DELATORES REVELAM QUE SÉRGIO CABRAL COBROU 'BOLA' DE EMPREITEIRA
SÉRGIO CABRAL ACUSADO DE COBRAR PROPINA NA REFORMA DO MARACANÃ
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral cobrou propina de cerca de R$ 60 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez em obras do Maracanã para a Copa do Mundo, segundo revelaram dois ex-executivos da Andrade Gutierrez a procuradores da Lava Jato, em delação premiada.
Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, ex-executivos da empreiteira, afirmaram que Cabral cobrou de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora se associasse à Odebrecht e à Delta, no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009. A obra foi inicialmente orçada em R$ 720 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,2 bilhão. A propina teria sido de cerca de R$ 60 milhões.
Sérgio Cabral disse que manteve apenas relações institucionais com a empresa e negou que tenha interferido em processos de licitação de obras ou solicitado benefício financeiro para ele ou para campanha eleitoral.
A Delta pertencia a Fernando Cavendish, amigo de Cabral. De acordo com a revista Época, que noticiou o caso, Nora de Sá contou que conseguiu uma reunião com o ex-governador para tratar da inclusão da Andrade Gutierrez no grupo e, segundo os delatores, Cabral concordou. Determinou, no entanto, que a empresa acertasse os percentuais com a Odebrecht, já que os 30% da Delta não poderiam ser modificados.
"O então governador não permitiria a exclusão da Delta" porque "tinha consideração pela empresa e gostava dela", diz um trecho da delação. Os dois contam que Cabral deixou claro que havia um pedágio a ser pago pela "bondade":
Nora disse que a "conversa foi franca", mas o pedido de propina foi veiculado com o uso de outra palavra: "contribuição". Nora procurou Benedicto Júnior, executivo da Odebrecht, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato com uma planilha com o nome de mais de 200 políticos, entre eles o de Sérgio Cabral.
Os pagamentos começaram em 2010 e foram feitos "parte em espécie, parte em doações oficiais". A "operacionalização" coube a outro diretor da Andrade Gutierrez, Alberto Quintaes – que tinha participado da reunião com Cabral –, com a ajuda de Primo. Os pagamentos, segundo a delação, ocorreram somente até 2011. Nenhum dos dois informou aos procuradores quanto foi desembolsado.
11 de maio de 2016
diário do poder
SÉRGIO CABRAL ACUSADO DE COBRAR PROPINA NA REFORMA DO MARACANÃ
OS ALIADOS LULA E SERGIO CABRAL TROCAM PASSES NO GRAMADO DO MARACANÃ. (FOTO: RICARDO STUCKERT) |
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral cobrou propina de cerca de R$ 60 milhões da empreiteira Andrade Gutierrez em obras do Maracanã para a Copa do Mundo, segundo revelaram dois ex-executivos da Andrade Gutierrez a procuradores da Lava Jato, em delação premiada.
Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, ex-executivos da empreiteira, afirmaram que Cabral cobrou de 5% do valor total do contrato para permitir que a construtora se associasse à Odebrecht e à Delta, no consórcio que disputaria a reforma do Maracanã, em 2009. A obra foi inicialmente orçada em R$ 720 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,2 bilhão. A propina teria sido de cerca de R$ 60 milhões.
Sérgio Cabral disse que manteve apenas relações institucionais com a empresa e negou que tenha interferido em processos de licitação de obras ou solicitado benefício financeiro para ele ou para campanha eleitoral.
A Delta pertencia a Fernando Cavendish, amigo de Cabral. De acordo com a revista Época, que noticiou o caso, Nora de Sá contou que conseguiu uma reunião com o ex-governador para tratar da inclusão da Andrade Gutierrez no grupo e, segundo os delatores, Cabral concordou. Determinou, no entanto, que a empresa acertasse os percentuais com a Odebrecht, já que os 30% da Delta não poderiam ser modificados.
"O então governador não permitiria a exclusão da Delta" porque "tinha consideração pela empresa e gostava dela", diz um trecho da delação. Os dois contam que Cabral deixou claro que havia um pedágio a ser pago pela "bondade":
Nora disse que a "conversa foi franca", mas o pedido de propina foi veiculado com o uso de outra palavra: "contribuição". Nora procurou Benedicto Júnior, executivo da Odebrecht, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato com uma planilha com o nome de mais de 200 políticos, entre eles o de Sérgio Cabral.
Os pagamentos começaram em 2010 e foram feitos "parte em espécie, parte em doações oficiais". A "operacionalização" coube a outro diretor da Andrade Gutierrez, Alberto Quintaes – que tinha participado da reunião com Cabral –, com a ajuda de Primo. Os pagamentos, segundo a delação, ocorreram somente até 2011. Nenhum dos dois informou aos procuradores quanto foi desembolsado.
11 de maio de 2016
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