"Inconfidências" ou deduragens - como as dos Sérgios Machados da vida - eram amplamente conhecidas, previamente, da maior parte da cúpula da politicagem em Brasília. A desinformada opinião pública ainda é submetida à tortura de assistir ao teatrinho de desqualificados políticos - que fingem surpresas com "revelações feitas por homens-bomba". Até as incrédulas velhinhas de taubaté sabem que a corrupção brasileira é cultural, sistêmica, organizada e institucional, sendo gerenciada pelos principais partidos políticos. PT, PMDB, PP e PSDB, dentre outros menos ou mais votados, estão com o filme irremediavelmente queimado.
No entanto, a lavagem cerebral, promovida ideologicamente desde a década de 60, tem tudo para produzir mais uma aberração política. Contaminados pelas mentiras populistas de esquerda, os eleitores correm o risco de embarcar em devaneios autoritários, claramente golpistas contra os princípios democráticos (que não praticamos na oclocracia brasileira). O Brasil se contaminou pela retórica de canhota, especializada em gerar divisões artificiais e conflitos que só impedem a unidade nacional e o pleno desenvolvimento brasileiro.
O País está com todas as pré-condições para embarcar no papo canalha de falsos "salvadores da Pátria". O cenário nunca esteve tão escancarado para a ação de demagogos e extremistas que não têm compromisso, nem vontade de debater um projeto estratégico para a Nação. Pior ainda, existe margem folgada para um retorno do fundamentalismo da petelândia, graças à incompetência política que vem sendo demonstrada por Michel Temer em fazer a transição da Era Dilma para um governo repleto de incertezas. $talinácio pode ir para o saco (ou para a cadeia), mas vai deixar filhotes e seguidores fanáticos.
Assistir às audiências na Comissão Especial do Impeachment no Senado é uma tortura mental. Enche o saco ouvir o papo furado dos três patéticos (Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann e Vanessa Grazotin, em parceria com o milionário advogado-geral da Dilma José Eduardo Cardoso). Péssima gestora, "incompetenta" até a medula e arrogante além do limite suportável, a Presidenta afastada Dilma Rousseff já vou detonada politicamente. Pouco importa se cometeu crime fiscal. Ela já caiu por culpa dela mesma e da Lava Jato que expôs a corrupção que todos em Brasília e adjacências têm pleno conhecimento e "domínio dos fatos".
No modelo atual, é inviável governar com seriedade nas esferas federal, estadual e municipal. O regramento excessivo facilita a ação criminosa. A Lei de Licitações (formulada por empreiteiros, ora, ora, pois, pois) dá margem para todas as sacanagens. Os tais "tribunais de contas" (que não são órgãos do judiciário, mas auxiliares do corrupto poder legislativo) falham, descaradamente, na fiscalização e prevenção de crimes contra a administração pública. Por que ninguém abre processos e investigações contra as omissões e erros dos TCUs da vida? Resposta simples: porque eles têm hegemonia política. #prontofalei!
O Ministério Público e o Judiciário também falham feio no combate ao crime politicamente organizado. O bom exemplo da Lava Jato não vale como regra, porque, infelizmente, é uma exceção, um ponto fora da curva cultural da impunidade. A deturpação do foro privilegiado para políticos (que deveria existir apenas para garantir o direito à liberdade de expressão parlamentar) dificulta a apuração e punição aos crimes hediondos de corrupção com o dinheiro público. Aos políticos ladrões não interessa meter o dedo nesta ferida...
Por que não temos varas judiciais, na primeira instância, especializadas em julgar crimes contra a administração pública? Não é papel originário do STF, STJ ou dos Órgãos Especiais dos Tribunais de Justiça julgar políticos que cometem crimes. A judicialização da politicagem é um crime de lesa-democracia. Além disso, é inconstitucional, pois confere direitos especiais a bandidos comuns - cujo único privilégio é ter um mandato eletivo, financiado, na maioria esmagadora dos casos, com farto dinheiro da corrupção.
Voltemos à inquisição contra Dilimnha... Fazer perícia nas pedaladas - como ordenou o Supremo Tribunal Federal - é mais uma inútil manobra protelatória, para desperdiçar tempo e, pior ainda, recursos públicos de um País falido ética, moral, política e economicamente. Aliás, o STF continua devendo... O juiz Sérgio Fernando Moro já condenou 105 pessoas na Lava Jato. O Supremo ainda não saiu do zero, e nem existe previsão de quando algum julgamento pode acontecer. Nada custa lembrar que o Mensalão se arrastou por quase dez anos... Não temos tempo para tanta demora e impunidade!
É necessária uma urgente Intervenção Cívica Constitucional que restaure a verdadeira Democracia nas instituições públicas. A vida privada brasileira não pode mais ficar refém de um modelo estatal capimunista - canalha, corrupto, centralizados e cartelizador. A sociedade brasileira deseja dar um basta ao desgoverno do crime organizado. O problema é que o cidadão ainda se comporta de forma demasiadamente "bunda mole", sem comprovar que tem plena capacidade de exercer seu legítimo poder instituinte para mudar as coisas para melhor, com base na lei, na ordem e na paz.
O Brasil vive um momento institucionalmente perigosíssimo, na guerra de todos contra todos - ou dos tolos contra tolos, também conhecida como guerra do fim dos imundos. Criamos a mania de que tudo se resolve apelando a tribunais (de inquisição) ou a fórmulas jurídicas mágicas. Este é o caminho escancarado para uma brutal onda autoritária. Já vimos este filme... Mas tem muito idiota pedindo replay... Assim não é possível.
Chegamos ao momento do "dá ou desce". O que vai acontecer? Melhor não pagar para ver...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
18 de junho de 2016
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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