A vida nunca é como gostaríamos que fosse. Eu faço a minha parte. A idade não me permite constância no PDT. Depois que Brizola morreu, me afastei, mas não deixei de ser trabalhista. A última vez que estive com Carlos Lupi, ele ainda era ministro do Trabalho. Ao me ver na entrada do Centro Alberto Pasqualini, aqui no Rio, ele me pegou pelo braço, talvez pensando que eu ia reclamar de alguma coisa. Abordou o assunto da Veja, que estampara na capa sua fotografia dizendo que ele teria ficado com 200 mil reais de uma senhora que queria legalizar um sindicato.
“Aquino, eu não sou corrupto; nem conheço essa mulher. As câmaras não acusaram a entrada dessa mulher no ministério”, alegou Lupi.
Eu então disse: “Você tem que processá-la”. Ele respondeu que o advogado José Roberto Batochio, filiado ao PDT, já tinha processado e pedido R$ 1 milhão por danos morais.
Perguntei se a mulher tinha como pagar. Ele afirmou que Batochio já tinha bloqueado os bens e disse: “Se eu ganhar esse dinheiro é do partido”.
EXPULSÃO DE SENADORES
Reclamei há dois meses por Lupi ter ameaçado de expulsão os senadores,que na verdade sempre foram independentes. Eu já escrevi dizendo que a oposição anunciada deve ser pontual.
Perguntei: Um partido agora desfalcado de quatro senadores e seis deputados pode fazer oposição ao PMDB e PSDB? Lógico que não. Aconselhei: Tem que empregar a tática militar. O adversário está fraco, avançar. O adversário resiste, parar. O adversário torna-se forte: Recuar para ponto estratégico e resistir proporcionalmente às forças de que dispõe.
REJEIÇÃO DA CONTAS
Quanto à rejeição das contas do PDT pelo Tribunal Superior Eleitoral, realmente essa eu não sabia. Não tinha lido a notícia em nenhum lugar. Vou apurar. Posso demorar, pois não me comunico com Lupi pela internet nem por telefone. Ou escrevo e mando entregar na sede do partido ou dou uma incerta para pegar o Lupi e cobrar pessoalmente.
Ele tem receio das minhas explosões. Tenho idade e moral para questionar. Nunca pedi nada ao partido, nem um palito de fósforos. E conheço o Lupi desde que ele era estudante e gerenciava duas bancas de jornal em Ipanema, onde Brizola o conheceu no dia seguinte que chegou ao Brasil, no ano de 1979. Não existe ninguém que seja tão ruim quanto se pensa e nem tão bom como se deseja. É preciso conferir.
27 de maio de 2016
Antonio Santos Aquino
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