"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 18 de junho de 2016

JANOT ESTÁ PERSEGUINDO ADVERSÁRIOS DE DILMA QUE RECEBERAM DOAÇÕES LEGAIS



Janot agora tenta “criminalizar” as doações legais


















No mesmo dia em que o presidente interino, Michel Temer, reuniu-se no Palácio do Jaburu com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), e determinou que todo o primeiro escalão do governo seja consultado para que quem tiver envolvimento com irregularidades peça para sair do governo, mais um ministro foi envolvido na Lava-Jato. Desta vez, foi Mendonça Filho (DEM-PE), da Educação. Nesta sexta-feira, após retirada de sigilo de um dos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), descobriu-se que, em janeiro deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação para apurar se o atual ministro da Educação recebeu propina de empreiteira investigada na Operação Lava-Jato. Na época, Mendonça era deputado federal, e só assumiu o ministério em maio.
DOAÇÃO DA UTC – O pedido de investigação está em inquérito cujo alvo é o ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva. No caso de Mendonça, há suspeita em relação a uma doação eleitoral de R$ 100 mil feita pela UTC em 2014. Janot identificou que a empresa fez duas doações nesse valor, uma em 5 de agosto de 2014 e outra em 5 de setembro de 2014, ao diretório nacional do DEM.
“Além da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do Deputado Federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e do nome do Dep. Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo”, escreveu Janot.
MINISTRO NEGA – Walmir Pinheiro, ex-executivo da UTC, é um dos delatores da Lava-Jato. Ele também fez acusações incriminando Edinho. Em nota, o ministro negou ter recebido doação da UTC em 2014.
“O deputado foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa doação, mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi feita ao partido de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido de 2014, junto à Justiça Eleitoral”, diz trecho da nota.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O quadro vai ficando cada vez mais nítido.  Ao invés de direcionar seus esforços prioritariamente para a corrupção desenfreada, as propinas nas obras públicas e o caixa dois das campanhas eleitorais, o procurador-geral Rodrigo Janot sobrecarrega o Ministério Público e o Supremo com “indícios de possível recebimento de propina” de uma doação oficial, no valor de R$ 100 mil e que significa caixa um, em ato inteiramente legal e legítimo, que não pode ser inquinado de criminoso em nenhum tribunal de país civilizado, pois o que é feito dentro da lei não poder ser criminalizado. Afinal, o que pretende Janot? Na verdade, o procurador só demonstra esse injustificável rigor em relação aos adversários da presidente Dilma Rousseff e membros do novo governo.(C.N.)

18 de junho de 2016
André de Souza
O Globo

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