio passa obrigatoriamente pelas entranhas da Odebrecht, envolvida até o pescoço com o agora decadente lobista-palestrante.
Os investigadores desconfiam que a compra do terreno e a edificação da sede do Instituo Lula tenham sido viabilizadas pelo grupo baiano, que camuflou a operação com a contratação de palestras do petista, como se esse tivesse algo de interessante a dizer.
Alvo de um câncer na bexiga e abandonado pelo principal alvo da Lava-Jato, José Carlos Bumlai pode ter decifrado a confusão que paira sobre o sítio em Atibaia, cuja reforma ficou a cargo do pecuarista e das empreiteiras OAS e Odebrecht.
Para piorar o cenário lulista, Marcelo Odebrecht, presidente afastado do grupo empresarial que leva o nome da família e que encontra-se preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015, negocia um acordo de colaboração premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. E se Marcelo de fato soltar a voz, a vida de Lula há de se transformar em filial do inferno.
Essa negociação, que vem se arrastando, pode ter recebido uma dose de velocidade inesperada. Maior acionista do grupo baiano e pai de Marcelo, Emílio Odebrecht disse, há dias, que o conglomerado de empresas da família não pode ter “elos podres”. Lula, como sabem os leitores, não é um homem letrado, mas, segundo a sabedoria, a depender da situação meia palavra basta.
Para encerrar o clima de terror que domina a seara da família Lula da Silva, que há meses não dorme direito por conta do avanço da Lava-Jato, três eventuais delações premiadas colocariam uma pá de cal na sepultura do alarife que protagonizou o período mais corrupto da história nacional: as de José Dirceu, João Vaccari Neto e André Vargas Ilário. Se isso acontecer, o PT será varrido do mapa e Lula transformar-se-á oficialmente em embuste político.
09 de julho de 2016
ucho.info
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