A hora fatal se aproxima e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, vive momentos de grande desconforto em sua missão impossível de evitar o impeachment de Dilma Rousseff. Justiça seja feita (desculpem, a ironia é válida…), ele realmente tem se empenhado de corpo e alma nessa missão, que está liquidando com o prestígio jurídico que jamais teve (desculpem de novo a ironia…). Como se sabe,Lewandowski se tornou magistrado pelo deplorável esquema do “quinto constitucional”, que cria monstruosidades como as “desembargadoras” filhas de Luiz Fux e Marco Aurélio Mello.
UM BRAÇO DO PT
No Supremo, sempre marcou presença como principal braço do PT, mas nem sempre conta com apoio dos outros sete ministros nomeados por Lula e Dilma. Nos últimos meses, o ministro arquitetou criativas soluções jurídicas pata impedir o impeachment, mas elas foram paulatinamente derrubadas, uma após a outra.
A mais recente tentativa foi a decisão do deputado Waldir Maranhão, que agora se sabe ter recebido também orientação direta do chefe de gabinete de Lewandowski, além do ministro José Eduardo Cardozo e do governador maranhense Flávio Dino, que comandaram a patética manipulação.
O fato é que o presidente do Supremo já não tem mais o que fazer, porém continua dando esperanças a Lula da Silva e sua sucessora. Por motivos diferentes e óbvios, nenhum dos dois tem condições de avaliar até que ponto o presidente do Supremo ainda pode ajudá-los. Lula, por total ignorância jurídica, e Dilma, por estar com grande problema de saúde, sem ter a perfeita consciência da realidade.
MANCHANDO A BIOGRAFIA…
Lewandowski está manchando sua biografia, mas a maioria dos ministros não tem intenção de segui-lo nesse caminho obscuro. Até mesmo o ministro Dias Toffoli, que chegou ao Supremo com a expressa missão de servir ao PT, há mais de um ano já jogou a toalha e deu um grito de independência, digamos assim.
Na verdade o presidente do Supremo está cada vez mais sozinho, conta apenas com a compreensão do neopetista Marco Aurélio Mello e do ministro Luís Roberto Barroso, que foi marxista na juventude e parece ainda acreditar que o PT é um partido de esquerda.
Para evitar ou anular o impeachment, Lewandowski precisa de mais três votos, porém é missão impossível tentar consegui-los. Os demais ministros demonstram preocupação em preservar suas imagens públicas, não querem ser envolvidos no lamaçal que se tornou a política brasileira.
Mesmo assim, ele não desiste e anunciou nesta segunda-feira que o Supremo deverá examinar se pode fazer “juízo de natureza política” sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff, vejam a que ponto de insegurança jurídica este país chegou.
CRIME DE RESPONSABILIDADE
Segundo reportagem de Márcio Falcão, na Folha, o ministro continua a alimentar as ilusões de Lula e Dilma, ao dizer que o Supremo ainda vai avaliar se pode ou não entrar no mérito da acusação de crime de responsabilidade contra Dilma.
“Outra questão que vai ser examinada oportunamente é saber se o STF pode ou não ingressar em juízo de natureza política, se vai conhecer ou não esse questionamento. Mas isto é um tema a ser futuramente examinado pelos 11 ministros do Supremo”, afirmou Lewandowski, acrescentando:
“Até porque não há uma decisão política sobre o mérito do impeachment. Por enquanto, o Brasil está aguardando uma decisão do Senado. Pode ser que o Supremo venha ou não a ser instado a se pronunciar sobre essa questão. Que aí terá que decidir inicialmente se a decisão é exclusivamente política ou se comporta algum tipo de abordagem de ponto de vista jurídico passível de ser examinada pelo Supremo Tribunal Federal”.
VAI LEVAR PANCADA
Por uma inusitada e estranha deferência de Renan Calheiros, presidente do Senado, será Lewandowski que presidirá o processo de impeachment a ser iniciado este semana. Vai ser engraçado. Se ele pensa que será respeitado e terá palavra final, com certeza vai se decepcionar. Os senadores são soberanos e não irão poupá-lo. Se tentar proteger Dilma Rousseff, vai levar pancada sem parar, com transmissão ao vivo e a cores, para destruir de vez o que resta da biografia dele.
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PS – Foram se queixar ao Papa, deviam ter ido primeiro ao bispo. Afinal, é preciso respeitar sempre a hierarquia. E como diz o célebre samba-enredo da União da Ilha, dos compositores Didi e Mestrinho, “é hoje o dia da alegria, e a tristeza nem pode pensar em chegar”. (C.N.)
PS – Foram se queixar ao Papa, deviam ter ido primeiro ao bispo. Afinal, é preciso respeitar sempre a hierarquia. E como diz o célebre samba-enredo da União da Ilha, dos compositores Didi e Mestrinho, “é hoje o dia da alegria, e a tristeza nem pode pensar em chegar”. (C.N.)
11 de maio de 2016
Carlos Newton
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